Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 6 de novembro de 2011

GANGUE DOS INGRESSOS NO RIO - Policia está na caça

Polícia caça 'Gangue dos Ingressos' no Engenhão
   
POR BRUNO MENEZES
Rio - Dois dias depois de O DIA  denunciar a farra da venda de ingressos no entorno e até dentro do Engenhão, policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) se misturaram aos torcedores do Botafogo, que administra o estádio, e detiveram cinco cambistas, antes do jogo deste sábado, contra o Figueirense. O crime dentro do estádio foi denunciado na seção ‘Repórter X’, sexta-feira. A Polícia Militar, responsável por reprimir a ação dos cambistas, estava presente nas ruas que dão acesso ao Engenhão, mas não foi vista efetuando nenhuma prisão.

Os policiais usaram câmeras escondidas e vestiam camisas com as cores do alvinegro — alguns com camisas oficiais do time —, para que o disfarce não fosse descoberto. As imagens ajudarão na identificação dos integrantes das quadrilhas que atuam na venda ilegal de ingressos. A ação faz parte de um inquérito aberto pela Decon há seis meses, com base em imagens feitas em jogos realizados em estádios cariocas.
Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia
Policial (E) luta contra um dos suspeitos | Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia

Os cinco detidos de ontem, que não tiveram o nome revelado, foram levados para a delegacia, na Gávea. Eles prestaram depoimento e foram liberados no fim da tarde de ontem. Com os suspeitos, os policiais apreenderam dinheiro e ingressos, que serão periciados para que seja verificada a sua procedência.

Cerca de duas horas antes do jogo, os cambistas vendiam ingressos livremente nas ruas Dr. Padilha e das Oficinas. Muitos, com medo de serem descobertos após a reportagem publicada quinta-feira, montaram esquemas para esconder os ingressos em barracas de bebidas e nos muros das casas vizinhas ao estádio.

De acordo com a polícia, alguns vendedores clandestinos que são detidos nas ações de repressão realizadas nos entornos dos estádios contam que não praticam a venda ilegal com frequência, mas que acabam aceitando propostas para atuar como aliciadores de clientes, com o objetivo de receber uma porcentagem do valor do ingresso como comissão. “A ideia é identificar e conseguir prender os distribuidores e descobrir como eles têm acesso aos ingressos”, explicou um dos agentes que participaram da operação no Engenhão.

Já na Rua das Oficinas, via de acesso ao estacionamento do estádio, onde O DIA flagrou a atuação de cambistas em seu interior, a segurança estava reforçada ontem. “Hoje está difícil comprar ingresso aqui. Tá cheio de polícia e acho que vou ter que assistir ao jogo num boteco mesmo”, lamentou o botafoguense Luiz Cláudio Muniz, que levou os dois filhos ao estádio. “Em vez de prender traficante, ficam prendendo trabalhador”, reclamou um dos detidos, embora o cambismo seja tipificado como crime. 

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