Incidência da doença chega a mais de 400 infectados a cada grupo de 100 mil cariocas
Rio - Após algumas oscilações, a taxa de incidência de casos de dengue no município do Rio de Janeiro atingiu o ponto mais alto do ano: 428,1 pessoas infectadas a cada grupo de 100 mil habitantes. Segundo critério adotado pelas autoridades de Saúde, quando este índice chega aos 300 é decretada epidemia. Em uma semana, o total de bairros com alta incidência da doença subiu de 20 para 83, nas zonas Oeste e Norte.
Os dados estão em boletim divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde, que no início do mês chegou a anunciar que o estado epidêmico estava chegando ao fim. O número de notificações da doença desde 1º de janeiro aumentou 11,5% em uma semana, de 68.300 para 76.140. Mais duas mortes foram confirmadas na capital — uma na área do Méier e outra, na de Bangu — elevando para 19 o total de óbitos. Um morador de Niterói e outro de Nova Iguaçu completam a estatística de mortos pela doença no estado (21).
FOTO: ARTE O DIA
Mais risco no próximo verão
Segundo o infectologista da UFRJ Edmilson Migowski, o maior perigo que o município enfrenta não seria a atual epidemia, e sim a que pode estar por vir. “Nas maiores epidemias (2002 e 2008), abril e maio foram os meses com mais casos, mas a crise só veio depois. Talvez seja o anúncio de algo pior”, explica.
Já de acordo o superintendente de Vigilância em Saúde do município, Marcio Garcia, a quantidade de atendimentos em hospitais diminuiu, e a saída da classificação de epidemia está próxima. “Para que tenhamos certeza, aguardamos todos os dados para refazermos a análise e anunciar nas próximas semanas o fim dessa situação”, afirma.
Ainda segundo Garcia, a expectativa é a de que o pior já tenha passado e que abril tenha sido o mês mais complicado, mas “ainda é precoce fazer qualquer afirmação”.
Vírus 4 é o predominante
Por ser novo, o vírus tipo 4 é o principal agente de contágio este ano. Ele é responsável por 85% dos doentes, enquanto o tipo 1 alcançou 14% dos infectados na cidade.
A região mais atingida pela dengue no município, com 1,3 mil casos por 100 mil habitantes, é a que abrange nove bairros da Zona Oeste, entre eles Bangu e Realengo. Em seguida, vem a área de Campo Grande e adjacências, com oito bairros. Ainda na Zona Oeste, também estão com alta incidência a região da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. Na Zona Norte, o maior perigo está nas regiões de Madureira e adjacências e do Grande Méier.
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