Grande Tijuca de portas abertas para a ciência
Confira as sugestões de passeios especialmente selecionados para interagir com a natureza durante a Rio+20 sem sair do seu bairro
MARIANA MÜLLER
O GLOBO
MONITORES DO Museu Ciência Viva mostram o projeto de captação de energia solar que diminui a emissão de CO2, já utilizado na Argentina
RAFAEL MORAES
Se o trânsito intenso na cidade impede a circulação pelos locais onde se concentra a maior parte das atividades da Rio+20, O GLOBO -Tijuca preparou um circuito alternativo no bairro para ninguém ficar de fora dos assuntos mais marcantes da conferência e desfrutar um momento especial junto à natureza. No roteiro oficial do Instituto Brasileiro de Museus para a Rio+20, o Museu do Açude, no Alto da Boa Vista, e o Museu Ciência Viva, próximo à Praça Saens Peña, expõem o melhor da arte contemporânea e da ciência pela preservação ambiental.
Com uma programação de oficinas ligadas aos temas da Rio+20, o Museu Ciência Viva abre as portas para visitantes, com entrada franca, amanhã e segunda-feira.
Totalmente restaurado após um período fechado, depois de ter sido danificado pelas chuvas de 2010, o Museu do Açude reúne coleções históricas do Brasil colonial e de arte moderna. A mostra inclui obras de grandes artistas, como Iole de Freitas e Hélio Oiticica, que interagem com a maior floresta urbana do mundo. No Parque Nacional da Floresta da Tijuca, vizinho ao museu, está montada a exposição interativa “Uma floresta na metrópole”, que traduz toda a história de intervenção humana no parque e estimula a consciência ecológica com jogos educativos.
Outras excelentes opções são as trilhas sinalizadas:
— Setas com tinta reflexiva foram inseridas em árvores e rochas, bem como placas de madeira com indicação de destino para maior segurança — explica o gestor, Thiago Haussig.
Para os mais radicais, na Reserva Florestal do Grajaú, a dica é o batismo de escaladas, que garante uma visão privilegiada do bairro.
No acervo, relíquias e arte moderna junto à natureza
Com obras baseadas no conceito “Circuito de arte contemporânea in natura”, como as de Hélio Oiticica e Iole de Freitas, a visita ao Museu do Açude é um convite à contemplação de instalações sutilmente inseridas no meio de árvores exuberantes, que recebem visitas inusitadas com as de tucanos, diariamente:
— Não há outro museu tão completo quanto o Açude no quesito interação com meio ambiente, porque aqui temos coleção histórica, arte contemporânea e natureza dialogando harmoniosamente. O fundador, Castro Maya, era uma pessoa muito preocupada com o meio ambiente e acreditava que era importante a visita do carioca à floresta para garantir preservação no futuro — comenta o coordenador cultural do Museu do Açude, Paulo Sá. Situado no Alto da Boa Vista desde 1964, quando foi inaugurado, o museu tem no acervo esculturas e peças raras chinesas e uma coleção de azulejaria que inclui peças europeias. Ao longo dos anos, o casarão neocolonial ganhou novas obras, como uma urna mortuária indígena, proveniente da Amazônia, da primeira metade do século XX.
Uma exposição educativa sobre a floresta
Se o tempo é curto para conferir os circuitos de trilhas sinalizadas de 20 e 12 quilômetros no Parque Nacional da Tijuca, outra forma de conhecer as belezas naturais e entender a geografia do local é visitar a exposição “Uma floresta na metrópole”. Dividida em três fases — “Mata original”, “Intervenção humana” e “Enfim um parque” — ela permite ao visitante se aprofundar na importância cultural e ambiental dessa unidade de conservação e conhecer os problemas para sua preservação.
Entre os temas expostos estão o desmatamento provocado pelo surgimento das plantações de café no século XVIII e as raras peças arqueológicas encontradas no local. Outro destaque é uma maquete interativa do parque, medindo 2,5mx3,5m, onde é possível localizar pontos exuberantes da Cidade Maravilhosa, entre eles o Corcovado, a Pedra da Gávea, a Vista Chinesa, as Paineiras, o Parque Lage e o Pico da Tijuca.
Confira os endereços e os horários
MUSEU CIÊNCIA VIVA: Amanhã e segunda-feira, das 9h às 15h, o espaço está aberto ao público gratuitamente. Oferece três oficinas que remetem a temas da Rio+20: compostagem, arte com sucata e acidificação dos oceanos. O endereço é Avenida Heitor Beltrão 321. Telefone: 2204-0599.
MUSEU DO AÇUDE: De segunda a domingo, das 9h às 17h. É possível fazer piquenique no gramado do casarão, com entrada franca. Estrada do Açude 764, Alto da Boa Vista. Pela Tijuca, o visitante terá que subir pela Avenida Edson Passos. O estacionamento é gratuito dentro do museu.
PARQUE NACIONAL DA TIJUCA: O horário de funcionamento do Centro de Visitantes da Floresta da Tijuca é de terça-feira a domingo das 9h às 17h. Para as trilhas é melhor obter um mapa. Estrada da Cascatinha 850, Alto da Boa Vista. (2492-2252 e 2492-2253).
RESERVA FLORESTAL DO GRAJAÚ: Batismos de escaladas só ocorrem se não chover. É preciso agendar as visitas para liberação de autorização. Crianças podem escalar acompanhadas de responsável. Informações: 3392-9535 e 9573-0602 (Mauricio Votre, do DNAventura). Rua Comendador Martinelli 740, Grajaú
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/zona-norte/grande-tijuca-de-portas-abertas-para-ciencia-5192521#ixzz1xm3WVne6m autorização.
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