RIO - A crise na segurança pública do Rio, que culminou na troca de comando da Polícia Militar , não deve alterar o plano de voo da política de segurança pública planejado por José Mariano Beltrame. A avaliação é compartilhada pelo cientista político Gláucio Soares, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), e por Paulo Storani, ex-capitão do Bope e mestre em antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
OPINE: Você acha que o novo comando da PM conseguirá sanar a crise na corporação?
Criminalidade: menores patamares em 20 anosAmbos consideram a gestão de Beltrame positiva e destacam que os índices de redução da criminalidade atingiram os menores patamares em 20 anos. Gláucio ressalta que a manutenção da política está garantida pois "rende benefícios políticos ao governador".
- A permanência de Beltrame é a garantia de que a política não muda. A crise acontecer neste momento chega a ser irônico porque ocorre num momento em que ocorre a maior redução do número de mortos por homicídios, há mais de uma década. De 2007 a 2010, 2.881 vidas foram poupadas, se compararmos com os patamar de 2006 - avalia Soares, para quem o ex-comandante Mário Sérgio Duarte renunciou por ter "alto sentido de honra".
O especialista do Iuperj teme que o "afã punitivo" da sociedade brasileira atual - e em particular da fluminense - acabe por cometer injustiças:
- O que garante (manutenção da política) é que ela rende benefícios ao governador. Mas a sociedade está cansada de todo o tipo de corrupção, existe um ânimus punitivo exacerbado. Devemos ficar atentos ao perigo de cometermos injustiças. É importante lembrar que as investigações estão sendo feitas durante a gestão. A corrupção está sendo combatida.
Adotando uma postura mais crítica, Paulo Storani dá nota oito ao gestor Beltrame, mas cobra reformas contundentes nas estruturas das polícias. Só assim, ressalta ele, novas crises serão evitadas:
- A polícia do Rio tem um dos piores salários do país. Falta controle das ações dos oficiais e investimento em tecnologia. A questão não é falta de eficiência operacional. Tanto é que o (tenente-coronel) Cláudio Luiz Silva Oliveira recebeu gratificação há pouco tempo por diminuir os índices de criminalidades do 7º BPM. Mas a custa de quê? - questionou Paulo Storani, que elogiou o amigo Mário Sérgio: - Ele é o cara com o maior coração que eu conheço. Talvez, ao assumir o comando, tivesse que diminuir esse coração. Pedir exoneração e assumir o erro foi uma atitude de "caveira".
Fonte O Globo http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/09/30/especialista-cobra-reforma-estrutural-da-pm-para-novas-crises-serem-evitadas-925478456.asp#ixzz1ZWcWALjM
OPINE: Você acha que o novo comando da PM conseguirá sanar a crise na corporação?
Criminalidade: menores patamares em 20 anosAmbos consideram a gestão de Beltrame positiva e destacam que os índices de redução da criminalidade atingiram os menores patamares em 20 anos. Gláucio ressalta que a manutenção da política está garantida pois "rende benefícios políticos ao governador".
- A permanência de Beltrame é a garantia de que a política não muda. A crise acontecer neste momento chega a ser irônico porque ocorre num momento em que ocorre a maior redução do número de mortos por homicídios, há mais de uma década. De 2007 a 2010, 2.881 vidas foram poupadas, se compararmos com os patamar de 2006 - avalia Soares, para quem o ex-comandante Mário Sérgio Duarte renunciou por ter "alto sentido de honra".
O especialista do Iuperj teme que o "afã punitivo" da sociedade brasileira atual - e em particular da fluminense - acabe por cometer injustiças:
- O que garante (manutenção da política) é que ela rende benefícios ao governador. Mas a sociedade está cansada de todo o tipo de corrupção, existe um ânimus punitivo exacerbado. Devemos ficar atentos ao perigo de cometermos injustiças. É importante lembrar que as investigações estão sendo feitas durante a gestão. A corrupção está sendo combatida.
Adotando uma postura mais crítica, Paulo Storani dá nota oito ao gestor Beltrame, mas cobra reformas contundentes nas estruturas das polícias. Só assim, ressalta ele, novas crises serão evitadas:
- A polícia do Rio tem um dos piores salários do país. Falta controle das ações dos oficiais e investimento em tecnologia. A questão não é falta de eficiência operacional. Tanto é que o (tenente-coronel) Cláudio Luiz Silva Oliveira recebeu gratificação há pouco tempo por diminuir os índices de criminalidades do 7º BPM. Mas a custa de quê? - questionou Paulo Storani, que elogiou o amigo Mário Sérgio: - Ele é o cara com o maior coração que eu conheço. Talvez, ao assumir o comando, tivesse que diminuir esse coração. Pedir exoneração e assumir o erro foi uma atitude de "caveira".
Fonte O Globo http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/09/30/especialista-cobra-reforma-estrutural-da-pm-para-novas-crises-serem-evitadas-925478456.asp#ixzz1ZWcWALjM
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