Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 11 de abril de 2010

RIO DE JANEIRO/NITERÓI/CHUVAS - Niterói possui 300 áreas com risco de deslizamento


A tragédia no Morro do Bumba é a mesma anunciada para cerca de 300 outras áreas com risco iminente de deslizamento em Niterói. Levantamento realizado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) entre 2005 e 2007 aponta que em pelo menos 14 comunidades carentes do município existem pontos críticos, onde é urgente a realocação de moradores e obras de drenagem e contenção. Especialistas afirmam que embora a prefeitura tenha recebido um plano de prevenção de riscos há 3 anos, as soluções ficaram só no papel.
O estudo tipificou os riscos em 142 áreas. Mas pontos vizinhos também oferecem perigo, e com isso o número dobra. "Nestes locais, onde ocorre intensa erosão do solo, recomendamos o remanejamento de moradores e obras de drenagem e contenção. Estimamos em R$ 19 milhões o custo total para retirar todos os moradores que estão em áreas de risco", explica o professor Elson Antonio do Nascimento, engenheiro especialista em Recursos Hídricos da UFF, que coordenou a elaboração do plano - o mesmo valor da nova torre para o Caminho Niemeyer.
Niterói não possui sequer sistema de medição pluviométrica, considerado fundamental no monitoramento de áreas com risco de deslizamento. "Não sabemos ao certo quanto choveu em Niterói, nossas informações são baseadas em dados do Rio. Um sistema de medição precisa ser implantado nessas áreas críticas. Os equipamentos custam em média R$ 2 mil, mas criamos mecanismos feitos com garrafas PET que poderiam ser utilizados", completa o professor.

Só R$ 50 mil para conter os risco nas encostas
A Prefeitura de Niterói prevê gastar R$1 milhão em obras de macrodrenagem em 2010. No orçamento de 2010, o município previu R$ 50 mil com obras de redução de riscos a desabamentos, 10 vezes menos que a verba prevista para o Caminho Niemeyer. Para a Defesa Civil, são R$ 6,6 milhões, dos quais 97% são para despesa com folha de pagamento pessoal. Segundo o vereador Gezivaldo Ribeiro de Freitas, o Renatinho (PSOL), só R$ 45 mil são para investimentos. Procurada por O Dia, a prefeitura não informou sobre ações para minimizar os riscos de deslizamento.

Especialista defende remoção para o Centro
Coordenadora do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos da UFF, Regina Bienenstein explica que Niterói não tem um plano habitacional que contemple os moradores dos locais de risco: "As pessoas não têm moradia e renda adequadas e vão continuar ocupando encostas. Nada foi feito e é preciso um projeto de habitação. Hoje não tenho notícias disso em Niterói. A cidade tem espaços vazios, sobretudo no Centro, que poderiam ser utilizados para realocar esse moradores. Não adianta retirar as pessoas e levá-las para áreas sem acessibilidade e infraestrutura".
O Dia

 


 

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