Sistema de R$ 1 bi que entrará em operação até 2018 vai ligar capital a Juquitiba
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Artur Rodrigues e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
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A escassez hídrica na Região Metropolitana vai obrigar o governo do Estado de São Paulo a criar um sistema de R$ 1 bilhão para buscar água a mais de 74 km de distância da capital e bombeá-la à altura de 500 metros - o equivalente a dez prédios de 17 andares. O Sistema de Produção São Lourenço deve estar em operação até 2018, mas mesmo assim não será suficiente para atender o crescimento da demanda nos próximos anos.
O sinal verde para o plano deverá ser dado na próxima quinta-feira dia 29, quando está prevista a votação do projeto no Conselho Gestor do Programa Estadual das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Após a liberação, a Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos poderá lançar o edital para as obras, que devem durar de cinco a seis anos após a assinatura do contrato. A operação do sistema deverá custar R$ 500 milhões por ano.
Para se ter uma ideia do tamanho do esforço de subir a água por 500 metros de altura, o Sistema Cantareira, o maior do Estado, tem uma diferença de nível de 100 metros. Mas não havia outra opção, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a não ser investir mais para trazer a água de mais longe. "Ou você tem água ou pede para a população não crescer mais, para as indústrias não virem mais para cá", afirma o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
O sistema vai tirar água da Represa Cachoeira do França, em Juquitiba, na bacia do Rio Ribeira, e alimentar bairros da zona oeste da capital (como Perdizes e Lapa) e municípios do oeste da Grande São Paulo.
A distância e o fato de Juquitiba estar em nível mais baixo do que o destino da água podem elevar o custo de transporte. "A captação está abaixo da Região Metropolitana. Só em termos de consumo de energia para bombear a água, pode ter um valor superior ao custo de tratamento", afirma o professor de engenharia José Carlos Mierzwa, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Déficit. Mesmo com o novo sistema, o problema da falta de água na Região Metropolitana, uma das regiões com maior escassez hídrica do País, não será totalmente resolvido. O Sistema São Lourenço vai adicionar 4,7 metros cúbicos por segundo à capacidade de abastecimento na região, o que é suficiente para a demanda de 1,5 milhão de habitantes. Hoje, funcionam oito sistemas diferentes, que geram uma vazão média total de 67,8 m³ por segundo.
Até 2035, porém, o consumo na Grande São Paulo deve subir cerca de 40%, o que significa que a oferta de vazão precisaria subir ao menos 30 m³ por segundo. A Sabesp quer investir na diminuição de perdas com vazamentos e ligações irregulares para ajudar a resolver parcialmente o problema. "Temos de começar a agir agora para evitar problemas no futuro", afirmou o secretário de Recursos Hídricos, Edson Giriboni. A Região Metropolitana de São Paulo ganha 250 mil habitantes por ano - como se fosse uma nova cidade de Barueri a cada 12 meses.
Para o ambientalista Samuel Barreto, da ONG WWF-Brasil, outro foco deveria ser adotado. "O Estado tinha de apresentar a sua meta de controle de perdas e um plano de economia de água para os setores que mais consomem. É sempre a lógica da obra, sem a perspectiva de melhoria na manutenção e no gasto."
Fonte Estadao
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Artur Rodrigues e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
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A escassez hídrica na Região Metropolitana vai obrigar o governo do Estado de São Paulo a criar um sistema de R$ 1 bilhão para buscar água a mais de 74 km de distância da capital e bombeá-la à altura de 500 metros - o equivalente a dez prédios de 17 andares. O Sistema de Produção São Lourenço deve estar em operação até 2018, mas mesmo assim não será suficiente para atender o crescimento da demanda nos próximos anos.
O sinal verde para o plano deverá ser dado na próxima quinta-feira dia 29, quando está prevista a votação do projeto no Conselho Gestor do Programa Estadual das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Após a liberação, a Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos poderá lançar o edital para as obras, que devem durar de cinco a seis anos após a assinatura do contrato. A operação do sistema deverá custar R$ 500 milhões por ano.
Para se ter uma ideia do tamanho do esforço de subir a água por 500 metros de altura, o Sistema Cantareira, o maior do Estado, tem uma diferença de nível de 100 metros. Mas não havia outra opção, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a não ser investir mais para trazer a água de mais longe. "Ou você tem água ou pede para a população não crescer mais, para as indústrias não virem mais para cá", afirma o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
O sistema vai tirar água da Represa Cachoeira do França, em Juquitiba, na bacia do Rio Ribeira, e alimentar bairros da zona oeste da capital (como Perdizes e Lapa) e municípios do oeste da Grande São Paulo.
A distância e o fato de Juquitiba estar em nível mais baixo do que o destino da água podem elevar o custo de transporte. "A captação está abaixo da Região Metropolitana. Só em termos de consumo de energia para bombear a água, pode ter um valor superior ao custo de tratamento", afirma o professor de engenharia José Carlos Mierzwa, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Déficit. Mesmo com o novo sistema, o problema da falta de água na Região Metropolitana, uma das regiões com maior escassez hídrica do País, não será totalmente resolvido. O Sistema São Lourenço vai adicionar 4,7 metros cúbicos por segundo à capacidade de abastecimento na região, o que é suficiente para a demanda de 1,5 milhão de habitantes. Hoje, funcionam oito sistemas diferentes, que geram uma vazão média total de 67,8 m³ por segundo.
Até 2035, porém, o consumo na Grande São Paulo deve subir cerca de 40%, o que significa que a oferta de vazão precisaria subir ao menos 30 m³ por segundo. A Sabesp quer investir na diminuição de perdas com vazamentos e ligações irregulares para ajudar a resolver parcialmente o problema. "Temos de começar a agir agora para evitar problemas no futuro", afirmou o secretário de Recursos Hídricos, Edson Giriboni. A Região Metropolitana de São Paulo ganha 250 mil habitantes por ano - como se fosse uma nova cidade de Barueri a cada 12 meses.
Para o ambientalista Samuel Barreto, da ONG WWF-Brasil, outro foco deveria ser adotado. "O Estado tinha de apresentar a sua meta de controle de perdas e um plano de economia de água para os setores que mais consomem. É sempre a lógica da obra, sem a perspectiva de melhoria na manutenção e no gasto."
Fonte Estadao
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