Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Aniversariante do Dia: Leonel Brizola


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Leonel de Moura Brizola[1] (Carazinho, 22 de janeiro de 1922Rio de Janeiro, 21 de junho de 2004) foi um político brasileiro.
Lançado na vida pública por Getúlio Vargas, foi o único político eleito pelo povo para governar dois estados diferentes (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) em toda a História do Brasil. Exerceu também a presidência de honra da Internacional Socialista.
Nascido no vilarejo de Cruzinha, hoje interior de Carazinho, então pertencente ao município de Passo Fundo, era filho de camponeses migrados de Sorocaba. Batizado como Itagiba de Moura Brizola, cedo adotou o nome de um líder maragato da Revolução de 1923, Leonel Rocha.
Foi prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e governador do Rio Grande do Sul, deputado federal pelo Rio Grande do Sul e pelo extinto estado da Guanabara, e duas vezes governador do Rio de Janeiro.
Sua influência política no Brasil durou aproximadamente cinqüenta anos, inclusive enquanto exilado pelo Golpe de 1964, contra o qual foi um dos líderes da resistência.
Por duas vezes foi candidato a presidente do Brasil pelo PDT, partido que fundou em 1980, não conseguindo se eleger. Morreu aos 82 anos de idade, vitimado por problemas cardíacos.

Índice



Vida política

A vida política de Brizola pode ser dividida em três fases: antes do Golpe de 1964, vida no exílio e pós-anistia.
Vida política antes do Golpe de 1964
Ingressou na política partidária no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo assumido sua primeira candidatura a cargo eletivo por recomendação pessoal de Getúlio Vargas – seu padrinho de casamento.
Casado com Neusa Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart, com ela teve 3 filhos: Neusa, José Vicente e Otávio. Exerceu considerável influência política durante o mandato de seu cunhado. Alguns historiadores citam que Brizola, por muito tempo, pressionava Goulart para ser nomeado Ministro da Fazenda, e que suas pretensões eleitorais para com uma Reforma Agrária (bem como de outros líderes da esquerda, como Miguel Arraes) tenham sido um dos ignitores do Golpe de 1964, provocado pelos militares de tendência fascista, mancomunados com os Estados Unidos da América e setores conservadores da sociedade. Brizola não se fartava de usar a frase "Cunhado não é parente, Brizola pra presidente" como slogan pré-eleitoral (na época, havia lei que impedia que parentes do presidente concorressem à sua sucessão). Pesquisas eleitorais visando o não realizado pleito presidencial de 1965 apontavam Brizola como um dos 3 candidatos com reais chances de vitória, ao lado de Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, os dois primeiros não agradando nem aos Estados Unidos da América nem às oligarquias brasileiras.
A renúncia de Jânio Quadros
Brizola era governador do Rio Grande do Sul quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Foi ele quem comandou a resistência civil às pretensões golpistas dos militares e segmentos conservadores e oligárquicos da classe política de impedir a posse do vice-presidente constitucionalmente reeleito, pelo voto legítimo popular, João Goulart, ocasião em que corajosamente deflagrou a chamada "Campanha da Legalidade".
Em 1962 Brizola se elege deputado federal pelo extinto estado da Guanabara pela sigla do PTB. Recebeu a maior votação no país até aquela data, com um total de 269 mil votos.
Como deputado federal, Brizola passou a viajar pelo país promovendo debates e conferências. Numa destas conferências, em Belo Horizonte, foi impedido de falar por um grupo de senhoras religiosas orientadas por setores conservadores (o que o levou a sugerir que a democracia não se acovardaria frente a rosários, causando certo mal estar num país de maioria católica).
O governo Jango
Durante o mandato na Câmara Federal, Brizola lutou para que o governo Jango adotasse as Reformas de Base, que tocavam em temas que seriam símbolo da carreira política (como a limitação da remessa de lucros ao exterior e a Reforma Agrária). Estes temas incomodavam os latifundiários e os norte-americanos. Tornou-se um dos líderes da Frente de Mobilização Popular.
Em 1963, Brizola conclamou a população a se organizar em grupos de onze pessoas, movimento que ficou conhecido como "grupos dos 11", para pressionar o governo a realizar mais rapidamente as Reformas de Base. Naquele tempo Brizola e outros grupos de esquerda estavam afastados do presidente, por julgar que Jango tentava conciliar demais com as forças conservadoras.
No ano de 1964, o Brasil presenciou o ponto culminante da radicalização ideológica entre esquerda e direita. Era tido como esquerdistas políticos pró-Jango, setores legalistas do alto-comando das Forças Armadas, ala progressita da Igreja Católica. Militares de baixa patente (cabos e sargentos) e estudantes de universidades adeptos das Reformas de Base também se somavam a esse grupo. Os líderes de maior expressão da esquerda, além de Jango e Brizola, eram Miguel Arraes e Francisco Julião. Para a direita convergiam políticos anti-janguistas, setores não-legalistas do alto comando militar, núcleos conservadores da Igreja, banqueiros, grande empresariado urbano e rural e estudantes de alta classe social, contrários às reformas. As lideranças de maior destaque deste grupo eram Carlos Lacerda, Magalhães Pinto e Adhemar de Barros.
No dia 13 de março, Jango promoveu um grande comício em frente a Central do Brasil (que ficou conhecido como Comício das Reformas ou Comício da Central,[1] no Rio de Janeiro, onde Brizola fez um discurso inflamado que acusava o Congresso de ir contra as aspirações populares, pedindo uma Assembléia Constituinte.
Nessa época, Brizola assustava os conservadores devido ao radicalismo das propostas. Era a farsa do perigo comunista, anunciado pelos que temiam um auto-golpe de Jango que estabeleceria um regime no estilo cubano, alijando do poder as classes até então dominantes e cessando seus privilégios. O cenário mundial favorecia o medo de um "perigo comunista", na medida em que China, Cuba, Vietnã e Guerra Fria passavam por revoluções comunistas e implementavam o regime. A mídia norte-americana também ajudava a criar esse clima de "caça às bruxas", pois os Estados Unidos da América temiam um regime socialista no Brasil, considerado por eles como sua área de influência.
O Golpe
Em 31 de Março de 1964, os militares não-legalistas depõem Jango do poder, com apoio ostensivo de setores oligárquicos da sociedade temerosos com o rumo esquerdizante do governo Goulart. As promessas de manutenção da democracia e de realização das eleições presidenciais de 1965 não foram cumpridas e uma ditadura de cunho fascista militar se instalou no Brasil, perdurando por 21 anos, causando perseguições políticas, torturas, abusos de poder e assassinatos.
Os dias seguintes ao golpe
Brizola tentou organizar uma resistência ao golpe a partir do Rio Grande do Sul, para onde se dirigiu João Goulart no dia 2 de abril de 1964; Jango preferiu não ouvir os conselhos de Brizola e general Ladário Telles, que desejavam a luta armada e preferiu sair do Brasil rumando para o exílio no Uruguai. Sem apoio, Brizola também foi para lá, onde viveu alguns anos, até ser perseguido naquele país, por intervenção do regime militar brasileiro. Seu nome estaria na primeira lista de cassados pelo Ato Institucional Número Um, em 10 de abril de 1964, junto com 102 pessoas, incluindo João Goulart, Jânio Quadros, Luís Carlos Prestes e Celso Furtado.
Vida no exílio
No Uruguai, Brizola acabou se tornando um ponto focal para o encontro de outros descontentes com o regime militar. Assim que chega, reúne todos os exilados em um cinema e faz um discurso inflamado,[2] iniciando a organização do grupo de exilados e criando o embrião do que viria se tornar o Movimento Nacionalista Revolucionário, possivelmente o desencadeador da luta armada no Brasil [2].
Em janeiro de 1965, Brizola teria assinado o Pacto de Montevidéu, que criava uma frente revolucionária, a Frente Popular de Libertação. Teriam assinado também Max da Costa Santos, José Guimarães Neiva Moreira,[3] Darcy Ribeiro e Paulo Schilling, além de representantes da Ação Popular (AP), com Aldo Arantes, do Partido Comunista Brasileiro (PCB), com Hércules Correia dos Reis, do Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT), com Cláudio Antônio Vasconcelos Cavalcanti, e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).[4] A Frente, que deveria organizar ações de sabotagem e guerrilha, não chegou a nenhum resultado prático.[5]
Segundo esta fonte, sua estratégia incluía iniciar três focos de guerrilha simultâneos: no norte do Rio Grande do Sul, sob a liderança de Amadeu Felipe da Luz Ferreira, ex-sargento, no centro do Brasil, sob a liderança de Flávio Tavares, e no Mato Grosso, sob a liderança de Dagoberto Rodrigues. O grupo de Amadeu acabaria transferido para Caparaó, região da Serra do Mar,onde se organizou mas acabou se rendendo sem combates.[6]
Já em 1967 o MNR estava destroçado pela repressão e se dissolveria, indo parte de seus militantes para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e outra fundando o Movimento Armado Revolucionário (MAR).[7]


Moniz Bandeira e Brizola em Paris.
Segundo Darcy Ribeiro,[8] Brizola continuaria no Uruguai tentando organizar a luta armada contra a ditadura, até ser expulso e conseguir asilo, surpreendentemente, nos Estados Unidos e depois em Lisboa, onde, com o apoio de Moniz Bandeira, iniciaria os contatos com Internacional Socialista, Mário Soares, Willy Brandt, François Mitterrand e planejaria a reorganização do PTB.
Pós-anistia
Com a anistia brasileira de fins da década de 1970, retornou ao Brasil. Com a reversão do sistema bipartidário antes imposto pelo regime militar, Brizola quis assumir a antiga legenda PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), mas perdeu a disputa do registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio. Fundou, então, juntamente com outros trabalhistas históricos e novos simpatizantes, o PDT. O partido viria a se juntar à Internacional Socialista em 1986, quando Brizola foi elevado a vice-presidente da entidade. (Poucos meses antes de morrer, Brizola foi feito presidente de honra da IS).
Na primeira eleição de que participa após o exílio, Brizola é eleito governador do Rio de Janeiro no ano de 1982. A eleição vinha sendo disputada por Sandra Cavalcanti (PTB), Lisâneas Maciel (PT), Moreira Franco (PDS) e Miro Teixeira (PMDB), que perdem força com a entrada de Brizola no páreo. Tal eleição foi marcada pelo caso Proconsult.
O projeto principal e mais polêmico de suas duas gestões no governo fluminense foram os Centros Integrados de Educação Pública, os Cieps. Trata-se de escolas idealizadas, na sua concepção pedagógica, pelo professor Darcy Ribeiro. Seus prédios diferenciam-se bastante do de escolas tradicionais e têm o desenho arquitetônico de Oscar Niemeyer. Foram construídos, na sua maioria, em favelas e regiões da periferia da capital e do estado. Isso consolidou o brizolismo entre os eleitores destas áreas que batizaram os Cieps de Brizolões.
Os opositores diziam que os Cieps eram "caros, de custosa manutenção", ignorando a importância do projeto, que visava a manter crianças dentro do ambiente escolar durante a maior parte do dia. E ainda acusavam Brizola de "utilizar os centros como arma de propaganda eleitoral" visando à conquista do eleitorado de outros estados pois muitos foram erguidos na beira de rodovias. Entretanto, estes mesmos opositores acabaram por reconhecer a importância da Educação para o desenvolvimento do Brasil, importância esta muito divulgada por Brizola. Isso não impediu que, após o governo Brizola, os CIEPs tenham sido, em grande parte, sucateados pelos oposicionistas.
Embora tenha sido um dos mais exaltados opositores das ações do governo Collor, principalmente no tema das privatizações, Brizola estabeleceu relações cordiais com o presidente, justificando-as como necessário relacionamento respeitoso entre um governador de estado e o presidente, em face dos interesses da administração pública.. Foi um crítico severo da CPI que investigava o esquema de Paulo César Farias pelas vinculações que os integrantes da CPI atribuíam entre o esquema PC e presidente da República e afirmava que o presidente estava sofrendo um golpe. Esse fato causou um desgaste enorme para Brizola junto ao seu eleitorado e a seus aliados políticos. Após isso, Brizola não conseguiu mais vencer nenhuma eleição que disputou.
Em 1998 apoiou o candidato de seu partido ao governo do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. A vitória deste na eleição levou o brizolismo de volta ao poder estadual. Entretanto, Anthony Garotinho acabou por distanciar-se das idéias de brizola e deixou o PDT.

 

O discurso brizolista




Brizola era facilmente reconhecido por sua forma de falar e por seu pensamento. Sua fala, carregada do sotaque e de expressões gaúchas que parecia cultivar, era quase que uma marca registrada. Não era difícil imitá-lo.
Sua retórica era inflamada. Não perdia oportunidade para criar caricaturas verbais de seus oponentes, como ao chamar Lula de "Sapo Barbudo" e Moreira Franco de "Gato Angorá". Era um orador carismático, capaz de provocar reações fortes entre partidários e adversários. Seu discurso era baseado em pontos como a valorização da educação pública (tão divulgada atualmente mas ignorada pelos políticos de direita no passado) e a questão da "perdas internacionais" (pagamento de encargos da dívida externa e envio de lucros ao exterior).

 

Realizações



Leonel Brizola.
Como secretário de Obras
  • Ponte sobre o rio Guaíba
  • Ponte sobre o rio Pardo
  • Reaparelhamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER).
  • Ampliação e construção de estradas
  • Estação Ferroviária Diretor Augusto Pestana, em Porto Alegre
  • Implantação do trem diesel Minuano
  • Melhorias no Aeroporto Salgado Filho
  • Reequipamento do Departamento Aeroviário do Estado
  • Reaparelhamento do Departamento de Portos, Rios e Canais
  • Implantação de 23 portos lacustres e fluviais
  • Construção de 40 hidráulicas no interior do Estado
  • Início da construção de grande número de escolas públicas.
Como prefeito de Porto Alegre
  • Construção de 137 escolas primárias para 35 mil alunos;
  • Canalização de água em todas as vilas populares;
  • Implantação de 110 km de rede de água
  • Implantação de mais de 80 km de rede esgoto
  • Construção da Hidráulica São João e aumento das hidráulicas Moinhos de Vento| e Cristo Redentor
  • Remodelação, alargamento e iluminação de avenidas;
  • Dragagem e aterro do rio Guaíba;
  • Renovação da frota de ônibus públicos;
  • Implantação dos ônibus elétricos trolleybus;
  • Criação do Parque Saint'Hilaire;
  • Remodelação e construção de grande número de parques e campos populares de futebol;
  • Criação do Programa Integrado de Reaparelhamento de Equipamentos Rodoviários

Principais ações do governo Brizola no Rio Grande do Sul

Educação
A principal realização de Brizola no Rio Grande do Sul (1959-1963) foi a multiplicação das escolas. Como governador do estado repetiu, em escala estadual, o que já havia feito em seu mandato como prefeito de Porto Alegre. Criou uma rede de ensino primário e médio que antigiu os municípios mais distantes, inclusive nas zonas do pampa.
Estatização de empresas estrangeiras
Uma das medidas mais polêmicas na carreira política de Brizola foi a encampação das empresas norte-americanas Bond and Share e ITT. Tal fato gerou mal estar nas relações Brasil - EUA.
Reforma agrária
A constituição gaúcha garantia a entrega de terras aos agricultores, sempre que surgissem abaixo-assinados, com o mínimo de cem firmas, solicitando as terras. Brizola estimulou os abaixo-assinados em acampamentos de agricultores e criou o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (IGRA).

 

Principais ações do governo Brizola no Rio de Janeiro

Educação
Os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) foram o principal projeto educacional dos dois governos Brizola no Rio de Janeiro. Idealizados e planejados por Darcy Ribeiro na parte organizacional e pedagógica, e por Oscar Niemeyer na concepção arquitetônica.
Sambódromo


Com Niemeyer, em 2002, na casa do arquiteto.
Em 1983, Brizola encomendou a Oscar Niemeyer o projeto de construção de um espaço definitivo para os desfiles das escolas de samba, ponto alto do carnaval carioca. Até então as arquibancadas eram montadas e desmontadas e o local do espetáculo não era fixo. Daí surgiu a Passarela do Samba Darcy Ribeiro, conhecido nacionalmente como Sambódromo.
Linha Vermelha
Em 1992 o Brasil sediou a conferência Rio 92 que reuniu chefes de Estado do mundo todo para discutir temas relacionados ao meio ambiente. Preocupado com o deslocamento das autoridades, Brizola deu início, em parceria com o governo federal, a construção da Via Expressa Presidente João Goulart, mais conhecida como Linha Vermelha.
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Inaugurada em 1993, com sede em Campos dos Goytacazes e unidades em em Macaé (Petróleo e Gás), Itaperuna (Engenharia Agrária), Santo Antônio de Pádua (Veterinária) e Itaocara (Agricultura), é uma universidade modelada no MIT, com objetivo à formação de cientistas e tecnólogos. Suas instalações foram projetadas por Oscar Niemeyer.

Polêmicas

PTB
Em 1979 o Brasil teve a anistia e os que foram exilados pelo regime militar puderam retornar ao país. Brizola retorna e, com a nova lei partidária, tenta reorganizar seu antigo PTB. Porém, Ivete Vargas o derrota na justiça e consegue para si a sigla partidária. De acordo com a avaliação de Brizola e demais dirigentes do PDT, o PTB de Ivete Vargas passou a ser um partido de direita (como de fato acabou por distanciar-se do seu passado trabalhista). Em 1982 a legenda de Ivete lança como candidato ao governo paulista Jânio Quadros e para o fluminense Sandra Cavalcanti. Ambos militaram na antiga UDN, partido de direita rival dos trabalhistas. O atual PTB nega que seja um partido de direita, embora tenha uma postura identificada como tal desde seu ressurgimento, em 1980. A cena em que Brizola rasga uma folha de papel com a inscrição PTB, numa coletiva à imprensa, é a marca simbólica do fim de um sonho para os brizolistas.
Neusinha Brizola
A imprensa explorou bastante os atritos públicos que ele teve com sua filha Neusa Goulart Brizola (Neusinha). Quando jovem se lançou na carreira de cantora, emplacando um único sucesso: Mintchura (1980). Às vésperas das eleições municipais, Neusinha posou nua para a Revista Playboy. Chegou a fazer as fotos, mas seu pai - então governador - impediu a revista de publicá-las, contra a vontade de Neusinha e o contrato assinado por ela. Além disso, a imprensa noticiava com frequência o envolvimento de Neusinha com as drogas, por conta de sua dependência química. Os escândalos e sua consequente exploração política pela imprensa geraram o rompimento de relações entre Brizola e Neusinha. Posteriormente, pai e filha se reconciliaram.
Favelização e Violência
A política de Segurança dos Governos de Leonel Brizola no Estado do Rio de Janeiro, é apontada por seus opositores como um dos fatores preponderantes para a situação caótica em que se encontra a segurança pública carioca atualmente. Sua política de respeito e valorização dos trabahladores favoreceu o aumento de ocupações do espaço urbano causando uma proliferação de novas comunidades. Também em respeito aos excluídos, o governo de Brizola proibiu as violentas incursões policiais que hoje promovem um verdadeiro banho de sangue na Cidade Maravilhosa.
Rock in Rio
Após o termino da primeira edição do festival, Brizola mandou demolir a Cidade do Rock (local do evento), já que a organização do evento pedira o uso do terreno em caráter provisório, mas queria manter a posse após o fim do festival. Cumprindo determinação judicial, Brizola ordenou sua demolição para a reintegração de posse ao património do Estado.
Plano Cruzado
Em março de 1986 o presidente Sarney e sua equipe econômica liderada pelo ministro da fazenda Dilson Funaro lançaram o Plano Cruzado de combate à inflação, sendo o principal ponto o congelamento dos preços. Sarney apelava à população para que todos se tornassem fiscais e denunciassem fraudes ao congelamento de preços. A popularidade de Sarney aumentou num ano de eleição para os governos estaduais. No programa de televisão de seu partido, Brizola denunciou que o plano econômico era apenas uma estratégia para garantir a vitória do PMDB, partido de Sarney, na maioria dos estados e que depois das eleições a inflação voltaria. A previsão de Brizola veio a se confirmar: o PMDB elegeu governadores em 22 dos 23 estados da época e após as eleições houve a liberação dos preços, com a volta da inflação.
Briga com a Rede Globo
Marcaram bastante na carreira de Brizola os desentendimentos que teve com os grandes monopólios da comunicação, em especial com as Organizações Globo.
Roberto Marinho, que controlava o jornal O Globo e a Rádio Globo, fez pressão contra Brizola quando este postulava o cargo de Ministro da Fazenda de João Goulart. Marinho foi um dos empresários que apoiou o Golpe de 1964, golpe que forçou Brizola a ir para o exílio, e acabou por lucrar muito neste regime sanguinolento, transformando o pequeno Jornal O Globo (antes da ditadura militar) em um império do setor de comunicação (durante e após o período da ditadura).
Em 1982 Roberto Marinho foi acusado de participar do caso Proconsult, que visava impedir a vitória de Brizola na eleição para governador de 1982, favorecendo Moreira Franco. O plano de fraude eleitoral foi denunciado pelo Jornal do Brasil e abortado após Brizola denunciá-lo pessoalmente na imprensa.
Em 1984 Brizola quebrou o monopólio da Rede Globo na transmissões de carnaval, concedendo o direito também à Rede Manchete. A emissora de Marinho então desistiu de cobrir o evento. A expressiva queda de audiência durante os desfiles fizeram a Globo recuar e aceitar transmitir o evento a partir de 1985 em pool com a Manchete.
Em 1989 Brizola, que liderava as pesquisas de opinião para eleição presidencial, se sentiu sabotado pela Rede Globo após esta ter veiculado acusações pessoais contra ele em rede nacional. Brizola encarou o fato como um favorecimento da Globo a candidatura de Fernando Collor de Melo, ex-governador de Alagoas e que acabou por vencer o pleito.
Em 1992, Roberto Marinho, em um editorial no jornal O Globo e no noticiário Jornal Nacional, chamou Brizola de "senil". Isso valeu direito de resposta a Brizola no Jornal Nacional, que foi lido por Cid Moreira, dois anos depois, em 1994.
Ainda em 1994, Brizola teve outro sério atrito com a TV Globo, após exibição de uma reportagem sobre Neusinha Brizola, onde ela lhe fazia pesadas críticas. Anos depois, Brizola ganharia direito de resposta na emissora.
Boato do "El Ratón"
Algum tempo após Brizola ser obrigado a ir para o exílio, surgiu um boato, divulgado pela imprensa de direita, a respeito de um acontecimento que teria gerado uma discórdia entre o presidente de Cuba Fidel Castro e Brizola.
Pelo boato, Brizola teria tido um encontro em Cuba com Fidel para tentar conseguir deste apoio financeiro para a organização de um movimento armado contra o regime militar brasileiro. Fidel então teria dado a Brizola cerca de 1 milhão de dólares para financiar a denominada Revolução Socialista no Brasil.
O que teria acontecido após esse encontro, segundo este boato, é que Brizola teria dado uma ínfima parte do dinheiro para pouquíssimos aliados revolucionários e teria embolsado a maior parte do dinheiro que recebera, utilizando o dinheiro para comprar fazendas no Uruguai e na Austrália, o que explicaria o grande patrimônio acumulado por Brizola durante os anos de exílio.
Pelo boato, após tomar conhecimento do ocorrido, Fidel Castro teria ficado muito aborrecido com Brizola e passado a se referir a este como "El Ratón" (o Rato, em espanhol).
Alguns anos depois, durante uma visita ao Brasil já após a redemocratização, Fidel Castro teria afirmado a um colunista do Jornal do Brasil que jamais houvera "El Ratón", o que pode ser encarado então como um desmentido oficial de Fidel Castro.
Declarações polêmicas
  • Eleições de 1989
No terceiro em uma série de debates televisionados ao vivo no primeiro turno, na Rede Bandeirantes, Brizola discutiu duramente com o presidenciável Paulo Maluf, cuja carreira foi ligada a setores conservadores. Num dado momento do debate este chamou Brizola de desequilibrado. Logo em seguida, diante dos convidados(os que assistiam o debate) que "apoiariam" em peso o presidenciável do PDS, na ótica de Brizola, respondeu chamando-os de filhotes da ditadura e completou dizendo que estes todos engordaram na ditadura. O apelido de filhote da ditadura acabou por acompanhar Maluf por muitos anos.
Ao ser indagado, maldosamente, por uma repórter da TV Globo se teria fugido para o Uruguai vestido de mulher, Brizola respondeu Sim, tua mãe me emprestou as calcinhas. No programa Show de Calouros, de Sílvio Santos, respondendo à mesma pergunta feita então por Sérgio Mallandro, Brizola, um tanto aborrecido, respondeu que na verdade fugiu para o Uruguai vestido em farda militar.
Ao ser indagado sobre apoiar Lula no segundo turno, Brizola disse: Cá para nós: um político de antigamente, o senador Pinheiro Machado, disse que a política é a arte de engolir sapos. Não seria fascinante fazer esta elite engolir o Lula, esse sapo barbudo? Vamos no menos pior, pelo menos…. Essa declaração causou revolta na campanha de Lula, que passou a ser conhecido, ironicamente, como sapo barbudo.
  • Lula e alcoolismo
A última polêmica em que Brizola se envolveu foi por ocasião de entrevista ao jornalista estadounidense Larry Rohter (correspondente do The New York Times), na qual mencionou o suposto "alto consumo habitual de bebidas alcoólicas" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na matéria jornalística, o jornalista utilizou a declaração de Leonel Brizola, entre outras fontes, para fundamentar uma acusação de alcoolismo contra o presidente Lula.
Desafetos políticos
  • César Maia - assessor direto de Brizola em suas campanhas, Cesar Maia rompeu com Brizola ao apoiar publicamente o plano econômico de Fernando Collor em 1990, quando era o nome mais cotado para concorrer ao governo do estado do Rio. Migrou, na época para o PMDB, e hoje está no DEM.
  • Marcello Alencar - aliado de Brizola, prefeito do Rio indicado por ele em 1983, apoiado por ele nas eleições de 1988 e um de seus possíveis sucessores na liderança do PDT, Marcello Alencar começou um rompimento com Brizola em 1992, quando era prefeito do Rio de Janeiro, e discordou da posição de Brizola em escolher Cidinha Campos como candidata a prefeita. Marcelo queria indicar seu colaborador Luiz Paulo Correia da Rocha e foi impedido. Migrou então para o PSDB levando seu grupo político que estava dentro da legenda pedetista.
  • Anthony Garotinho - político de Campos, cidade do interior do estado. Garotinho, apontado como um dos possíveis sucessores de Brizola, rompeu com este em 2000[carece de fontes?] quando era governador. Se desligou do PDT e foi para o PSB. Atualmente está no PMDB.
  • Outros desafetos de Brizola: Saturnino Braga, Jaime Lerner, Agnaldo Timóteo e Dante de Oliveira.

 

Críticas

Jogo do bicho e o crime organizado
Quando governador do Rio de Janeiro, Brizola foi acusado de ter ligações com os contraventores do jogo do bicho e de ser omisso no combate ao tráfico de drogas.
Segundo seus críticos, o governo do pedetista teria sido fundamental para a consolidação do crime organizado no Rio de Janeiro. Essa percepção acontecia porque Brizola adotou uma linha de ação na qual a polícia só poderia fazer incursões em favelas baseadas no respeito aos direitos humanos, (fato que perdura até hoje, com a forte intervenção de ONGs ligadas aos direitos humanos nas políticas de segurança pública do Brasil), em contraposição ao que era considerado por ele como arbitrariedade do estado.
A política do confronto armado, adotada pelos seus antecessores Chagas Freitas e Moreira Franco, foi abolida, desta forma o crime organizado cresceu e se fortaleceu. Este fato passou para a opinião pública a impressão de permissividade e colaboracionismo com a ilegalidade.
Os brizolistas o defendem lembrando que já no início de 1981 a imprensa dava conta da existência de uma "guerra civil" no Rio de Janeiro. Informação esta de caráter duvidoso, pois boa parte dos noticiários policiais são de cunho sensacionalista.
É fato, entretanto, que a TV Globo passou a destacar muito mais o problema da criminalidade no Rio de Janeiro durante o governo Brizola, ignorando problemas idênticos em outros Estados, como São Paulo e Bahia, governada na época por Antônio Carlos Magalhães, amigo pessoal de Roberto Marinho, dono das Organizações Globo. Isso criou uma falsa imagem que o Rio de Janeiro era a cidade "mais violenta do mundo", prejudicando o turismo carioca e favorecendo o turismo baiano.
Enriquecimento
Em 2001, a Revista Veja veiculou matéria em que apontava que Brizola teria quadruplicado o seu patrimônio após a volta do exílio. A matéria foi, supostamente, "baseada" em documentos cedidos pelo próprio filho de Brizola, José Vicente.
De acordo com a revista, os documentos cedidos por José Vicente apontavam que o patrimônio de Brizola aumentara em 10,7 milhões de reais. O que, segundo a revista, seria incompatível com os rendimentos oriundos do seu salário de governador. Em 1983, às vésperas de assumir seu mandato como governador do Estado do Rio, possuía um patrimônio de quatro milhões e meio de reais. Ao morrer, seus bens somavam pelo menos quinze milhões. De acordo com Brizola, seu patrimônio teria sido herança de sua falecida mulher, Neusa, irmã do presidente João Goulart. Segundo ele, o patrimônio é resultado de investimentos feitos com estes recursos herdados e de rendimentos provenientes de suas fazendas.
Brizola não foi acusado formalmente ou judicialmente de enriquecimento ilícito. Brizola contestou a reportagem de Veja (que jamais provou sua acusação)em um direito de resposta inserido na edição subsequente da revista. A reportagem que revelava a evolução patrimonial de Brizola foi objeto de protestos na Câmara dos Deputados (20 discursos) e no Senado Federal (18 discursos).
Em 2000, José Vicente havia brigado com o pai e se desfiliado do PDT, indo para o PT. Numa manobra política, José Vicente foi nomeado Diretor das Loterias do Estado, contra a vontade de seu pai. Como o cargo exigia a graduação em nível superior, o PT mandou para a Assembléia Legislativa um projeto de lei modificando este critério, para poder nomear José Vicente. Na ocasião Leonel Brizola desabafou dizendo que José Vicente não era mais seu filho e sim filho político do governador Olívio Dutra. Brizola atribuiu a veiculação da reportagem ao PT gaúcho e ameaçou processar a revista Veja, o PT e o próprio filho. Na ocasião, Brizola ainda acusou José Vicente de abusar da bebida.
Até o seu falecimento, Brizola nunca chegou a processar a revista. Seu filho, José Vicente, durante o velório do pai, declarou que tinha havido a reconciliação dos dois alguns dias antes do falecimento.

Curiosidades




  • Durante anos especulou-se sobre o mistério de como o líder da Campanha da Legalidade deixou o país logo após o Golpe Militar de 1964. Brizola não gostava de falar sobre o assunto, mas viu-se obrigado a desfazer as diversas lendas acerca do episódio, que acabavam por ridicularizá-lo. Segundo o ex-governador, ele foi resgatado na praia de Cidreira, litoral gaúcho, pelo avião bimotor Cessna do ex-presidente João Goulart pilotado por Manoel Soares Leães, o Maneco, piloto particular de Jango, e levado para o Uruguai, dando início a quinze anos de exílio. Fugiu trajando a farda da Brigada Militar, a polícia militar gaúcha. Fatos confirmados por Maneco nos livros Dossiê Brasil de Geneton Moraes Neto, e Meu Amigo Jango de Kenny Braga.
  • Em 1990, Brizola e Lula, ainda em clima de união pela campanha do segundo turno em 1989. fizeram um acordo e, no programa televisivo de ambos os partidos, um cedeu um espaço de três minutos ao outro. Lula o chamava então de "companheiro Brizola". Apesar disso, nas eleições para governador do Rio de Janeiro, o PT não apoiou Brizola e lançou candidato próprio, Jorge Bittar.
  • Nas eleições de 1989, embora tenha chegado a obter quase 60% dos votos nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina, Brizola obteve apenas 1,5% dos votos no estado de São Paulo. Se o porcentual de paulistas que tivessem votado em Brizola fosse de apenas 4%, ele teria passado ao segundo turno. O PDT pediu, antes do pleito, vários tipos de verificações, auditorias e monitoramento ao TSE, que negou o pedido do partido. No fim, Brizola foi derrotado por menos de 500 mil votos, ou 0,5% do eleitorado, sem direito a recontagem.
  • Nas eleições para o governo do Rio Grande do Sul, o PCB (Partido Comunista do Brasil) divulgou uma declaração de apoio a Brizola. Em uma entrevista Brizola disse que não iria aceitar o apoio. Em uma entrevista logo em seguida, Luiz Carlos Prestes - então secretário-geral do PCB - foi avisado da declaração de Brizola e questionado sobre qual seria a atitude do partido no que respondeu: A opinião do senhor Brizola sobre nosso apoio é irrelevante. Nós vamos apoiar o melhor candidato, e o melhor candidato é ele.

 

Cronologia

  • 1922 - nasce em Carazinho
  • 1945 - participa da fundação do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) no Rio Grande do Sul.
  • 1946 - é eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul.
  • 1950 - é reeleito deputado estadual.
  • 1951 - perde a eleição para prefeito de Porto Alegre por 1% dos votos.
  • 1952 - assume como secretário de obras do Estado no governo Ernesto Dornelles.
  • 1954 - é eleito deputado federal com até então a maior votação alcançada no Rio Grande do Sul
  • 1955 - é eleito prefeito de Porto Alegre, como votação maior que a de todos os demais candidatos juntos.
  • 1958 - é eleito governador do Rio Grande do Sul, aos 36 anos, e dá inicio a um projeto que construiu mais de 6000 escolas no RS durante seu mandato. As chamadas brizoletas eram de madeira, e deveriam ter sido gradualmente substituídos por prédios de alvenaria, ação nunca realizada por seus sucessores. Muitas Brizoletas estão em funcionamento até hoje.
  • 1961 - lidera a Campanha da Legalidade, movimento popular de resistência contra as forças golpistas militares que tentavam impedir a posse do vice-presidente João Goulart em virtude da renúncia de Jânio Quadros
  • 1962 - vai para o Rio de Janeiro e é eleito deputado federal com um terço dos votos válidos.
  • 1964 - com o golpe de 1964, Brizola tem os direitos políticos cassados e é exilado para o Uruguai.
  • 1977 - é expulso do Uruguai, a pedido da ditadura brasileira e deportado para os Estados Unidos. Lá, mantém boas relações com Jimmy Carter.
  • 1978 - vai para Portugal, e junto com outros exilados faz a carta de Lisboa.
  • 1979 - volta ao Brasil com a anistia brasileira, e retorna à política. Funda, com outros trabalhistas históricos, o PDT, após perder a sigla PTB na justiça.
  • 1982 - é eleito governador do Rio de Janeiro. Inicialmente defende a prorrogação do mandato do general João Baptista Figueiredo por mais dois anos, mas em 1984, após intensa pressão popular, passa a apoiar a campanha pelas Diretas-já.
  • 1986 - causou polêmica ao se posicionar contra o Plano Cruzado, quando a maioria dos políticos apoiava o plano econômico. Na época foi hostilizado por seus opositores, mas quando o plano naufragou, colheu dividendos políticos por sua oposição a ele. Posteriormente, muitos políticos passaram a usar o mesmo discurso de Brizola após as eleições e o fracasso do Plano Cruzado.
  • 1989 - candidata-se à Presidência da República, ficando em terceiro lugar (bem próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, que passou para o segundo turno sendo então derrotado por Fernando Collor de Mello). Brizola obtém 11 166 228 votos contra 11 622 673 votos de Lula. No segundo turno, Brizola apoiou Lula contra Collor.
  • 1990 - é eleito governador do Rio de Janeiro pela segunda vez, desta vez com cerca de 60% dos votos, dispensando a necessidade de realização de segundo turno.
  • 1992 - Causa surpresa ao não apoiar a campanha pelo impeachment de Fernando Collor, então presidente. Brizola chegou mesmo a pendurar um bandeira brasileira na janela conforme o apelo do presidente, enquanto a maioria da população colocava panos negros em protesto. Tal postura acabaria se confirmando como a "Waterloo" de sua vida política.
  • 1993 - Faz campanha contra o parlamentarismo, no plebiscito que definiria o Presidencialismo como forma e regime de governo no Brasil.
  • 1994 - é novamente derrotado em eleição para a Presidência da República, tendo recebido votação insignificante (recebeu menos votos do que o cardiologista Enéas Carneiro, do famoso bordão "Meu nome é Enéas").
  • 1998 - é candidato a vice-presidente na chapa de Lula, mas são derrotados novamente por Fernando Henrique Cardoso, reeleito.
  • 2000 - é candidato a prefeito do Rio de Janeiro, mas é derrotado mais uma vez, por Benedita da Silva, Luiz Paulo Conde e Cesar Maia, este eleito em segundo turno.
  • 2002 - lança-se candidato ao Senado. Derrotado mais uma vez, termina a disputa em sexto lugar, com 1 237 488 votos. Nas eleições para a Presidência, Brizola apóia o candidato (derrotado) Ciro Gomes.
  • 2004 - falece no Rio de Janeiro

 

Falecimento

Seis dias antes de morrer, Leonel Brizola chegou à sua residência no Rio de Janeiro, vindo de sua fazenda no Uruguai, com infecção intestinal e forte gripe. Apresentava febre e vômitos e estava bastante debilitado. Apesar de acamado, continuou a receber visitas de políticos, entre os quais Anthony Garotinho e sua filha Clarissa Mateus, além de seus afilhados políticos Carlos Lupi e Jorge Roberto Silveira e de seu ex-rival Moreira Franco.
Sua situação piorou ainda mais três dias depois. Depois de muita resistência, Brizola concordou em ir a um hospital nas proximidades. Uma tomografia dos pulmões mostrou infecção respiratória (pneumonia). Feita ultra-sonografia do coração, nada de anormal foi encontrado.
Brizola estava entrando no elevador para deixar o hospital quando, segundo seu médico particular, apresentou um edema no pulmão, significando grave insuficiência cardíaca. Novos exames confirmaram infarto agudo do miocárdio. Brizola morreu às 21h20 do dia 21 de junho de 2004.
Seus funerais foram marcados por ampla cobertura das redes de televisão. O presidente Lula, ex-aliado e à época adversário, decretou luto oficial de três dias por ocasião de seu falecimento, e compareceu a seu velório no Palácio Guanabara.
Depois de ainda ter sido velado em Porto Alegre, Brizola foi sepultado em São Borja, na fronteira oeste do estado do Rio Grande do Sul, onde também se encontram os túmulos de Getúlio Vargas e João Goulart.

Vida pessoal

Leonel Brizola foi casado com Neusa Goulart (falecida em 1993), com que teve uma filha, Neusinha Brizola, e dois filhos, José Vicente e João Otávio.
Nos últimos dez anos de vida, sua companheira foi Marília Martins Pinheiro.

Um comentário:

Vicente Portella disse...

Belíssima postagem. Ampla, no sentido histórico, e oportuna, em função da data.
Grande abraço e parabéns.