Comissão de inquérito ouve quatro depoimentos relacionados a investigações da Polícia Federal que envolvem o tucano de Goiás. Saiba quais acusações pesam contra ele
Adriano Ceolin , iG Brasília
AE
Governador de Goiás, Marconi Perillo
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), será o principal alvo da CPI do Cachoeira nesta terça-feira. A comissão marcou para hoje quatro depoimentos relacionados a denúncias envolvendo o tucano. Apesar de ter pedido para ser ouvido, Marconi só deverá prestar depoimento na semana que vem.
A pressa para ser ouvido visa evitar desgaste político. Marconi quer rebater as denúncias de que o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, exercia influência no seu governo. Na sexta-feira, foi revelado que uma empresa ligada ao esquema de Cachoeira pagou uma dívida da campanha do tucano em 2010.
“Ele (Marconi) esteve em Brasília na quarta-feira passada para prestar esclarecimento à CPI. Pediu para ser ouvido e quer prestar esclarecimento”, afirma o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O requerimento de convocação de Marconi foi aprovado na quinta (31). A previsão é que ele seja ouvido apenas no dia 12 ou 13 de junho. O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT), também é esperado na semana que vem.
Além de pedir para ser ouvido, Marconi esteve em Brasília para buscar apoio político. Na quarta-feira (30), bateu na porta da casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que ainda estava dormindo. Nos bastidores, o tucano também tenta ajudar o aliado Demóstenes Torres (sem partido-GO) a evitar a cassação.
Onde Marconi se complica e como ele se explica
Venda da casa – Segundo a PF, Marconi vendeu uma casa de R$ 1,4 milhão para Cachoeira numa operação financeira suspeita. Em sua defesa, o governador apresentou os três cheques da compra do imóvel. Ele afirmou que não sabia de quem eram os cheques. Segundo a PF, os papéis são de um sobrinho de Cachoeira. O imóvel ficou registrado em nome da empresa Mestra. Dois sócios da empresa, Sejana Martins e Écio Antônio Ribeiro, serão ouvidos hoje na CPI. Nomeado administrador do imóvel pela empresa, Walter Paulo Santiago, também tem depoimento marcado para esta terça-feira.
Chefe de gabinete - Segundo a Polícia Federal, a funcionária de confiança de Marconi Eliana Pinheiro trocava mensagens e telefonemas com Cachoeira e integrantes da sua quadrilha. Em sua defesa, o governador disse que não sabia das ações da chefe de gabinete. Ela foi demitida por Marconi imediatamente após a revelação das conversas, ainda no início do escândalo. Eliana foi convocada e deve prestar depoimento hoje.
Dívida de campanha – O jornalista Luiz Carlos Bordoni afirma que foi responsável pelos programas de rádio da campanha de Marconi em 2010. Pelo serviço, cobrou R$ 90 mil, pagos em duas parcelas. A segunda, de R$ 45 mil, foi quitada em abril de 2011 por uma empresa fantasma ligada ao esquema de Cachoeira, a Alberto e Pantoja. O dinheiro foi depositado na conta da filha de Bordoni. Em sua defesa, Marconi nega o pagamento e, por meio de nota, diz que Bordoni precisa provar o que diz. O jornalista ainda não foi convocado na CPI.
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