Ação normalmente é ajuizada por empresas que pretendem repactuar débitos com credores
O GLOBO
Reprodução do pedido de representação judicial enviado pela Delta à Justiça do Rio
REPRODUÇÃO
RIO - No final da tarde desta segunda-feira foi distribuído para a 5ª Vara da Justiça fluminense um pedido de recuperação (medida legal adotada para evitar a falência) da Delta Construções. Essa ação normalmente é ajuizada por empresas que pretendem repactuar judicialmente os débitos com os credores.
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Na semana passada, a J&F Holding anunciou a desistência da compra da Delta. A decisão foi tomada dias depois daCPI do Cachoeira, no Congresso Nacional, aprovar a quebra do sigilosbancário, fiscal e telefônico, em âmbito nacional, da construtora investigada por irregularidades em contratos com o governo federal. No início de maio, o grupo que controla o frigorífico JBSassumiu a administração da construtora, mas informou que tomaria a decisão de adquirir a empresa após auditoria nos ativos e contratos, o que serviria como base de cálculo para a operação de compra.
Em nota, a construtora confirma o ingresso do pedido na Justiça do Rio e diz “sofrer uma espécie de bullying empresarial”.
Confira a íntegra da nota:
“A Delta Construção ingressou na Justiça do Rio de Janeiro com pedido de recuperação judicial, com
fundamento nos dispositivos da Lei nº 11.101/05. Tomamos esta medida como parte de nossos esforços para garantir sucesso na execução e entrega das obras em andamento que são de interesse público e garantir a sustentabilidade da empresa em longo prazo.
Com mais de 50 anos de existência, hoje o grupo atua nos segmentos de implantação e conservação de rodovias, infraestrutura urbana, saneamento, edificações, obras especiais, engenharia ambiental, prestações de serviços contínuos, incorporação, locação de equipamentos leves e pesados, energia e montagem industrial. É responsável, direta ou indiretamente, pelo sustento de cerca de 80 mil famílias.
A empresa solicita pedido de recuperação judicial sem possuir dívidas trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Os ativos patrimoniais e a receber são muito superiores à dívida atual com fornecedores e bancos.
O envolvimento de alguns de seus executivos em supostos atos ilícitos, que estão sendo investigados judicialmente, tem levado a empresa a sofrer uma espécie de bullying empresarial. Em razão de notícias desta natureza que estão sendo veiculadas, várias administrações públicas estão deixando de honrar os pagamentos de obras já executadas.
O requerimento à Justiça se dá após a saída, na última sexta-feira (01/06), da holding J&F, um mês após ter assumido a gestão da Delta, com proposta condicionada de adquirir o controle societário e dar continuidade às suas atividades. A situação financeira da Delta tornou-se insustentável, não restando outra alternativa senão a busca pela recuperação judicial.
Para representá-la, a Delta contratou a consultoria internacional de reestruturação Alvarez & Marsal,
responsável pela recuperação judicial de empresas como a Varig e a varejista carioca Casa & Vídeo. No cenário internacional, a consultoria trabalhou no caso do banco Lehman Brothers.
A administração da Delta está informando à Justiça que todas as empresas do grupo são viáveis economicamente e possuem ativos relevantes e que estão aptas a efetuar as obras e serviços públicos e privados para os quais foram contratadas. Afirma ainda que pretende honrar suas dívidas de forma integral, mas que necessita do amparo judicial para recuperar seu fôlego financeiro.”
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/delta-entra-com-pedido-de-recuperacao-judicial-5118343#ixzz1wsH7Nx3q
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