No acumulado dos últimos dois meses, tarifas aumentaram 1,61%, mais do que inflação oficial. Alta foi de 13% no extrato adicional e saque extra na agência ficou quase 9% mais caro. Cliente tem direito a pacote básico de serviços gratuitos.
Alan Severiano
Rio de Janeiro
Nos últimos meses, o noticiário de economia no Brasil foi dominado por debates sobre juros. O governo fez pressão e os bancos anunciaram redução das taxas cobradas em determinadas formas de crédito, mas, ao mesmo tempo, os clientes menos atentos acabaram pagando mais aos bancos.
Um numerozinho perdido no meio do extrato e ignorado por muita gente.
“Não tenho ideia do quanto pago de tarifa”, afirma um homem.
No acumulado dos últimos dois meses, as tarifas bancárias aumentaram 1,61%, mais do que a inflação oficial, segundo o IBGE.
Um outro levantamento, do Banco Central, que é divulgado diariamente, mostra que de abril para cá, o valor do pacote que dá direito a um determinado número de extratos e saques subiu 1,56%.
Quem excede o limite sente ainda mais no bolso: a alta foi de 13% no extrato adicional e o saque extra na agência ficou quase 9% mais caro. E quem viaja para o exterior pagou 74% a mais pelo cartão de débito em moeda estrangeira.
A Federação dos Bancos informou que não se manifesta sobre a política de tarifas e que cada banco determina os preços de acordo com sua estratégia comercial.
Para a ONG Pró-Teste, de defesa do consumidor, as taxas subiram para compensar a queda dos juros.
“Os bancos aumentaram o preço das tarifas bancárias em troca da redução dos juros. As tarifas bancárias todos pagam. Os juros poucas pagam”, opina a coordenadora Maria Inês Dolci.
Por determinação do Banco Central, os bancos só podem reajustar as tarifas duas vezes por ano. O que pouca gente sabe é que todo cliente tem direito a um pacote básico de serviços gratuitos que muitas vezes não é oferecido pelo gerente, mas que pode significar uma boa economia.
O correntista tem direito a cartão de débito e a quatro saques, dois extratos, dez folhas de cheque e duas transferências por mês entre contas do mesmo banco, além das consultas na internet, sem pagar nada.
A ONG recomenda comparar as taxas, que variam de banco para banco. O cliente pode pedir à instituição que tem as melhores tarifas a transferência da conta para lá.
“Esse banco é que vai solicitar para o primeiro a transferência da sua conta para aquele banco. Então, cabe ao consumidor tomar cuidado, prestar atenção, verificar as tarifas. Se você juntar todos os meses o quanto paga a mais de tarifa, ao final do ano você pode economizar”, orienta Dolci.
Nenhum comentário:
Postar um comentário