Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 6 de novembro de 2011

EXTORSÃO NO RIO - PMs são acusados de extorsão na Região dos Lagos

     
Uma das extorsões teria acontecido na RJ-124 Foto: reprodução

Bruno Rohde
 
Armas, ameaças e pedido de altas quantias financeiras. Se os casos de extorsão mediante sequestro traumatizam e exigem das vítimas coragem para denunciar, isso se agrava quando o crime é cometido por quem deveria proteger a população: policiais militares. De 2009 ao início de agosto deste ano, foram abertos 15 processos de extorsão mediante sequestro na Justiça Militar do Rio. Em 2009, foram três casos, em 2010 foram sete, e este ano já contabiliza pelo menos cinco episódios.

Um desses casos aconteceu em 17 de abril de 2010. Naquela ocasião, X. fazia uma viagem de Barbacena, em Minas Gerais, para a Região dos Lagos, no Rio. Por volta de 11h15m, ele foi abordado por policiais de um posto do BPRv, na RJ-124, em Rio Bonito. X estava com a mulher, Z.; o cunhado e a namorada deste último.

Após a abordagem, um PM teria pegado R$ 3.600 dos bolsos de X. Os policiais teriam ficado também com R$ 390 do cunhado do motorista. Segundo X.., os policiais exigiram ainda ir até um caixa eletrônico num posto de gasolina. Mais R$ 510 teriam sido entregues aos PMs após um saque.

Respondem em liberdade ao processo os sargentos Gesimar Francisco de Araújo e Marcos Marcelo Vieira da Silva e os cabos Jeferson Guedes Sampaio e Alexei César Mohana Barreto.
GPS confirma

A versão dos policiais militares é outra. Eles alegam que o Kia Sportage de X. vinha em alta velocidade e por isso foi parado. Os PMs afirmam que o motorista engoliu um cigarro de maconha ao perceber que seria alvo de uma blitz. Eles dizem ainda que X. estava alterado e, por esse motivo, foi algemado e conduzido para o interior do posto do BPRv. Os policiais informaram no processo que o fato acabou não sendo registrado por não ter havido materialidade.

Depois do ocorrido, as vítimas seguiram viagem. O grupo fez a denúncia do caso no dia seguinte, no 25 BPM (Cabo Frio). A favor deles, está o GPS do carro usado pelos policiais.

O aparelho confirma que os PMs estiveram perto do posto de gasolina Graal, onde ocorreu o saque no caixa eletrônico. X. alega que lá retirou o dinheiro para entregar aos policiais. Os PMs defendem-se dizendo que foram até as proximidades do posto de gasolina para almoçar. Eles afirmam que constataram que o local estava muito cheio e decidiram ir embora.

Depoimento
Os policiais militares chegaram a ser presos, mas já estão em liberdade.
— Dá muito trabalho denunciar. A gente sofreu e continua sofrendo. A pessoa tem que ter muita vontade de fazer justiça, mas só fazendo justiça a gente consegue tirar um pouco o sentimento de violência contra a gente. Parece que quando a gente corre atrás para denunciar tudo muda. Transforma o sentimento negativo em positivo — contou Z.

Os advogados questionam a versão das vítimas:
— Ele não participou da abordagem porque estava no interior do DPO. Ele ficou o tempo todo no interior do DPO. Eles (motorista e a mulher) entram em contradição — disse José Luiz Mesquita da Silva, advogado do PM Marcos Marcelo.
A advogada de Jeferson Guedes e de Alexei Barreto, Ângela Cristina Moratelli, questionou o fato de o cunhado da vítima e de a namorada dele não terem prestado depoimento.
— Não existe prova material de que a extorsão ocorreu — disse.

O advogado do sargento Gesimar de Araújo foi procurado, mas não retornou as ligações do EXTRA.

Fonte Extra Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/pms-sao-acusados-de-extorsao-3090711.html#ixzz1cv9uvzVo

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