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sábado, 12 de maio de 2012

CNJ - 'Não se metam comigo', diz ministra Eliana Calmon


NÁDIA GUERLENDA
FOLHA DE SÃO PAULO

A ministra corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon, aproveitou evento em que era homenageada para responder aos críticos, na noite desta quinta-feira (10).

"Em setembro estarei deixando a corregedoria, mas a instituição vai ficar. Cada um que passa deixa suas marcas, sejam positivas ou negativas. Mas eu não fiz sozinha. Quero lembrar uma música de Maria Bethânia, minha conterrânea: não se metam comigo, porque eu não estou só, estou bem acompanhada", afirmou.

A "companhia" a que a ministra se referia eram as associações que organizaram o evento em sua homenagem: a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, a AASP (Associação dos Advogados de São Paulo) e o IASP (Instituto dos Advogados de São Paulo). Ao fim da fala, os presentes aplaudiram a ministra de pé.

Calmon causou polêmica por defender, entre outros, o poder do CNJ em apurar e punir magistrados que tenham cometido infrações antes mesmo das corregedorias locais. Ela chegou usar a expressão "bandidos de toga" para se referir aos investigados.

Um dos principais alvos da ministra atualmente são os integrantes do Tribunal de Justiça de São Paulo, acusados de recebimento e liberação de verbas irregulares.

Em uma entrevista no mês passado, o ex-presidente do STF e do CNJ, Cezar Peluso, criticou Calmon ao dizer que ela não deixava "qualquer legado" do período em que ocupa a corregedoria do conselho.

Peluso disse ainda que a ministra, conhecida por suas declarações de impacto, estava "se perdendo no contato com a mídia" e que existem boatos de que ela se guiaria por "pretensões políticas".

Luiz Borges D'Urso, presidente da OAB-SP, negou que o evento tivesse o objetivo de responder às críticas de Peluso. "Não estamos dando resposta a ninguém, não estamos enfrentando ninguém, não estamos protestando. É um gesto de apoio a essa mulher que tem se notabilizado pela coragem, pela determinação, pelo trabalho. É como se estívesssemos dizendo: 'continue, fique firme, não esmoreça, não recue'."

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