Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO EM SP - Invasores da reitoria da USP são soltos após pagamento de fiança

DE SÃO PAULO

Os 72 manifestantes detidos durante ação de reintegração de posse do prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) foram soltos na madrugada desta quarta-feira, após o pagamento de fiança. Eles foram levados em grupos ao prédio do IML (Instituto Médico-Legal) e liberados após passarem por exames de corpo de delito.

Cada grupo liberado era recepcionado com gritos de "greve, greve" e " não esquecemos a ditadura" por um grupo de aproximadamente 40 manifestantes que permaneciam em frente à delegacia. Os dois últimos estudantes foram liberados às 3h46.

Vídeos mostram ação da polícia na USP; veja
Veja imagens da reintegração de posse na USP
Após desocupação, reitoria da USP tem bagunça e pichação
Vídeo mostra invasão do prédio da reitoria da USP
Advogados dos alunos detidos na USP pedem habeas corpus



Hélio Hilarião/Folhapress

Manifestantes que invadiram reitoria da USP mostram alvará de soltura; liberação ocorreu após fiança

FIANÇA
Os manifestantes foram ouvidos durante todo o dia de ontem (8) e a liberação ocorreu após o pagamento de R$ 545 de fiança por cada um.

De acordo com o advogado Felipe Gomes Vasconcelos, que defende os estudantes, o valor total, de R$ 39.240, foi arrecadado com sindicatos, entidades e movimentos sociais.

Eles serão indiciados sob suspeita de desobediência a ordem judicial (não cumpriram o prazo de desocupar a reitoria até as 23h de ontem) e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado).

A pena prevista para o primeiro crime varia de 15 dias a 6 meses de detenção. Para o segundo, de 6 meses a 3 anos. Elas podem ser substituídas por serviços comunitários.



Editoria de Arte/Folhapress





GREVE

Na noite de terça-feira (8), um grupo de estudantes se reuniu em assembleia na USP e decidiu iniciar uma greve geral, em resposta à prisão dos 72 manifestantes.

Durante a assembleia, que contou com a presença de cerca de 2 mil pessoas, também ficou decidida a realização de um protesto na próxima quinta-feira (10) em frente à Faculdade de Direito, no largo São Francisco, no centro.

Hélio Hilarião/Folhapress

Estudantes reunidos em assembleia na USP decidem iniciar greve em resposta à prisão de manfestantes

REINTEGRAÇÃO DE POSSE

A reintegração ocorrreu por volta das 5h desta terça-feira. Segundo a PM, os estudantes estavam dormindo quando a operação começou. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM foram acionados, além de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).

Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio foi entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.

Rahel Patrasso/Frame/Folhapress

Estudantes que haviam invadido a reitoria da USP são rendidos por policial militares; 70 alunos foram detidos

VIOLÊNCIA

Os estudantes detidos reclamam do tratamento que receberam da polícia. "A atuação foi brutal, uma presença muito forte e desproporcional. Para que agredir os estudantes, usando algemas? Os policiais quebraram várias portas da reitoria onde a gente nem tinha entrado. Temos consciência de que essa perseguição é política", disse Paulo Fávaro, 26, aluno de artes visuais.

Sob a condição de anonimato, os pais dos estudantes também reclamaram da atuação da PM. Numa folha de papel, eles escreveram uma carta à mão em que criticam a operação.

"Nós, pais de alunos da USP, repudiamos o modo como foi conduzido pela reitoria o processo envolvendo o movimento dos estudantes. Repudiamos a ação repressiva e truculenta das forças policiais no campus da universidade nessa madrugada de terça-feira. Estamos indignados com o fato de que uma instituição educativa utiliza como principal instrumento de solução de conflito social o uso da força policial. Nossos filhos são estudantes e não bandidos e estão em defesa de uma universidade onde existam debates democráticos", diz o texto.

O major da PM Marcel Soffner afirmou que a reintegração de posse foi tranquila e sem confronto. Sobre os possíveis abusos, o major informou que toda operação da PM foi gravada e as suspeitas de agressões serão apuradas. "Tudo foi documentado e, se houver qualquer suspeita, vamos apurar", disse.

HISTÓRICO

Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados.

Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício.

A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria. A USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária)

FOlha http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1003826-invasores-da-reitoria-da-usp-sao-soltos-apos-pagamento-de-fianca.shtml

Um comentário:

Carlos Silva disse...

Sindicatos pagaram a bagaça? Com grana do imposto sindical? E Lula vetou o controle de contas destes sindicatos pelo TCU, mesmo que a origem da grana seja de impostos. Resulta nisso. Grana de trabalhadores sendo usada para livrar a cara de bebezões marginais.