O processo do chamado “mensalão”, que deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal ao longo do primeiro semestre de 2012, carrega valor simbólico inegável.
A decisão dessa Corte, no sentido de se manter como foro para o caso, ainda que os deputados federais João Paulo Cunha e Waldemar da Costa Neto porventura, viessem a renunciar aos respectivos mandatos, merece ser elogiada e oferecida como exemplo ao Brasil: pela jurisprudência anterior, se os citados parlamentares, que têm direito a foro especial, abrissem mão dos mandatos, o processo inteiro iria para a primeira instância e assim, no demorado caminho de volta até o STF, tudo cairia em prescrição e os mensaleiros sairiam impunes.
Pior do que isso, a tese de que houve “mensalão” cairia em névoa e o ex-presidente Lula, arauto principal de sua própria “inocência” e da “lisura” de seus companheiros, teria discurso para percorrer o País com a proposta de aceitarmos o destino de República inapelavelmente desmoralizada.
Eis porque a Nação aguarda o desfecho célere e saneador do processo.
Mensaleiros impunes equivaleriam a sinal verde para a sociedade se degenerar de vez. As pessoas perderiam a razão de se manterem honestas. Os valores se subverteriam completamente.
O Brasil, de Deodoro para cá, jamais presenciou escândalo de proporção tão arrasadora. O mês do julgamento mobilizará todos os sentimentos e todas as esperanças.
A epidemia de “malfeitos” (expressão cunhada pela presidente Dilma Rousseff para substituir a palavra corrupção e, com isso, ferir menos os “brios” de sua base aliada) é consequência da sensação de que, até hoje, os mensaleiros passeiam airosamente pelas ruas brasileiras, livres, ousados, desafiadores.
Não havia mesmo condição de julgá-los em tempo menor que, digamos, maio de 2012. Bons advogados e garantias constitucionais asseguraram esse tempo que tanto angustia as pessoas de bem. Mas a democracia não poderia ser atropelada e seu bastião é o próprio STF.
Antes do “mensalão” havia problemas e até escândalos. Deu-se o momento de corte e, a partir dele, os problemas e os escândalos aumentaram em número, intensidade e descaramento. Um quadrilheiro ameaça o outro pelos jornais. Os discursos dos “descontentes” são cheios de ameaças veladas, de força tal que a presidente desmentiu a ela mesma e jurou que nunca havia pronunciado a palavra “faxina”.
O cenário passa ao povo a impressão de que todos são cúmplices em fatos já ocorridos ou, até, por acontecer.
De repente, política passou a ser sinônimo de imoralidade. Político passou a ser visto como ser merecedor de toda a desconfiança do mundo.
As pessoas sérias pagam pelos despudorados. A descrença se abateu sobre as almas, os corações.
É necessário restabelecermos a normalidade. E esta só virá com o fim da impunidade e o fortalecimento e moralização das instituições.
Daí o constrangimento histórico causado pelos que Antonio Fernando da Silva, quando Procurador-Geral da República chamou de quadrilheiros sofisticados, ao denunciá-los ao STF a partir das denúncias do mensalão.
Ilesa, essa gente desmonta o Brasil e ofende os brasileiros.
Mas a hora está chegando!
Arthur Virgílio é diplomata, foi líder do PSDB no Senado
A decisão dessa Corte, no sentido de se manter como foro para o caso, ainda que os deputados federais João Paulo Cunha e Waldemar da Costa Neto porventura, viessem a renunciar aos respectivos mandatos, merece ser elogiada e oferecida como exemplo ao Brasil: pela jurisprudência anterior, se os citados parlamentares, que têm direito a foro especial, abrissem mão dos mandatos, o processo inteiro iria para a primeira instância e assim, no demorado caminho de volta até o STF, tudo cairia em prescrição e os mensaleiros sairiam impunes.
Pior do que isso, a tese de que houve “mensalão” cairia em névoa e o ex-presidente Lula, arauto principal de sua própria “inocência” e da “lisura” de seus companheiros, teria discurso para percorrer o País com a proposta de aceitarmos o destino de República inapelavelmente desmoralizada.
Eis porque a Nação aguarda o desfecho célere e saneador do processo.
Mensaleiros impunes equivaleriam a sinal verde para a sociedade se degenerar de vez. As pessoas perderiam a razão de se manterem honestas. Os valores se subverteriam completamente.
O Brasil, de Deodoro para cá, jamais presenciou escândalo de proporção tão arrasadora. O mês do julgamento mobilizará todos os sentimentos e todas as esperanças.
A epidemia de “malfeitos” (expressão cunhada pela presidente Dilma Rousseff para substituir a palavra corrupção e, com isso, ferir menos os “brios” de sua base aliada) é consequência da sensação de que, até hoje, os mensaleiros passeiam airosamente pelas ruas brasileiras, livres, ousados, desafiadores.
Não havia mesmo condição de julgá-los em tempo menor que, digamos, maio de 2012. Bons advogados e garantias constitucionais asseguraram esse tempo que tanto angustia as pessoas de bem. Mas a democracia não poderia ser atropelada e seu bastião é o próprio STF.
Antes do “mensalão” havia problemas e até escândalos. Deu-se o momento de corte e, a partir dele, os problemas e os escândalos aumentaram em número, intensidade e descaramento. Um quadrilheiro ameaça o outro pelos jornais. Os discursos dos “descontentes” são cheios de ameaças veladas, de força tal que a presidente desmentiu a ela mesma e jurou que nunca havia pronunciado a palavra “faxina”.
O cenário passa ao povo a impressão de que todos são cúmplices em fatos já ocorridos ou, até, por acontecer.
De repente, política passou a ser sinônimo de imoralidade. Político passou a ser visto como ser merecedor de toda a desconfiança do mundo.
As pessoas sérias pagam pelos despudorados. A descrença se abateu sobre as almas, os corações.
É necessário restabelecermos a normalidade. E esta só virá com o fim da impunidade e o fortalecimento e moralização das instituições.
Daí o constrangimento histórico causado pelos que Antonio Fernando da Silva, quando Procurador-Geral da República chamou de quadrilheiros sofisticados, ao denunciá-los ao STF a partir das denúncias do mensalão.
Ilesa, essa gente desmonta o Brasil e ofende os brasileiros.
Mas a hora está chegando!
Arthur Virgílio é diplomata, foi líder do PSDB no Senado
Um comentário:
Parabéns! Nobre Líder..como sempre nos trazendo clara visão sobre fatos e circunstâncias fundamentais ao nosso país.Sua importância e participação como oposição, foi fundamental para que viesse a público tais irregularidades.
Sua veemência e aguerrida atuação no senado federal nos faz falta, mas esperamos que o maravilhoso estado do Amazonas possa restabelecer esse valor ao nosso amado Brasil.
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