Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 29 de junho de 2012

MILÍCIAS NO RIO - Miliciano Carlão teve ajuda interna para fugir do BEP


Ex-PM da milícia encontrou celas abertas, caminho livre e cadeia sem carcereiro


O GLOBO


RIO - Principal matador da maior milícia do Rio, o ex-PM Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, teve ajuda interna para fugir do Batalhão Especial Prisional (BEP) da Polícia Militar, na noite do dia 1º de setembro de 2011. É o que consta da denúncia feita, na quinta-feira, pela promotora Isabella Lucas, da Auditoria Militar. Ela revela que, pouco antes da fuga ocorrer, um capitão “esqueceu” de trancar as galerias onde estavam os presos, entre eles Carlão.

O mesmo oficial, que estava de serviço no BEP e tinha as chaves das celas, também deixou de fazer a conferência dos presos. No entanto, esta não foi a única facilidade encontrada por Carlão para deixar o BEP. Um cabo, que trabalhava como carcereiro e era encarregado de vigiar as celas, se ausentou da galeria onde estava o miliciano, entre 20h e 21h. Foi nesse período que Carlão deixou à cela onde estava, no segundo andar da unidade, passou por três portões até chegar a uma sala da Defensoria Pública, localizada no térreo.

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Ali, de acordo com a denúncia, Carlão passou pelo buraco de um aparelho de ar-condicionado, que foi retirado por ele, e teve acesso a um pátio, onde havia uma guarita desativada. Em seguida, usou uma corda para pular um muro e fugiu.

Dois podem ser expulsos

O oficial e o cabo foram denunciados por deixar, por culpa, “fugir pessoa legalmente presa”. O crime, previsto no Código Penal Militar, prevê pena máxima de um ano de cadeia. No entanto, os dois poderão ser expulsos da Polícia Militar.

Para que isso aconteça, será necessário que o capitão seja submetido a um Conselho de Justificação. Formado por oficiais superiores, o colegiado opinará pela permanência ou não do militar investigado. Se a decisão for pela exclusão da tropa, o destino do capitão terá de ser confirmado pelo comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro. Se houver a ratificação da expulsão, o órgão especial do Tribunal de Justiça, formado por desembargadores mais artigos, analisará a situação, podendo optar ou não, pela exclusão do oficial investigado.

No caso do cabo o procedimento é mais simples. Basta que um conselho de disciplina, formado por militares de maior patente, decida pela retirada da tropa, para que a expulsão se concretize.


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