CPI da Delta aprova convocação do ex-diretor do Dnit
Relator espera ouvir Luiz Antônio Pagot antes do próximo dia 10 de julho.
Oposição na Assembleia de Goiás questiona ida de Pagot à comissão.
Gabriela Lima
Do G1 GO
A CPI da Delta, realizada na Assembleia Legislativa de Goiás, aprovou nesta terça-feira (26) a convocação do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Os requerimentos para ouvir o ex-superintendente do Dnit em Goiás e Distrito Federal, Alfredo Soubihe Neto, e do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish foram sobrestados, ou seja, adiados até que os parlamentares obtenham novas informações.
Há duas semanas, a CPI mista do Congresso que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados adiou a votação de requerimento para convocar Pagot.
A empresa Delta, durante a presidência de Cavendish, teria supostos vínculos com o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira, segundo investigação da Polícia Federal. Pagot, em entrevistas à imprensa, relatou uso de caixa dois em campanhas eleitorais por PT e PSDB e apontou influência de Cachoeira na demissão dele do Dnit.
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O requerimento para ouvir Pagot foi apresentado pelos deputados governistas Talles Barreto (PTB), relator da CPI, e Túlio Isac (PSDB). O petista Mauro Rubem e o peemedebista Daniel Vilela votaram contra. Por 2 votos a 2, o presidente da CPI, Hélio de Sousa (DEM) desempatou a favor da convocação.
Ao G1, o relator Talles Barreto disse esperar que o depoimento de Pagot à comissão ocorra antes do próximo dia 10. "Estamos investigando os contratos da Delta no estado. A empresa teve grande fatia dos investimentos federais, principalmente nas rodovias. Ele poderá nos esclarecer como são esses processos", justifica o deputado.
Contrário à convocação de Pagot, Daniel Vilela alega não ser competência da Assembleia Legislativa convocar um gestor de recursos federais. "Isso é competência do Congresso. Acho que estamos extrapolando os limites", reclama o peemedebista.
Membros da base do governador Marconi Perillo (PSDB) dizem que Pagot quer falar. Mas para a oposição, essa é apenas uma forma de retaliação ao PT nacional, que tem focado as investigações da CPI no Congresso no governador de Goiás, Marconi Perillo. "Pagot não deveria ser intimado e sim convidado. Se quisesse falar mesmo, ele viria", jutifica Vilela.
O G1 tentou falar por telefone com Luiz Antônio Pagot, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Talles Barreto e Túlio Isac também apresentaram requerimentos para a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de mensagens SMS do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) e do atual prefeito Paulo Garcia (PT). Os pedidos devem ser votados na próxima reunião da CPI, marcada para quinta-feira (28).
A CPI da Delta foi instalada na Assembleia Legislativa de Goiás para apurar o suposto envolvimento de autoridades e políticos goianos com a contravenção, o crime organizado e com as empresas Delta e Gerplan. Empresa de Carlos Cachoeira, a Gerplan ganhou uma licitação em 1996 para gerir os jogos da Loteria Estadual de Goiás.
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