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terça-feira, 25 de outubro de 2011

LAVAGEM DE DINHEIRO - Polícia Federal abre outra investigação contra Ricardo Teixeira por compra de avião e ações

Compra de avião, ações e sociedades sugerem lavagem de dinheiro, diz MPF
 
25/10/2011 - 06h22

Roberto Pereira de Souza
Em São Paulo    

O Ministério Público Federal em São Paulo pediu a abertura de mais uma investigação contra Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê de Organização da Copa 2014.
  O pedido foi enviado à Polícia Federal em setembro e o inquérito que apura crime financeiro e lavagem de dinheiro já está em andamento.

Agora, são dois inquéritos abertos pela PF para esclarecer se o chefe da CBF cometeu crime de lavagem de dinheiro. No Rio de Janeiro, por exemplo, o tema central envolve a empresa Sanud, dirigida pelos irmão Teixeira, Ricardo e Guilherme.
Esta empresa aparece na lista de suborno de dirigentes da Fifa, em tramitação na Justiça suíça. O procurador da República, Marcelo Freire, pediu aos policiais federais fluminenses que confrontem a declaração de bens da família de Ricardo Teixeira com o volume de riqueza e movimentação financeira registrados. 

O MPF exige o interrogatório do irmão de Ricardo, Guilherme Teixeira, que responde há dez anos como procurador da Sanud (com sede em paraísos fiscais), no Brasil.

Em São Paulo o caso parece ser mais complicado, como sugere a reportagem publicada pela Folha, em 24 de setembro deste ano: Ricardo Teixeira teria comprado um avião que valeria alguns milhões, diretamente da empresa Cessna. Para fechar o negócio, apareceu a empresa Owen Enterprises LLC. A nota de venda assustou os investigadores de São Paulo: traz o valor da aeronave fixado em US$ 1 ou menos de R$ 2.

Suborno da Fifa envolve Teixeira
MPF quer interrogatório de irmão de Teixeira
MPF vai confrontar riqueza da família Teixeira
PF abre investigação por lavagem de dinheiro
Sanud, de Teixeira, citada em suborno da Fifa
The Economist fala de gols contra de Teixeira

Para ajudar o processo de desconfiança dos investigadores, outra informação: a TAM aceitaria o tal avião usado como parte de pagamento de um jato novo.

 O caso chama a atenção porque o tal avião de prefixo PT-XIB teria sido transferido por R$ 17 milhões à empresa de marketing esportivo, a Brasil 100% Marketing. Antes de assinar contrato de patrocínio com a CBF, a TAM entrou no esquema e legitimou o pacote suspeito. Faltam pedaços racionais na história.
A Polícia Federal terá trabalho duro pela frente devido à ramificação internacional dos negócios.
O resumo das operações sugere crime financeiro, segundo o procurador da República, Sérgio Suiama, que assina o pedido de investigação. De um lado, Ricardo Teixeira que queria trocar um avião Cessna por um jato novo.

A TAM representa a Cessna no Brasil. Não seria necessária a entrada da empresa Owen Enterprises no negócio. Nem seria necessária a entrada da Brasil 100% Marketing disposta a pagar R$ 17 milhões por um aparelho avaliado no máximo em R$ 7 milhões. Luz na trama: Ricardo Teixeira amigos íntimos o comando da Brasil 100% Marketing.

A reportagem da Folha descobre os outros sócios da empresa de marketing:

 “A Brasil 100% Marketing pertence a amigos de Teixeira. Um é o executivo financeiro Cláudio Honigman. O outro, Sandro Rosell, sócio da mulher de Teixeira na Habitat Brasil Empreendimentos Imobiliários e também sócio de Honigman na mesma Brasil 100% Marketing”.

Riqueza da família sob investigação federal


Sanud operou na Fifa, dirigida por Havelange (dir.) 
Os policiais federais de São Paulo ainda terão de avaliar as operações financeiras feitas por Ricardo Teixeira e a corretora de ações, Alpes, dirigida por Honigman. A operação de recompra de ações da corretoara envolve Cláudio Honigman , Ricardo Teixeira e um suposto pagamento de R$ 22,5 milhões.

Como ingrediente extra, ainda existe a investigação em Brasília sobre o gasto do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (preso e deposto por outros escândalos). Ricardo Teixeira promoveu o jogo entre Brasil e Portugal no DF, em novembro de 2008. O governo Arruda pagaria tudo. Mas apareceu uma empresa de marketing a Alianto que emitiu uma fatura de R$ 9 milhões.

O MPF investiga por que um sócio de Teixeira seria também o dono da Alianto. Trata-se de Sandro Rosell, atual presidente do Barcelona e um dos donos da empresa do avião, a Brasil 100% Marketing.

 O negócio para o jogo do Brasil e Portugal foi fechado pela brasileira Vanessa Precht, ex-funcionária de Rosell. A parceria de Rosell, Ricardo Teixeira, Claudio Honigman, Alianto e Vanessa Precht (tendo o avião da TAM como pano de fundo) montam o quebra-cabeças da investigação paulista.
Sandro Rosell, atual presidente do Barcelona, é descrito pela revista The Economist como um ex-diretor da Nike, que mantém relações comerciais com a CBF e Ricardo Teixeira, há mais de uma década

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