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terça-feira, 29 de maio de 2012

CPI DO CACHOEIRA - Coaf detecta movimentação atípica em conta de Cachoeira


Relatório foi enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga contraventor. 
Dados revelam valores recebidos por ex-diretor da Delta

Hugo Marques e Gabriel Castro
VEJA

Cachoeira: segundo Coaf, conta do BB em Goiás recebeu 420 727 reais entre março de 2004 e dezembro de 2005(Dida Sampaio/AE)

O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda obtido pela CPI do Cachoeira mostra que o órgão detectou uma movimentação atípica em uma conta do contraventor Carlinhos Cachoeira no Banco do Brasil. O documento aponta que a conta, sediada na agência 3005 de Anápolis (GO), recebeu 420 727 reais entre março de 2004 e dezembro de 2005. Os valores, alega o Coaf, lançam suspeitas sobre Cachoeira porque são "considerados incompatíveis com sua capacidade econômica financeira presumida". 

Essa foi a única conta em nome do próprio Cachoeira que chamou a atenção do Coaf por sua movimentação atípica de recursos - mas os valores não representam de forma significativa o volume movimentado pela quadrilha porque a maior parte das transações envolvia laranjas e empresas de fachada. 

Em uma conta bancária em nome da Vitapan, indústria farmacêutica controlada por Cachoeira, o Coaf registrou a entrada de 128,3 milhões de reais entre janeiro de 2005 e fevereiro de 2012. A indústria está registrada no nome da ex-mulher de Cachoeira, Andrea Aprígio, e do irmão dela, Adriano Aprígio.

O relatório encaminhado à CPI mostra ainda que a Vitapan possuía vínculo com a Leão & Leão - empresa que, em 2005, esteve no centro de acusações envolvendo o então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O petista foi acusado de ter recebido uma mesada de 50 000 reais para manter contratos com a companhia enquanto era prefeito de Ribeirão Preto (SP). O Coaf não dá detalhes da ligação entre a Vitapan e a Leão & Leão.

Abreu - Conforme o pedido da CPI, o relatório do Coaf também trata de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste. O documento aponta que ele recebeu de janeiro de 2005 a março de 2012 1,3 milhão de reais. Em outubro de 2010, ele obteve da construtora Vale do Lontra, sediada em Tocantins, transferências que somam 600 000 reais. A partir de julho de 2011, a conta passa a ter um movimento financeiro pequeno.

O documento do Coaf informa ainda não ter detectado movimentações atípicas nas contas de José Olímpio Queiroga Neto e Idalberto "Dadá" Matias de Araújo, dois comparsas de Cachoeira. No caso de Dadá, aparece apenas uma "operação de seguro" de 5 954 reais, apontada como movimentação de interesse porque ocorreu um dia depois da prisão do braço-direito de Cachoeira.

Os documentos em poder da CPI também mostram uma lista de 29 empresas que receberam recursos da construtora Delta por meio de duas companhias de fachada do esquema Cachoeira: a Brava e a Alberto & Pantoja. Na lista, aparecem doze companhias de Goiás, sete de São Paulo, três do Distrito Federal, duas de Mato Grosso, duas do Rio de Janeiro, duas do Tocantins e duas do Paraná.

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