Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 17 de junho de 2012

PAREM BELO MONTE - Usina enfrenta protestos de índios e ambientalistas contrários ao impacto da obra


Manifestantes depredam escritório de hidrelétrica de Belo Monte
Usina enfrenta protestos de índios e ambientalistas contrários ao impacto da obra

O GLOBO

Foto aérea mostra ativistas ocupando simbolicamente o sítio de construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, para formar a frase “Parem Belo Monte”, na última sexta-feira (15 de junho)
ATOSSA SOLTANI / AFP


RIO — Manifestantes depredaram no sábado um dos escritórios da empresa responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, em Altamira, no Sudoeste do Pará. Segundo a polícia, imagens das câmeras de vigilância do local permitem identificar cerca de 80 invasores. Foram quebrados computadores, mesas e outros equipamentos. Não houve relato de feridos. O Norte Energia, consórcio responsável pela obra, registrou um boletim de ocorrência na Superintendência Regional da Polícia Civil no Xingu, em Altamira. Peritos foram enviados ao sítio de construção da usina para levantar os danos sofridos pelo escritório. Em entrevista ao GLOBO, o presidente do Norte Energia, Carlos Nascimento, afirmou que o episódio não vai influenciar no andamento das obras.

— Não tem nenhum índio da região envolvido nessa situação. Alguém levou outras etnias à região para essa manifestação. O consórcio fez boletim de ocorrência e vamos no devido tempo tomar providências — disse Nascimento, sem especificar as possíveis reações.

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Na sexta-feira, cerca de 300 índios e ambientalistas ocuparam a região da ensecadeira, uma espécie de barragem de terra construída no Rio Xingu, a cerca de um quilômetro dos canteiros de obras da usina e, com picaretas, fizeram uma série de aberturas na barragem para que o rio voltasse a correr naquele ponto. Em seguida, índios plantaram mudas de açaizeiro e fixaram cruzes e equipamentos agrícolas, como pás e enxadas, para simbolizar o descontentamento das comunidades da região com a construção da hidrelétrica.

Desde que as obras saíram do papel, Belo Monte colecionou brigas com indígenas, ribeirinhos e com o Ministério Público Federal. As obras chegaram a ser paralisadas pela Justiça Federal do Pará no ano passado. Foram movidas 13 ações judiciais pelo MPF para tentar suspendê-las e garantir que os povos indígenas afetados pelo empreendimento sejam consultados.


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