Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 4 de maio de 2010

RUAS, IGREJAS E MONUMENTOS DO RIO DE JANEIRO - Avenida Rio Branco (Antiga Avenida Central) #inforio

HISTÓRIA
A Avenida Central teve suas obras iniciadas em 1904, quando era Prefeito da cidade Pereira Passos, um ousado reformador capaz de abrir uma avenida que rasgasse todo o centro da cidade da Praça Mauá até a Avenida Beira Mar, com 33 metros de largura e 1.800 metros de comprimento, e que exigiu para sua abertura a demolição de 590 prédios velhos do centro da cidade, obra que ficou conhecida como bota-abaixo. Em vinte meses, Pereira Passos enfrentou preconceitos, desalojou milhares de pessoas, deslocou centenas de estabelecimentos comerciais, removeu escombros, loteou o terreno, fez instalações de esgoto, água, luz e eletricidade, nivelou, calçou, arborizou, numa obra que honrou quem a executou e quem a determinou.
A Avenida era moderna no meio de uma região que não era moderna, deveria assim, exercer sobre as ruas do centro uma modernidade que iria aos poucos se integrando, seu projeto era mais do que uma reforma urbana, era um projeto de vida moderna. Ela deveria transformar o Rio de Janeiro em uma capital digna do século XX, fazendo com que o Brasil ingressasse no cenário internacional e mostrasse a importância que ele possuía dentro da América Latina.
Sua inauguração ocorreu em 15 de novembro de 1905, seu calçamento era de pedras portuguesas e o canteiro central, que dividia a avenida em duas mãos era enfeitado por árvores de pau-brasil. Depois de sua inauguração passou a ser, e mantém-se até hoje como a principal artéria do coração financeiro da cidade, destronando a antiga Rua Direita, que perdeu sua categoria de endereço mais elegante do Rio de Janeiro. O povo se entusiasmou com a iluminação elétrica que também foi inaugurada na cidade. No início de sua existência a Avenida era lugar de passeio da população.
Logo depois de sua abertura inúmeros prédios de grande beleza arquitetônica foram surgindo ao longo da avenida, seguindo deliberações de Paulo de Frontim, que chefiava a comissão encarregada das construções, como por exemplo os ainda hoje existentes: Teatro Municipal do Rio de Janeiro; Biblioteca Nacional; Museu de Belas Artes; Câmara dos Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro e Cluve Naval. Seu principal arquiteto foi Morales de los Rios, herdeiro de Grandjean de Montigny. O primeiro prédio a ficar pronto na nova Avenida foi o da Tabacaria Londres, em 25 de março de 1905.
Em 12 de fevereiro de 1912 a Avenida passou a chamar-se Avenida Rio Branco, em homenagem ao grande chanceler brasileiro falecido dois dias antes. Hoje restam poucos prédios da época de sua construção, pois a Avenida já passou por quatro estilos de arquitetura:
  • inicialmente foi de Estilo Colonial, nos prédios existentes quando ainda não existia a Avenida, até serem demolidos para sua contrução;
  • depois passou a predominar o Estilo Eclético, nos prédios monumentais que foram construídos junto com a abertura da Avenida e naqueles que foram sendo construídos até a década de 30. Este aspecto arquitetônico inicial prevaleceu por quarenta anos, e alguns prédios desta época ainda são mantidos;
  • com o advento do concreto armado teve início a construção de grandes edifícios como: o Edifício Avenida Central e muitos outros, que já foram construídos no lugar de prédios que iam sendo demolidos, durante as décadas de 50 e 60, prevalecendo então edifícios mais arrojados e modernos com mais de vinte andares;
  • atualmente está na fase de construção de grandes torres pós-modernas, como o Edifício Rio Branco 1 e o Manhattan Tower.
A imensa praça que se encontra ao final da Avenida Rio Branco, ornamentada por belos edifícios e palco de grandes acontecimentos, ficou conhecida como Cinelândia.
Coração da cidade, como sua principal artéria, ela teve papel importante na vida do Rio de Janeiro e de seus habitantes, nos momentos de glória nacional ou da cidade e de grandes emoções, no prazer e no sofrimento. Em todos os momentos de vibração do povo desta cidade, a Avenida tomou parte, saudando e glorificando as pessoas.







Vista do Convento da Ajuda, na época em que tiveram
início as obras de abertura da Avenida. O Convento é
uma amostra do Estilo Colonial existente antes da abertura da
Avenida, ele ficava localizado onde hoje é a Cinelândia e foi
derrubado em 1911. O prédio ao lado era o Conselho
Municipal, em Estilo Manoelino, ficava onde hoje é a Câmara
de Deputados. Foto de Augusto Malta copiada do livro "O Rio
de Janeiro do Bota-Abaixo".

Vista do terreno onde foi construída a Escola Nacional
de Belas Artes. Para as novas construções na área foi
feita a primeira demolição do Morro do Castelo, que
ainda pode ser visto. O restante do Morro só foi
demolido em 1922 pelo Prefeito Carlos Sampaio.
Foto de Augusto Malta copiada do livro
"O Rio de Janeiro do Bota-Abaixo".

Vista da Avenida Central logo após sua abertura, tendo como
destaque ainda em obras os prédios do Museu de Belas
Artes e o Teatro Municipal. Ao fundo pode se ver o Morro
do Castelo e mais distante o Pão de Açúcar.

Sede do Clube de Engenharia no início do século.
Foto publicada na revista do Clube
de Engenharia em 1985, em comemoração
aos 420 anos da cidade do Rio de Janeiro.

Cerimônia de Inauguração das obras para abrir a Avenida
Central. Foto do livro "Rio de Janeiro - Uma
viagem no Tempo" de Fernando da França Leite.

Trecho da Avenida Rio Branco na época em que
foi inaugurada, foto de Augusto César Malta,
pertencente ao arquivo do Museu da Imagem
e do Som.




A Avenida Rio Branco


Vista geral de toda a extensão da Avenida
Rio Branco.

Vista do início da Avenida Rio Branco,
com a Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck,
mais conhecida como Elevado da Perimetral.
Espaço Cultural Mauá e centro Empresarial Internacional Rio, no Edifício Avenida Rio Branco 1, um dos
mais modernos edifícios da Avenida, pertencente à quarta geração de prédios da Avenida Rio Branco.
Todas as fotos foram tiradas de navios no Pier da Praça Mauá, a última já deixando o porto, tendo-se
uma vista da parte de trás do edifício.

Prédio remanescente da primeira geração
de construções, construído entre 1904 e 1908,
onde funcionava a sede da Companhia Docas
de Santos e hoje funciona o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.

Vista da belíssima porta talhada em
madeira, de estilo Neobarroco, localizada
na entrada do prédio do IPHAN.


Vista da Avenida Rio Branco tirada da
Praça Mauá, vendo-se o trecho entre a
Praça e a Rua Visconde de Inhaúma.

Avenida Rio Branco, no cruzamento com a
Avenida Presidente Vargas destacando-se
o Edifício Herm Stoltz.

Prédio do Banco do Brasil no cruzamento
da Avenida Rio Branco com a Avenida
Presidente Vargas.


Edifício Manhattan Tower, pertencente
à última geração de edifícios construídos
na Avenida, que fica entre as Ruas
da Alfândega e Buenos Aires.

Trecho entre as Ruas do Ouvidor e Sete de
Setembro, com seus grandes edifícios,
podendo ser visto o Banco de Boston e
o prédio atual do Clube de Engenharia,
construído entre 1947 e 1957.

Prédios da esquina com a Rua Nilo Peçanha
e Rua São José até a Rua Almirante Barroso,
do lado esquerdo da Avenida.


Prédios da esquina da Rua Sete de Setembro
e do lado esquerdo da Avenida.

Vista da Avenida tirada da esquina
com a Rua Almirante Barroso.


 
Edifício Avenida Central
O Edifício Avenida Central, que fica na esquina com a Rua Nilo Peçanha deu início à transformação espacial da Avenida Rio Branco.
Durante muito tempo foi o edifício mais alto da Avenida, sua construção é dos anos 50 e já pertence à geração dos altos prédios construídos com a demolição de edifícios originais do Plano Pereira Passos, introduzindo o estilo arquitetônico "torre-sobre-placa", ou seja a torre construída sobre uma placa onde se localiza um centro comercial, neste caso de quatro pavimentos. O sistema em estrutura metálica que participa diretamente da definição da forma, dá o primeiro passo para uma alternativa diversa ao concreto armado, característico da cultura modernista do Brasil.
No seu local inicialmente ficava o Edifício do Hotel Avenida, de 1910, onde ficava tambéma Galeria Cruzeiro, ponto terminal de bondes da Zona Sul, demolidos em 1950.


O Clube Naval, prédio remanescente dos originais, na
esquina com a Avenida Almirante Barroso, construído
entre 1905 e 1910, no local onde já existia desde 1885
o Clube Naval. O projeto do prédio é de Tommaso Bezzi e
foi construído por Bezzi e por Heitor de Melo. Foi
reformado em 1928 quando ganhou seu quinto piso.

Vista do Clube Naval tendo ao lado o prédio
do Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Vista do prédio do Clube Militar que fica
próximo da esquina com a Rua Santa Luzia.

Vista da Avenida Rio Branco na esquina da Rua da
Ajuda, podendo se ver o Teatro Glauce Rocha.

Praça Manhatma Ghandi, localizada próximo à
Praça do Monroe, ao final da Avenida.

Vista do Obelisco que marca o fim
da Avenida Rio Branco.

Vista do Obelisco, tendo ao fundo o Monumento aos
Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro
do Flamengo.

Obelisco, vendo-se ao fundo o Museu de Arte Moderna.

Obelisco, vendo-se ao fundo o Bairro da Glória.
O Obelisco que fica localizado no extremo da Avenida Rio Branco, junto da Avenida Beira-Mar foi o marco da Avenida
Central, inaugurado em 14 de novembro de 1906, possui 18 metros de altura e 27 toneladas de granito extraído do Morro da
Viúva. Tornou-se um símbolo da Capital na chamada República Velha. É uma obra de Eduardo de Sá, encomendado pela
firma Januzzi & Irmão, para presentear a cidade, em comemoração da abertura da Avenida Central.


Ver também

Rua da Alfândega http://apatrulhadalama.blogspot.com/2010/04/ruas-igrejas-e-monumentos-do-rio-de_26.html
Rua Álvaro Chaves http://apatrulhadalama.blogspot.com/2010/04/ruas-igrejas-e-monumentos-do-rio-de_27.html
Rua dos Arcos http://apatrulhadalama.blogspot.com/2010/04/ruas-igrejas-e-monumentos-do-rio-de_8370.html
Rua Presidente Vargas http://apatrulhadalama.blogspot.com/2010/05/ruas-igrejas-e-monumentos-do-rio-de.html





Nenhum comentário: