Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 26 de novembro de 2011

CORRUPÇAO - Em Salvador, Negromonte chora e diz ser vítima de preconceito

Ministro das Cidades diz estar tranquilo sobre sua permanência no governo mas diz que entrega o cargo se Dilma quiser 
Pressionado por denúncias de fraudes em sua pasta, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, do PP da Bahia, chorou, na manhã de hoje, em Salvador, durante solenidade de anúncio da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida no Estado.

Depois de receber mensagens de apoio nos discursos do presidente da Assembleia baiana, Marcelo Nilo (PDT), e do presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT), Negromonte se emocionou ao cumprimentar Nilo em seu discurso. "Quero dizer que você é um grande amigo", disse, antes de perder a voz. "Obrigado pela solidariedade. Fique certo que eu jamais irei decepcionar os amigos, o povo da Bahia ou meus familiares".

Entenda a crise: Fraude no Ministério das Cidades encarece obra da Copa

Sobre sua permanência no cargo, Negromonte disse estar "tranquilo". "Quem me ligou foi o ministro Gilberto Carvalho (ministro da Secretaria-Geral da Presidência), dizendo que eu ficasse tranquilo, que a presidenta da República conhece todo o trâmite, que por ela não tem problema nenhum", afirma.

"Não tenho apego a cargo, não vou ficar de joelho para ninguém", diz o ministro. "Fico muito honrado de fazer este trabalho junto com a presidenta Dilma, a primeira mulher presidenta do Brasil, mas só vou ficar lá se me sentir confortável e ela também. Se eu sentir que ela não me quer, eu vou lá e entrego."



Foto: AE Ampliar
Ministro chora durante cerimônia em Salvador, na Bahia 
Negromonte disse ser vítima de "fogo amigo" dentro do governo e acusou a imprensa de ser preconceituosa com mulheres e nordestinos. "Identifico fogo amigo, claro que sim! Partidos da base aliada e o próprio PP nacional - não da Bahia - têm interesse no Ministério", admite. "As denúncias surgem porque o ministério é importante. A gente toma conta de diversos programas, como o Minha Casa, Minha Vida, de R$ 170 bilhões, o de saneamento básico, de R$ 50 bilhões, o de mobilidade urbana, de R$ 30 bilhões. E a gente contraria muitos interesses. Aqui e acolá tem meia dúzia de insatisfeitos na bancada, é normal".

Crise no Ministério das Cidades Fraude nas Cidades encarece obra da Copa
Oposião pede apuração no Ministério das Cidades
CGU reprovou obra fraudada nas Cidades

O ministro participou, durante a manhã, de um evento no qual foi anunciada a construção de imóveis da segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. Deputado eleito pela Bahia, Negromonte também disse ser vítima de preconceito por ser nordestino - e acusou a "imprensa do sul" de ser preconceituosa.
"As denúncias vêm de parte da imprensa, insatisfeita com o governo federal, interessada em enfraquecer a presidenta Dilma (Rousseff). É uma mulher e existe discriminação", especula. "Existe discriminação com o nordestino também. Fizeram uma ilação com a Festa do Bode (Negromonte é acusado de tráfico de influência para ajudar a financiar o evento). Se fosse a Festa da Uva ou da Maçã, certamente ninguém faria discriminação. Mas como é Festa do Bode, coisa de nordestino, e o ministro é nordestino, tome cacetada".

Investigação
Sobre a possibilidade de exonerar auxiliares, o ministro disse ter instaurado uma sindicância para "apurar eventuais irregularidades" e ter avisado a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público. "Disponibilizei toda a documentação original", afirma. "Mas não vou culpar ninguém antes de julgar. A sindicância vai apontar se houve erro e não vou passar a mão na cabeça de ninguém".

Ele, porém, disse não ver irregularidades. "É bom que se entenda que ainda não houve licitação, quem tiver desconfiança tem de ir ao Estado (Mato Grosso) procurar o governador (Sinval Barbosa, do PMDB)", diz. "O governo passado tinha feito uma proposta de BRT e ele (o governador) achou por bem mandar os técnicos analisarem melhor e quis o VLT, que é uma coisa mais moderna", lembrou. "Aí, mandou (a proposta) para Brasília, para uma decisão colegiada da Gecopa, que reúne técnicos dos Ministérios das Cidades, do Planejamento, da Fazenda, do Turismo e do Esporte. Quando ele nos procurou, propondo a alteração, eu disse: 'mudar o modal, tudo bem, mas você vai ter de batalhar para conseguir mais recursos'. E ele vai conseguir mais recursos buscando o financiamento através do seu governo".


Fonte Ultimo Segundo http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/em-salvador-negromonte-chora-em-evento/n1597384015367.html

Nenhum comentário: