A Rua Direita - História
O primitivo Caminho de Manuel de Brito, berço histórico da cidade, que ligava o Largo da Misericórdia ao Morro de São Bento, em data indefinida foi dividido em duas partes: a primeira que ficou sendo a Rua da Misericórdia ainda hoje existente e a segunda a Rua Direita, que ligava o Morro do Castelo ao Morro de São Bento.
A Rua Direita, no início do século XVII era apenas uma trilha precária, mas era o local preferido dos mercadores de escravos, no século XVIII, tornou-se uma das ruas mais movimentadas da cidade. Nela se instalaram os primeiros Governadores da cidade, numa casa que ficava na esquina com a Rua da Alfândega. Teve também o primeiro Palácio Episcopal, onde residiu o primeiro Bispo do Rio, D. José de Barros e Alarcão, em 1682.
Mais tarde os Governadores passaram a instalar-se na casa que antes era a Casa dos Contos, designação colonial do tesouro, onde depois veio a ser o Paço dos Vice-Reis e o Paço Real com a chegada da Família Real de Portugal ao Brasil. Em torno desta rua se desenvolveram as principais ruas da cidade. Posteriormente, nela se abrigaram o Banco do Brasil, os Correios, as Lojas da Moda, as confeitarias, já no século XIX. Em 1875 ela passou a chamar-se Rua Primeiro de Março, em homenagem à data da vitória da Batalha de Aquidabã, em março de 1870, que foi um marco importante para o fim da Guerra do Paraguai. Coincidentemente este dia também é o da Fundação da Cidade, 1º de Março de 1565..
Na Rua Direita surgiu, em 1835, a grande sensação da época, uma sorveteria. Foi a primeira rua a ser dotada de numeração nas casas, idéia do arquiteto francês Pedro Alexandre Cavroé. Devido à grande intensidade de tráfego, em 1847, adotou-se nela o sistema de mão e contra-mão. Segundo Ferreira da Rosa: " foi na Rua Direita que o Rio de Janeiro viu traçadas as primeiras linhas da sua grandeza; aí se soletrou a história fortunosa do desenvolvimento desta metrópole". Durante quase três séculos foi em torno da rua Direita, que giraram os grandes acontecimentos políticos da cidade. Só no início do século XX é que a área viu ser transferido o eixo principal da Metrópole para a nova Avenida Central, eixo monumental da nascente República.
Localização
Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março, fotos de Marc Ferrez. A primeira tirada em 1870 olhando-se em direção ao Morro do Castelo, que aparece ao fundo. Mais à frente pode ser visto o passadiço coberto que ligava o Paço ao antigo Convento do Carmo e que servia de caminho para que a Família Real pudesse ir ao Convento e à Catedral, sem passar pela curiosidade popular. Em seguida é vista a antiga Catedral do Rio de Janeiro, a Igreja do Carmo, o Beco dos Barbeiros e o Hotel do Globo.
Foto tirada em 1890 olhando-se em direção ao Morro de São Bento, vendo-se o prédio dos Correios, projetado por Antonio de Paula Freitas e terminado em 1877, seguido do prédio da Bolsa de Valores, recém inaugurado, este prédio depois veio a ser a Praça do Comércio e posteriormente a abrigar a sede do Banco do Brasil. Hoje é o Centro Cultural do Banco do Brasil, mas ainda mantém uma agência do Banco. O prédio em seguida foi destruído para a passagem da Avenida Presidente Vargas.
Rua 1o.de Março atualmente
As seis fotos abaixo mostram vistas da Rua Primeiro de Março. A primeira, tirada do Edifício Garagem Menezes Cortes, mostra uma lateral do antigo Paço Imperial, atualmente um Centro Cultural, e ao seu lado o Palácio Tiradentes. A segunda é uma vista tirada da calçada do antigo Convento do Carmo, mostrando a Igreja de São José, um prédio da Rua Erasmo Braga e a rampa de acesso ao prédio do Palácio Tiradentes, com uma das esculturas que ornamentam sua entrada. A terceira mostra o conjunto formado pelas duas Igrejas do Carmo, a antiga Catedral Metropolitana, hoje Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé e a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, duas das mais antigas e tradicionais igrejas da cidade.
A quarta apresenta uma vista tirada da calçada do Centro Cultural Paço Imperial, com a fachada do antigo Convento do Carmo e o conjunto das Igrejas do Carmo sendo que a Antiga Sé após a recente restauração para os festejos dos 200 anos da chegada de D. João ao Rio de Janeiro. A quinta mostra um detalhe da torre da antiga Catedral já restaurada. A última mostra uma vista da esquina da Primeiro de Março com a Avenida Presidente Vargas, onde se pode ver em primeiro plano os prédios do Centro Cultural Banco do Brasil e dos Correios e Telégrafos e ao fundo o conjunto das Igrejas do Carmo.
Bibliografia
Outras RUAS, IGREJAS E MONUMENTOS DO RIO DE JANEIRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário