Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 17 de março de 2012

MEIO-AMBIENTE - Sacolas retornáveis conquistam consumidores

Mais de 5 bilhões de sacolas plásticas deixaram de ser produzidas e consumidas no país nos últimos anos
.
.

NAS COMPRAS, a enfermeira Telma usa bolsas retornáveis e evita pegar sacolas de lojas e farmácias: “É uma obrigação moral”
Foto: Fabio Rossi / O Globo
NAS COMPRAS, a enfermeira Telma usa bolsas retornáveis e evita pegar sacolas de lojas e farmácias: “É uma obrigação moral”
Fabio Rossi / O Globo
RIO — Todos os dias, mais de 40 milhões de sacolas plásticas são usadas no Brasil, apontam dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já foi pior. Nos últimos anos, mais de 5 bilhões de sacolas deixaram de ser produzidas, e consumidas, no país. Esta redução se deve em parte a adesão crescente — porém tímida — dos consumidores às sacolas retornáveis, que custam a partir de R$ 1,99 e aparecem, cada vez mais, em supermercados, grifes e até em restaurantes.
— No Rio, são cerca de 180 milhões de sacolas plásticas num mês, o que, apesar de uma quantidade enorme, já representa uma redução de 15% nos últimos dois anos. Mas a procura pelas bolsas retornáveis cresce de forma tímida. É preciso haver mais estímulos para que as famílias deixem de usar a sacola plástica, que é tida como de graça — disse Aylton Fornari, presidente da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj).
No Zona Sul, as vendas das sacolas retornáveis subiram 7,5% em 2011. Mas, segundo Pietrangelo Leta, diretor comercial da rede, ainda existe um longo trabalho pela frente. Fazer o consumidor se lembrar de levar a sacola retornável para o supermercado, explicou, ainda é o maior desafio dessa transição:
— Reduzimos em torno de 3,5% a compra de sacolas de 2010 para 2011, mas ainda está longe da nossa meta.
Leta acrescenta que a rede importa a cada dois meses as suas sacolas retornáveis e negocia com fornecedores redução ainda maior do valor de custo de produção: as mesmas sacolas que custavam R$ 3,99 agora saem por R$ 2,98.
Desde 2009, o Grupo Pão de Açúcar já vendeu mais de 6,1 milhões de unidades de sacolas reutilizáveis, sendo que, desse total, 2,2 milhões foram comercializadas apenas em 2010, e outras 2,6 milhões de unidades em 2011 (excluindo as de dezembro). A rede oferece 13 opções de sacolas reutilizáveis feitas de materiais como lona, TNT ou PET reciclados, com preços de R$ 1,99 a R$ 13,90.
O Walmart, por sua vez, em pouco mais de três anos já vendeu cerca de três milhões de sacolas reutilizáveis, a preço de custo, em todo o Brasil. E, na rede, há até caixas preferenciais para quem não usa sacola plástica. Tudo para reduzir o uso das sacolinhas plásticas em pelo menos 50% até 2013, em todas as suas lojas no Brasil.
Além das redes de supermercados, várias lojas do mundo da moda aderiram à causa verde. A Cantão substituiu os tradicionais sacos plásticos ou de papel por “ecobags”. Para Marta Zollinger, produtora de moda da marca, a mudança veio mesmo sem ser mais vantajosa economicamente:
— A sacola que usamos atualmente é de TNT, mais cara que a de papel ou de plástico. O consumidor gosta delas principalmente porque são mais úteis e bonitas, mas nossa preocupação é cuidar do meio ambiente.
O brechó infantil Bebê Bis também está ligado à sustentabilidade — mas de uma forma diferente. Quem comprar em uma das lojas, no Centro ou em Ipanema, pode sair de lá com uma sacola de outra marca em mãos.
— Nós temos um pequeno estoque de sacolas de outras lojas, onde recebemos os produtos. Achamos melhor reutilizá-las do que gastar uma nova, mas há clientes que não aceitam bem — contou Laura Aguiar, uma das donas do brechó.
A enfermeira Telma Maria Nunes, de 55 anos, tenta abolir as sacolas plásticas há muito tempo. Para ela, cuidar do meio ambiente traz benefícios ecológicos e econômicos. Além de sempre usar as bolsas retornáveis no supermercado, faz questão de não pegar as sacolas de lojas e farmácias.
— Pra mim, isso é uma obrigação moral. Se eu já tiver uma bolsa, por que vou pegar outra?

Nenhum comentário: