Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 9 de maio de 2012

SAÚDE NO RIO - Mulher é liberada e morre a 150 metros de Clínica da Família


Secretaria de Saúde já abriu sindicância para apurar o caso


Elton mostra carteira de identidade de Endiaria, em frente à clínica da família de Sepetiba
DOMINGOS PEIXOTO / O GLOBO

RIO - Com falta de ar e sentindo dores, a cardíaca Endiaria Mendes da Fonseca Bezerra, de 53 anos, buscou ajuda médica na Clínica da Família Valéria Gomes Esteves, em Sepetiba, no início da tarde de segunda-feira. Após o atendimento, foi liberada. Andou não mais que 150 metros e parou em uma padaria, se sentindo mal. Sentou-se numa cadeira e pediu um copo d’água, mas antes de acabar de bebê-lo, morreu. No bolso, apenas a receita de um medicamento que deveria ser tomado à noite.

Ainda muito abalados, familiares de Endiaria acusam a clínica de negligência médica e ressaltam que a vítima já fazia tratamento na unidade. Um boletim de ocorrência de omissão de socorro foi registrado na 43ª DP (Guaratiba) e o genro de Endiaria, Elton da Silva Vieira, diz que pretende processar o município. A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil afirmou que abriu uma sindicância para apurar o caso.

— Tenho que fazer a minha parte para evitar que outras pessoas passem por situações como essa também. Isso é negligência médica. Não poderiam ter deixado ela sair do hospital naquelas condições. Claramente, ela não se sentia bem. Os funcionários da padaria contaram que minha sogra já chegou ao local se amparando no muro. Isso é um absurdo — afirmou Elton.

A receita do medicamento está carimbada em nome da médica Maria Isabel F. de Souza. Como os filhos de Endiaria estavam trabalhando, houve demora para chamar o rabecão e o corpo dela só foi retirado da padaria por volta das 23h30m.

OUTRO LADO

Nesta terça-feira, a prefeitura disse, em nota, que a paciente era atendida regularmente na unidade e foi diagnosticada recentemente com aneurisma na aorta. Com consulta marcada para a segunda-feira, ela chegou ao local andando e sozinha, com falta de ar. Foi examinada e, por meio de um exame de raios X, constatou-se um aumento do aneurisma da aorta. Diante da condição, foi marcada uma consulta com um cardiologista, para o dia 16 de maio, na Policlínica Lincoln de Freitas Filho, para que o tratamento do aneurisma pudesse ter prosseguimento.

Após o atendimento na clínica da família, a paciente teria deixado a unidade andando e sem sintomas aparentes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil.

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