Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 17 de maio de 2012

MILÍCIAS NO RIO - Agiotagem, a nova fonte de renda da milícia


Por Paulo Carvalho
Jornal Extra 

A maior milícia que age na Zona Oeste da cidade decidiu expandir seus negócios de extorsões e ameaças montando escritórios de agiotagem. O esquema começou a ser desbaratado ontem pelas polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público. O número total de vítimas ainda não foi revelado pela polícia. Muitas delas sofreram ameaças de tortura e de morte. A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) investiga, inclusive, casos de assassinatos que ocorreram durante essas extorsões.

Na maioria dos escritórios, os agiotas também faziam parte da milícia. Eles tinham como atribuições específicas cuidar da parte financeira do grupo. Outros escritórios também eram alugados pela milícia. Em alguns endereços, em Campo Grande, a polícia já encontrou as salas desmontadas.

De acordo com o delegado titular da Draco, Alexandre Capote, era uma estratégia do bando não ter por muito tempo o mesmo endereço.

— Essa foi a primeira de algumas ações conjuntas que serão feitas naquela região.

O promotor Marcus Vinicius da Costa Leite, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou ser essa uma nova atividade da milícia para explorar o povo.

— Era uma vertente empresarial desse grupo. Quanto mais recursos houver, mais aumentam os meis financeiros da quadrilha — afirmou o promotor.

Durante a operação, foram presas duas pessoas em flagrantes explorando centrais clandestinas de TV a cabo da milícia. Duas delas foram estouradas. Com relação a exploração desse crime, os milicianos chegavam a cobrar de R$ 30 a 100 pelos serviços clandestinos.

O Ministério Público informou que a agiotagem está se tornando uma das maiores fontes de renda da milícia. De acordo com as investigações, a quadrilha lucrava até R$ 200 mil mensais com essa prática.

Os milicianos chegavam a cobrar juros de até 70% ao mês de pessoas desesperadas que pediam dinheiro emprestado em seus escritórios.

Nenhum comentário: