Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 25 de junho de 2012

SEQUESTROS-RELÂMPAGOS NO RIO - Aumento do número de sequestros-relâmpagos preocupa no Rio


POR VANIA CUNHA
O DIA

Rio - O aumento do número de sequestros-relâmpagos no Rio no início deste ano, alarmante em alguns bairros, despertou para um fenômeno: o emprego de violência, com reféns passando cada vez mais tempo em poder dos criminosos. De janeiro a abril os registros subiram 76%, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Dos 37 casos registrados na cidade do Rio no período, 16 foram na Ilha do Governador. Para as vítimas, cada minuto a mais nas mãos dos bandidos aumenta o desespero.

Secretaria atribui alto índice do crime na Ilha a casos ocorridos na UFRJ 
Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia

“Rezei. Eles não tinham pena da gente e nada a perder. Mesmo com o dinheiro na mão e depois de duas horas rodando vários pontos da cidade, não queriam nos soltar”, relata a farmacêutica G., de 26 anos. Ela foi rendida em Niterói com o namorado. O casal levou coronhadas, teve pertences roubados e foi liberado na entrada de uma favela.

Em Vila Isabel, a crueldade foi maior. Depois de bater no carro e render um casal, os criminosos trancaram as vítimas no porta-malas. “Percorremos três comunidades e disseram que iríamos assaltar com eles, nos obrigando a seguir uma moto que queriam roubar. Foi Deus que nos manteve vivos”, relembrou a técnica de operação J., de 28 anos.

Arte: O Dia

Para Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), há várias hipóteses para o aumentos dos casos. “Com as comunidades pacificadas, as pessoas se sentem mais seguras e se expõem mais ao sair de casa. A migração dos criminosos e o déficit no policiamento explicam a maior incidência em algumas áreas. A única solução é a intensificar o policiamento ostensivo e as investigações”, sugere.

Delegada aposta na ronda policial para reduzir índice

A Secretaria de Segurança Pública informou que o alto índice na região da Ilha pode ser atribuído aos casos ocorridos no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas que a quadrilha que atuava na área foi presa mês passado. Já a delegada Adriana Belém, da 32ª DP (Recreio), onde o número de casos também cresceu, aposta nas rondas diurnas e noturnas para coibir o crime. “Colocamos 12 escalas de rondas na região. É um compromisso meu reduzir esse crime e não estou medindo esforços para isso”.

Paulo Storani dá dicas de como se proteger dos criminosos. “As pessoas precisam planejar antes de sair os horários e caminhos que vão percorrer. O ideal é sempre sair acompanhado e evitar carregar vários cartões bancários e de crédito. Leve somente o estritamente necessário e não ostente joias ou bolsas caras”.

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