Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 27 de março de 2012

EXECUÇÃO NO RIO - Delegado diz que líder comunitário da Rocinha foi executado à tiros

'Execução está clara', diz delegado sobre morte de líder comunitário da Rocinha

POR Adriana Cruz
Ricardo Albuquerque

Rio
- O presidente de uma associação de moradores da Rocinha, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, de 41 anos, foi assassinado ontem, por volta das 15h40, na Travessa Palmas, na Rocinha. Ele levou três dos cinco tiros disparados, pelas costas, no horário de grande movimento de pessoas na viela. A Divisão de Homicídios não descarta a hipótese de a guerra do tráfico ter uma ligação com a execução da vítima. O delegado Rivaldo Barbosa convocou 13 testemunhas para depor. “A execução está clara. Em breve, chegaremos ao autor do crime”, garantiu.

Feijão era presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Barcelos (Amabb) e tinha acabado de sair da sede da entidade, na Travessa Palmas, que interliga a Via Ápia e o Boiadeiro. Segundo testemunhas, a vítima subiu na moto Kawasaki 250, placa LPY-7716, fez a manobra e voltou em direção à Via Ápia. Em frente a uma loja de roupas, um homem a pé, de capacete, disparou à queima-roupa.

Duas empresas em nome de Feijão foram alvos de investigação | Foto: Reprodução

Antes do crime, o bandido entrou na sede da associação de capacete e perguntou à recepcionista se Feijão estava. Ao ouvir da funcionária que ele estava em reunião, o suspeito saiu. A advogada de Feijão, Jaqueline Costa, garantiu que a moto não era dele. Parentes estiveram no local, mas não deram declarações. Sua mulher, Aparecida Silva, foi amparada pela advogada. Ela é mãe do quarto filho da vítima, um bebê de 2 meses.

Uma das hipóteses investigadas pela a polícia é a de que Inácio de Castro Silva, o Canelão, esteja envolvido no crime. Desde a prisão de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, em novembro, ele teria tomado a parte alta. Canelão disputaria o território com Amaro Pereira da Silva, o Neto. Embora seja remanescente da quadrilha de Nem, ele deu um golpe para tomar o poder na parte baixa da favela. A polícia investiga ainda se ele tinha interesse na morte de Feijão.

Ajuda na rendição de bando
Criado na Rocinha, Feijão teria ligação com o tráfico de drogas. Em 2010, ele foi chamado para ajudar na rendição dos dez bandidos que mantinham sob a mira de armas 35 reféns dentro da cozinha do Hotel Intercontinental, em São Conrado. Ele foi flagrado ainda resgatando moto do bando. Feijão também faria compras para Danúbia, mulher de Antônio Bonfim Lopes, o Nem. No cartão de crédito dele, foram identificados gastos em loja de bebê na Barra da Tijuca no valor de R$ 5.893, que seriam para ela.

PROCESSOS NA JUSTIÇA
Feijão respondia a dois processos por crimes como formação de quadrilha e lavagem de dinheiro nas 29ª e 40ª Varas Criminais. Pesavam contra ele as acusações de envolvimento como ex-chefão do pó da Rocinha Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso.

Feijão teria empresas para ocultar os bens do tráfico. Ele, Nem e outros dois réus são acusados de movimentar R$ 1,2 milhão em investigação da Polícia Civil.

Entre compra de carros e rendimentos em empresas do grupo, foram contabilizados mais de R$ 2 milhões. Dia 3 de maio, Feijão teria que sentar no banco dos réus em audiência, às 10h, na 29ª Vara Criminal.


Fonte o Dia

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