Três ministros da Corte aparecem em gravações de escutas do grupo de Cachoeira
BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, disse nesta sexta-feira que os ministros da Corte não temem o desenrolar dos fatos envolvendo o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de chefiar um esquema de jogos ilegais. Na quinta-feira, após depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues, foi divulgada uma lista com 82 nomes, que teriam sido mencionados durante as ligações entre membros do grupo de Cachoeira. E três ministros da Corte foram citados: Gilmar Mendes, Antonio Dias Toffoli e Luiz Fux.
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- Eu acho que nenhum ministro do STF teme absolutamente nada, mas aguardemos os fatos - disse Britto, na tarde de hoje, pouco antes de palestrar em um evento sobre gestão pública. Além de ministros do STF, a lista também tem nomes de políticos, empresários e jornalistas.
O suposto envolvimento de ministros do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nos fatos ligados a Cachoeira foi negado na semana passada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Por meio de nota, ele afirmou que “matérias que afirmam o contrário são mentirosas e irresponsáveis, servindo apenas para tumultuar investigações de fatos extremamente graves que a sociedade brasileira deseja ver cabalmente apurados”.
Britto preferiu não comentar se a tentativa de convocar o procurador-geral para depor na CPI é legal porque, segundo ele, o assunto “tem um potencial de judicialização”. Perguntado se o STF deve dar a palavra final sobre a controvérsia, o presidente disse que não pode dizer que é provável, mas que o assunto "tem potencial para ir (ao Supremo)”, e por isso não comentaria.
Parlamentares insatisfeitos com o desempenho do procurador-geral no caso Cachoeira querem convocá-lo para explicar porque não acionou o STF em 2009, quando recebeu dados da Operação Vegas, da Polícia Federal. Ela antecedeu a Operação Monte Carlo nas apurações sobre Cachoeira e já trazia informações sobre o envolvimento do contraventor com parlamentares.
Gurgel alega que, na época, não tinha elementos suficientes para incriminar os envolvidos. O procurador também disse que não pode participar da CPI porque isso impediria seu trabalho nas investigações, já que iria depor na condição de testemunha.
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