Estabelecida há cerca de um mês, investigação é a mais cara do Congresso desde 2007; gastos são referentes a compra de passagens e hospedagens
Julia Duailibi, de O Estado de S. Paulo
A CPMI do Cachoeira, criada para apurar as práticas criminosas desvendadas pelas operações Vegas e Monte Carlo, custará, pelo menos, R$ 200 mil. Os gastos, referentes a compra de passagens, hospedagens e diárias, foram colocados à disposição dos integrantes da comissão, palco até agora de acordo entre partidos e do silêncio de investigados.
Formada há cerca de um mês, a CPMI blindou governadores, resiste a quebrar os sigilos da construtora Delta e tomou o depoimento de apenas seis pessoas. Para alguns parlamentares, o trabalho da comissão pode ser inócuo diante da investigação já feita pela Polícia Federal.
"Há uma disputa entre PT e PSDB que está travando a investigação e varrendo todas as acusações para debaixo do tapete", afirmou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Na semana passada, ela disse na comissão que os parlamentares faziam "papel de bobos" ao insistirem no depoimento do contraventor Carlinhos Cachoeira, que se manteve calado.
Desde 2007, as Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito, que colocam sob os holofotes os deputados e senadores que as compõem, custaram ao Senado R$ 202.869,53, segundo a Secretaria de Finanças, Orçamento e Contabilidade da Casa, responsável por arcar com os custos.
O valor diz respeito às investigações sobre violência contra a mulher (R$ 115.537,59), apagão aéreo (R$ 26.960,57) e o MST (R$ 60.371,40) - o Senado não informou os gastos com a CPMI dos cartões corporativos. O maior custo é com passagens. A CPMI da Violência contra a Mulher, iniciada em 2011, gastou R$ 78.894,39 com bilhetes aéreos. Os custos da CPMI do Cachoeira ainda não foram detalhados.
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