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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SAUDE NO RIO - Médicos do Rio protestam contra precariedade do SUS

PAULA BIANCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
DE SÃO PAULO
Enquanto médicos de outros estados cruzaram os braços nesta terça-feira em protesto pelas más condições do SUS (Sistema Único de Saúde), os profissionais do Rio preferiram não aderir a paralisação.

Em vez disso, pela manhã, 80 médicos fizeram uma manifestação em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) para lembrar a falta de recursos e os baixos salários oferecidos aos profissionais conveniados ao sistema.

Atendimento no SUS é paralisado em 21 Estados do Brasil
Paralisação de médicos em Minas é parcial, diz governo

Eles foram recebidos pelo presidente da Comissão de Saúde da assembleia, deputado Bruno Correia (PDT), e entregaram um documento com todas as suas reivindicações.

Segundo a presidente do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro), Márcia Rosa de Araújo, a carência de médicos nos hospitais do Rio é muito grande e parar os serviços iria apenas criar antipatia contra o movimento e aumentar as já longas filas de espera.

"Preferimos mostrar nossa indignação à sociedade em forma de protesto", explica. "Vários serviços estão fechando por falta de médicos. O CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Federal Cardoso Fontes está praticamente parado porque os médicos se aposentaram e não foram repostos".

Araújo reclama um salário de R$ 9.188 para os médicos do SUS -- segundo ela, hoje há concursos oferecendo R$ 1.500, valor insuficiente para atrair e manter os médicos no sistema.

O conselho pede também a convocação imediata de todos os profissionais de saúde aprovados em concursos e efetivação dos temporários, além da definição do plano de cargos e salários pelo Estado e mais vagas para residência médica.

PARALISAÇÃO
O protesto dos médicos contra as baixas remunerações e as más condições de trabalho na rede pública paralisaram os atendimentos em unidades do SUS (Sistema Unificado de Saúde) de 21 Estados do Brasil nesta terça-feira.

Participaram da paralisação durante todo o dia os Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe.

No Estado do Piauí, a paralisação vai durar três dias.
Em São Paulo, houve suspensão do atendimento nos hospitais Emílio Ribas, Hospital do Servidor Estadual, Hospital Geral de Taipas, Hospital Geral da Vila Penteado, Hospital Vila Nova Cachoerinha e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Em Santa Catarina, os médicos pararam por apenas uma hora.

"O SUS é um projeto ambicioso e moderno que serve de exemplo para outros países, mas nós temos problemas. A intenção do protesto não é prejudicar a população, mas chamar a atenção dos poderes Executivo e Legislativo para que se comprometam com o financiamento da saúde pública", disse Jorge Cury, vice-presidente da AMB (Associação Médica Brasileira).

SÃO PAULO
Para chamar atenção para o movimento, médicos "enveloparam" com a bandeira do Brasil a sede da APM (Associação Paulista de Medicina), no bairro da Bela Vista, centro de São Paulo.

Em seguida, fizeram um protesto na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de São Paulo para denunciar as más condições de trabalho. Na rede estadual, salário é de R$ 1.700 e, na capital, de R$ 2.200 para 20 horas semanais.

 Rodrigo Paiva/Folhapress

Médicos de São Paulo seguem para a Câmara Municipal para denunciar as más condições de trabalho

 Fonte Folha

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