O secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, ressaltou que as empresas que não melhorarem a qualidade de seu serviço poderão cair na malha fina no trimestre seguinte. Ele não descarta a hipótese de cassações de permissões, como ocorreu com a Viação Oriental que, há dois meses, prestava um serviço precário na Zona Oeste. Segundo ele, mais duas empresas estão com o processo de perda de licença em tramitação e, por isso, não aparecem no ranking: as viações Ocidental e Feital.
- O Rio tem mais de 8 mil ônibus e 1.600 itinerários. A prefeitura tem um número reduzido de fiscais e precisa usar esses servidores da maneira mais racional possível. Nesses três meses, os carros das cinco piores empresas passarão por um pente fino. Vamos aos pontos finais verificar desde a documentação dos veículos ao estado de conservação. Conforme o que for verificado, esses coletivos podem ser multados e até rebocados para depósitos - garantiu Alexandre Sansão.
A avaliação atribuiu notas para as empresas de ônibus. Quanto maior a nota, pior o serviço. A prefeitura fixou em 13,69 o conceito aceitável. As empresas com notas acima deste limite foram reprovadas.
(Veja o ranking da prefeitura com as piores empresas de ônibus do Rio) Ideia de ranking nasceu em 1996
A ideia de criar o ranking partiu do engenheiro da prefeitura Marcos Muralha que, desde 1996, vem tentando implantá-la, não conseguindo por falta de apoio. Para classificar as empresas, a prefeitura desenvolveu um modelo matemático com auxílio de um estudante da Coppe. Para o cálculo, a SMTR toma como base a quantidade de reclamações e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do bairro onde vive o usuário, além do tamanho da frota e o motivo da queixa. As piores empresas no primeiro ranking, que tiveram como base 789 reclamações, recebidas entre novembro e fevereiro, foram: Breda (com linhas que fazem a ligação da Leopoldina com a Zona Sul), Campo Grande, Zona Oeste, Amigos Unidos (que circula entre o Centro e a Zona Sul) e Estrela Azul (que opera linhas entre o Centro e as zonas Norte e Sul).
As operações direcionadas começaram no último dia 3. Desde então, dez veículos (quatro da Breda, três da Campo Grande e três da Zona Oeste) foram rebocados para depósitos. Destes, a metade (três carros da Zona Oeste e dois da Campo Grande) sequer tinha licença da prefeitura. O secretário admitiu que a existência de veículos circulando sem autorização oficial confirma como ainda são precárias as informações que a prefeitura tem sobre a demanda real de passageiros pelas linhas da cidade:
- Na prática, esses cinco ônibus circulavam como piratas. Os carros não recolheram taxas de vistoria e nem foram inspecionados antes de começarem a receber passageiros - disse Sansão.
(Leia mais: Detro recolhe seis ônibus irregulares em terminais rodoviários do Centro) O subsecretário de Fiscalização, Eduardo Frederico Cabral, disse que as operações serão feitas inclusive nos fins de semana, nos feriados e à noite. As abordagens serão nos pontos finais e fora do horário do rush para não haver o risco de passageiros ficarem a pé.
O secretário disse já ter informado o presidente da Rio Ônibus, Lélis Marcus Teixeira, sobre o novo modelo de fiscalização. Nesta quarta-feira, Lélis não foi localizado pelo GLOBO. A Fetranspor preferiu não se pronunciar até conhecer a pesquisa. Líder do ranking, a Breda divulgou nota contestando o levantamento. A empresa afirma que teve todos os seus 154 ônibus vistoriados e aprovados em 2009, tanto pelo Detran quanto pela SMTR. E acrescentou que, este ano, 100 veículos já foram vistoriados e aprovados pelo Detran.
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