Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 13 de abril de 2010

TECNOLOGIA - Confira dicas para comprar um computador novo


Colunista fala sobre processador, memória e outros itens.
Deixe também sua pergunta na seção de comentários.

Fernando Panissi* Especial para o G1

Olá leitores,

Mais cedo ou mais tarde, chega a hora de comprarmos um computador, seja o nosso primeiro ou trocar o velhinho que já não está mais com tanto gás. Mas você sabe o que deve ser considerado na hora da compra? A coluna de hoje é dedicada a ajudar você nesse processo.

Hoje vemos um monte de anúncios de computador usando como característica a quantidade de GB de RAM que o produto tem e nada mais. Essa variável é importante, mas não é nem de longe o único fator a ser observado. Por isso, vamos por partes:


Reprodução/Reprodução

Existem diversos tipos, formatos e preços de computadores. (Foto: Reprodução)

Comprar ou atualizar
Se você tem um computador muito antigo – e eu entendo por “muito antigo” máquinas com quatro anos ou mais de uso – geralmente vale mais a pena trocá-lo por um novo. As atualizações que podem ser feitas em uma máquina mais antiga muitas vezes não surtem o efeito necessário em desempenho, como aumento de memória, substituição do disco rígido ou mesmo inclusão de placa de vídeo.

Em máquinas mais novas, provavelmente a troca do processador ou mesmo a inclusão de mais memória já surtem um resultado mais satisfatório sem a necessidade de compra de um computador novo.

Comprar um PC pronto ou escolher peça a peça
Para a esmagadora maioria das pessoas, a recomendação é comprar um PC pronto, pois os pacotes oferecidos atendem às principais necessidades dos usuários. Nesses computadores, o nível de personalização do hardware é pequeno e o consumidor escolhe dentre algumas opções fornecidas pela loja.

É importante atentar às variáveis de atualização da máquina na hora de fechar a compra – se é possível expandir a memória RAM, se é possível colocar/trocar a placa de vídeo e afins – e entender como funciona a garantia dessas máquinas.

As máquinas montadas peça a peça são a melhor opção para quem tem um uso específico ou quer escolher (por desempenho ou custo) cada um dos itens. O nível de variação é muito maior, mas o conhecimento necessário para comprar algo que realmente valha a pena também se faz necessário.

Para quem quer entender de forma mais abrangente as partes do computador na hora de comprar uma máquina, escolhendo peça a peça, recomendo a pesquisa em fúruns especializados, como o Clube do Hardware ou o Guia do Hardware.

Processador
O mercado dos processadores é dominado pela Intel. Porém, nunca se pode descartar os processadores da AMD, tão poderosos quanto. Nesse quesito, a marca não é tão importante, pois ambas têm qualidade garantida. Mas é importante ficar de olho na geração do processador. A Intel, por exemplo, está lançando a linha Core 2010, que já foi assunto de uma coluna aqui.

Os processadores anteriores a família Core 2010 (Core2Due, QuadCore e afins) passarão a ser uma opção mais em conta com a venda dos processadores novos – que, como são dispositivos de múltiplos núcleos (2 nos duo e 4 nos Quad), desempenham bem sua função mesmo para aplicações mais pesadas.

Uma dica importante para quem trabalha com planilhas muito grandes (Excel): agora é a hora de pensar em um processador e sistema operacionais de 64 bits. A Microsoft irá incluir suporte a esse tipo de arquitetura na próxima versão do Office que está para ser lançado, o Office 2010, dando a possibilidade de termos planilhas maior e mais agilidade ao manipular os dados.

Os processadores da AMD costumam ser um pouco mais baratos do que os equivalentes da Intel, tornando-os uma boa opção para quem quer capacidade de processamento a um custo mais acessível. Para ir um pouco mais a fundo nos processadores AMD, recomendo a leitura deste artigo e para processadores Intel, deste.



Reprodução/Reprodução

Processadores Intel e AMD sempre concorreram. Quem sai ganhando é o consumidor. (Foto: Reprodução)

Memória
A memória RAM é um fator crítico na hora de comprar um computador. Os principais padrões do mercado são DDR2 e DDR3. A maioria dos computadores hoje está sendo comercializada com memórias DDR2 de 800Mhz. As memórias DDR3 são mais caras e são pré-requisito nas placas-mãe para os novos processadores Core 2010 da Intel.

Claro que existem placas-mãe que suportam os pentes DDR3 e processadores de geração anterior. O custo pode ser determinante entre os tipos de pente de memória. As DDR3 são um pouco mais caras do que as DDR2.

Eu não recomendo comprar um computador com menos de 2 GB de memória independente de qual o uso do computador. Lembrando que computadores mais antigos e que usam sistemas operacionais de 23 bits, como o Windows XP, não reconhecem mais de 3GB de RAM mesmo o computador tendo mais que isso.

Então, se for comprar um PC com mais de 3GB de RAM adote um sistema operacional mais atual, como o Windows 7 ou uma distribuição do Linux, como o Ubuntu.

Disco rígido
Foi-se o tempo em que espaço em disco era um problema. O custo de discos com capacidade acima do 500GB é bastante atraente – algo em torno de R$ 200 a R$300, dependendo da loja.

Os computadores hoje saem das lojas com HDs SATA II, e eu não recomendo comprar máquinas com disco rígido IDE por serem mais lentos, afetando o desempenho geral da máquina.

Com relação ao tamanho do HD, a diferença de preço entre unidades de 80 GB para unidades de 500 GB gira em torno de R$ 100, não valendo mais a pena comprar um disco com menos de 160 GB. Mas a imensa maioria das pessoas jamais vai usar todos os GBs do HD.

Para quem quer mais desempenho, recomendo comprar sempre 2 discos de boa capacidade, ficando um para rodar o sistema operacional e o segundo para armazenar os arquivos pessoais.


Reprodução/Reprodução

Discos atuais, com diversas partes mecânicas e os novos SSD apenas com chips. (Foto: Reprodução)


Agora, a tecnologia do momento em termos de disco rígido é o SSD – ou, sem abreviar, "Solid State Disks" (discos de estado sólido) –, que funciona da mesma forma que os discos convencionais, mas sua tecnologia não é baseada em discos magnéticos com uma cabeça de leitura e motores, como os HDs convencionais, e sim em memória flash, como nos pen drives e cartões de memória.

Os discos SSD conseguem acessar mais rapidamente os dados, menor consumo de energia, são mais resistentes a choque e também são silenciosos. Além, é claro, de não serem tão quentes quantos os discos normais.

O grande problema ainda é o custo desses dispositivos. É muito mais caro ter um computador com disco sólido do que com disco normal. Alguns modelos mais caros de fabricantes como Dell já saem de fábrica com esses discos.

Placa de vídeo
Ter uma placa de vídeo hoje não é tão relevante quanto há 5 ou 10 anos. Quando surgiram os primeiros vídeos on-board, a qualidade desses dispositivos era sofrível e para que o consumidor pudesse usufruir melhor do seu computador era altamente recomendado que tivesse um computador com vídeo off-board.

Hoje a história é outra. Para a maioria das pessoas, que não usa o PC para aplicações gráfica ou jogos mais pesados, as placas de vídeo que acompanham as placas-mãe são muito boas. Até jogos menos elaborados rodam bem nessas placas.

Agora, se você quer um computador para jogar e para aplicações mais pesadas de 3D ou trabalhar com imagens, o ideal é ter uma ou mais placas de vídeo. Neste artigo, eu falei das tecnologias crossfire e SLI para usar mais de uma placa de vídeo no PC.

Pelo menos 2 segmentos dos processadores da família Core 2010 da Intel vêm com a placa de vídeo incorporada ao processador, o que é uma grande vantagem para usuários desses processadores. Claro que mesmo assim o desempenho fica abaixo das placas “off-board”.

Monitor
Hoje não vale a pena comprar monitores que não sejam LCD, o custo desses equipamentos está bastante acessível. Nem sempre uma tela muito grande é uma solução, o ideal é comprar uma tela bem dimensionada para o espaço onde o PC vai ficar instalado.

Eu acredito que hoje o menor tamanho de tela é de 17' widescreen. Os sistemas operacionais e aplicativos atuais estão mais dimensionados para telas grandes do que para os antigos monitores de 15 polegadas.

A conexão do monitor também é importante, se quiser usar mais qualidade, dê opções para telas com entrada HDMI para ver vídeos em alta definição. Claro que a placa de vídeo precisa ter esste tipo de saída.

Blu-Ray
Unidade de CD ROM é coisa do passado e enxergo o DVD seguindo pelo mesmo caminho. A tendência das mídias desaparecerem é relativamente real, mas por enquanto o babado do mercado são as mídias Blu-Ray. Claro que o custo de uma unidade de leitura Blu-Ray ainda é alto, mas pode valer a pena já comprar um computador com um leitor desses.

E você leitor, que dicas pode compartilhar sobre a compra de computadores? Tem dúvidas sobre tecnologia e internet? Não perca tempo e deixe sua mensagem na caixa de comentários abaixo.

Na quinta-feira, estarei de volta com um pacotão de dúvidas.

* Fernando Panissi é especialista em tecnologia e internet, formado em Sistemas de Informação com extensão em gestão. É professor universitário e ministra cursos de extensão em desenvolvimento de sistemas. Vive a internet e suas excentricidades desde 1995 e, nesta coluna, irá compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre os mais variados temas ligados à internet, computação e tecnologia. Também tira as dúvidas deixadas pelos leitores na seção de comentários.
 
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