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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PROPINA NA ANVISA - Anvisa vai investigar processo em que Agnelo Queiroz pode ter favorecido laboratório

Por Evandro Éboli (eboli@bsb.oglobo.com.br )

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu abrir uma auditoria interna para apurar as condições em que o ex-diretor do órgão e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), autorizou a concessão do certificado de Boas Práticas à União Química. Em janeiro de 2008, Agnelo, então diretor da Anvisa, recebeu um depósito de R$ 5 mil em sua conta corrente de Daniel Almeida Tavares, funcionário desse laboratório. No mesmo dia, Agnelo liberou o documento para a empresa.

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A auditoria será realizada num prazo de cinco dias e a portaria será publicada no Boletim de Serviço da Anvisa na quarta-feira. Segundo a agência, o processo em questão se refere às denúncias de irregularidades veiculadas pela imprensa nesta terça-feira.

Em nota divulgada na segunda-feira , Agnelo diz ser amigo dos proprietários do laboratório há vinte anos

Denúncia vira bate-boca e jogo de versões entre governo e oposição no DF
O suposto envolvimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, no esquema de pagamento de propina de laboratórios, na época em que era diretor da Anvisa, virou um jogo de versões e bate-boca entre deputados distritais do governo e da oposição. Em discurso no plenário da Câmara Legislativa do DF, o líder do PT, Chico Vigilante, afirmou que os ataques a Agnelo revelam o submundo da política em Brasília.

Chico Vigilante desacreditou o suposto vídeo no qual Daniel Almeida Tavares, o antigo funcionário de um laboratório que depositou R$ 5 mil na conta de Agnelo em 2008, aparece dizendo que pagou propina para o então diretor da Anvisa em troca de liberação de licença para funcionamento da União Química, empresa para a qual trabalhava. Na segunda-feira, a deputada Celina Leão (PSD) disse que o vídeo existe, tendo sido gravado por ela, e que contém acusações contra Agnelo. No entanto, até o momento essa gravação não apareceu.

Vigilante apareceu na tarde desta terça-feira com outro vídeo em que Daniel dá um depoimento, isenta Agnelo de culpa e afirma que o depósito foi pagamento de um empréstimo. Os dois seriam amigos desde 1998, quando eram militantes do PCdoB. O petista acusou Celina Leão e a deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD) de montarem uma farsa para atingir o governador. O depoimento de Daniel a Celina aconteceu no dia 23 de outubro - um domingo - na casa de Pedrosa.

Vigilante diz que, na reunião, a oposição teria oferecido R$ 400 mil para Daniel envolver Agnelo em denúncias, além de um salário de R$ 10 mil por um ano e um aluguel de R$ 4 mil em Águas Claras, no DF.

- Alguém vai pagar por isso. Tentaram desestabilizar o governador Agnelo Queiroz. Isso tem que ser investigado. A farsa começa a mostrar sua cara. A casa começa a cair - afirmou o líder do PT.

Depois foi a vez de as deputadas se defenderem e atacarem o governo em discurso. Eliana Pedrosa negou a oferta de qualquer suborno para que Daniel acusasse o governador. Ela diz que foi procurada espontaneamente por Daniel, que se dizia perseguido. Ela, então, chamou Celina, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos para tomar depoimento de Daniel. Eliana disse que foi Daniel quem pediu dinheiro para assinar um documento acusando Agnelo.

- Foi ele quem pediu dinheiro. Só assinaria se recebesse. Não levamos a história à frente, porque ele queria dinheiro - disse Eliana Pedrosa.

Celina Leão, também em discurso, disse não entender por que Daniel teria mudado de versão.

- Parece que ele achou quem pagasse bem. Virou um leilão das informações.

Depois, em entrevista, Celina disse que não ouviu Daniel pedir dinheiro.

Agnelo critica adversários, diz que foi alvo de uma 'manobra sórdida' e recebe apoio do líder do PT

Em meio às denúncias de corrupção no Ministério do Esporte e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), criticou nesta terça-feira seus adversários políticos. Mais cedo, no mesmo tom, o líder do PT na Câmara Legislativa do DF, Chico Vigilante, já havia acusado as deputadas distritais Celina Leão (PSD) e Eliana Pedrosa (PSD) de oferecer suborno a um funcionário de um laboratório. O objetivo seria acusar Agnelo de receber propina quando ele era diretor da Anvisa. Em nota, o governador diz que foi "alvo de manobra sórdida, montada por aqueles que não se conformam com a legitimidade do meu mandato".

Em outro trecho, ele afirma: "É com grande sentimento de repúdio que estamos diante da comprovação dos mecanismos criminosos que o submundo da política se utiliza no Distrito Federal. Não há mais espaço na capital da República para essas práticas tão repugnantes, que prestam um desserviço à democracia."

Em outra nota, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), afirmou ter confiança em Agnelo e aproveitou para fazer ataques ao PSDB e DEM, que governaram a capital federal de 2006 a 2010. "Os grupos políticos e econômicos que mancharam a imagem da capital da República e levaram o DF à derrocada não querem agora deixar Agnelo governar, usando diariamente ardis, calúnias e métodos inaceitáveis para dificultar sua administração", diz o texto.

Veja a íntegra da nota de Agnelo Queiroz:
"É com grande sentimento de repúdio que estamos diante da comprovação dos mecanismos criminosos que o submundo da política se utiliza no Distrito Federal. Não há mais espaço na capital da República para essas práticas tão repugnantes, que prestam um desserviço à democracia.

Os que insistem em se utilizar desses métodos precisam entender, de uma vez por todas, que isso não condiz mais com a realidade do Distrito Federal.

Fui alvo de manobra sórdida, montada por aqueles que não se conformam com a legitimidade do meu mandato. Alvo de uma farsa fabricada por aqueles que perderam privilégios e o poder político.

Venho sofrendo, nos últimos dias, violentos ataques que tentam me associar a atos irregulares. Estou confiante de que tudo será apurado e que a verdade começa a ser, agora, reestabelecida."


Veja a íntegra da nota de Paulo Teixeira:
"Nós confiamos na seriedade do governador Agnelo Queiroz, que tem se esforçado ao máximo para retirar a administração de Brasília da paralisia resultante dos desmandos e escândalos que povoaram o governo local nos últimos anos, em especial entre 2006 e 2010, sob comando do DEM e do PSDB.

Os grupos políticos e econômicos que mancharam a imagem da capital da República e levaram o DF à derrocada não querem agora deixar Agnelo governar, usando diariamente ardis, calúnias e métodos inaceitáveis para dificultar sua administração.

Essas mesmas forças que hoje atacam o governador do DF são adeptas de um padrão de comportamento deplorável, responsável por levar a política do Distrito Federal ao noticiário policial durante as gestões que precederam a de Agnelo.

Essas correntes ligadas às piores práticas políticas e especializadas na malversação dos recursos públicos não vão conseguir sucesso em sua empreitada caluniosa, mesmo porque a sociedade brasiliense já lhes disse um não nas

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