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terça-feira, 22 de maio de 2012

CPI DO CACHOEIRA - Justiça do DF determina quebra de sigilo da Delta nacional


Cláudio Abreu, ex-diretor do Centro-Oeste, tinha procuração para fazer movimentação financeira

O GLOBO 

BRASÍLIA - A quinta vara do Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou na noite desta terça-feira a quebra do sigilo bancário das contas da Delta nacional. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Distrito Federal, que investiga as relações entre a empresa e o grupo do contraventor, em negócios com o governo local. A quebra de sigilo é um desdobramento da Operação Saint Michel, que resultou na prisão de Cláudio Abreu e outras quatro pessoas.

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Mais cedo, o relator da CPI do Cachoeira, que investiga a relação do contraventor com políticos e empresários, Odair Cunha (PT-MG), afirmou que o ex-diretor da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, recebeu uma procuração da direção nacional da Delta para movimentar contas gerais da construtora, que abasteceram empresas de fachada usadas pelo grupo do contraventor. Segundo Odair Cunha, a procuração indica que a direção nacional, inclusive o ex-presidente Fernando Cavendish, conheciam as transações operadas por Cláudio Abreu, em nome do grupo de Cachoeira, e reforçam a necessidade da quebra dos sigilos bancário e fiscal das principais contas da empreiteira.

- Se identificou que na Delta nacional, ela autorizou que Cláudio Abreu movimentasse contas da Delta nacional, através de procuração. Há um indicio forte de que toda a diretoria e a presidência da Delta tinham ciência e consentiu com o movimento de Cláudio Abreu. As contas da Delta Nacional, por meio de Cláudio Abreu, foram instrumento de transferência de dinheiro para empresas em nome de laranjas ou empresas ligadas à organização criminosa. Na medida em que se identifica uma conta dessa forma, claro que tem que ter alguém que deu a procuração para que Cláudio Abreu fizesse essas movimentações - explicou o relator.

Dados da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mostram que a Delta destinou R$ 39 milhões para as contas de empresas de fachada, como a Brava Construções e a Alberto e Pantoja, que pagaram despesas da organização e até mesmo fizeram doações de campanha a parlamentares. Segundo o relator, a procuração requisitada pela CPI mostra que Cláudio Abreu teria recebido respaldo da direção nacional para fazer depósitos nas contas de tais empresas. O relator, porém, disse que ainda não recebeu a informação sobre quais ex-diretores ou mesmo se o ex-presidente Fernando Cavendish assinaram a procuração.

Até agora, a CPI apenas quebrou o sigilo bancário das contas da Delta Centro-Oeste, dirigida por Abreu até o desfecho da Operação Monte Carlo. O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), admitiu que a procuração complica a situação da Delta nacional, mas admitiu que só no começo de junho, quando a CPI se reúne para discutir novas quebras de sigilo, saberá se existe ambiente político para quebrar o sigilo da Delta nacional, sediada no Rio de Janeiro.



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