Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 9 de março de 2012

FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO - Alerj vai gastar R$ 2,9 milhões em novos carros para deputados

Carros comprados em 2007 vão ser substituídos por novos que custam cerca de R$ 76 mil

Carla Rocha


O mais exclusivo: Renault Fluence foi o escolhido pelos deputados
Marco Antônio Cavalcanti / O Globo

RIO - O mais exclusivo da linha Fluence, com rodas de liga leve de 17 polegadas, piloto automático, motor 2.0, 16 válvulas, bancos de couro. É assim que a Renault anuncia o modelo escolhido pelos deputados do Rio para substituir os "antigos" carros da Assembleia Legislativa (Alerj). A Mesa Diretora da Casa decidiu padronizar a frota e, com isso, saem de cena os Boras — comprados em 2007 — para entrar na garagem do Legislativo o Fluence Privilège, cujo preço oscila em torno de R$ 76 mil. Estima-se uma despesa de até R$ 2,9 milhões com a compra, que deve acontecer ainda no primeiro semestre deste ano, após licitação.

A notícia sobre a substituição dos veículos na Alerj foi revelada pela coluna de Ancelmo Gois no GLOBO. Nesta quinta-feira, novos detalhes sobre a aquisição foram esclarecidos. A presidência da Alerj explicou que uma análise técnica foi solicitada para que se encontrasse um veículo que estivesse no mesmo nível do Bora da Volkwagen, que saiu de linha, mas que não fosse tão caro quanto o Jetta, que chegou a ser cogitado pelos vereadores do Rio há um ano, mas acabou abandonado após uma polêmica sobre os gastos.

O estudo técnico para a padronização da frota que embasou a escolha do Fluence Privilège não foi divulgado. A responsabilidade foi entregue ao deputado Samuel Malafaia (PSD), da bancada evangélica, escolhido por ser engenheiro mecânico. Malafaia, que é da Assembleia de Deus, divulga em sua página que é formado pela Uerj, com especialização em tecnologias e sistemas de proteção ambiental. Ontem, ele não foi localizado e, segundo assessores, o estudo só poderia ser apresentado com a autorização dele. O presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), deu as informações, por meio de sua assessoria, mas não foi encontrado para falar sobre o assunto.

Já existe uma discussão sobre o que será feito com a antiga frota — que tanto podem ir a leilão quanto ser doada para prefeituras ou entidades de utilidade pública. Outra incógnita é sobre como será a distribuição dos veículos, já que o primeiro lote atende apenas à metade dos parlamentares. Nos bastidores já se fala que os carros novos vão deflagrar uma disputa entre os deputados. Assim como os veículos usados atualmente, eles não serão blindados.

De acordo com nota da Alerj, a escolha recaiu sobre o Fluence em razão da relação custo/benefício. Foram considerados itens como custo de manutenção, espaço interno, garantia e preço. Este último item, a propósito, pode variar para cima se os parlamentares optarem por exemplo por acessórios, como o "pack premium" ofertado pela concessionária. Ele prevê faróis de xénon e teto solar elétrico, com segurança extra: sistema anti-esganamento. Custa mais R$ 4.100. Se optarem pelo modelo sem esse pacote, a despesa, hoje, segundo os cálculos da própria Renault, ficariam em R$ 2,6 milhões. Já com "pack premium" chegaria a quase R$ 2,8 milhões, mais perto do valor total da concorrência.

Há um ano, Câmara desistiu de Jettas

A Câmara dos Vereadores do Rio também viveu uma polêmica quando tentou renovar sua frota em março do ano passado: uma compra de 51 Jettas, no valor de R$3,5 milhões. Depois da pressão popular e de uma série de reportagens do GLOBO, os vereadores fizeram uma reunião a portas fechadas e decidiram pelo cancelamento da compra dos veículos.

Na época, irritado com o impacto negativo na opinião pública, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), disse que a compra havia sido discutida e aprovada durante uma reunião com 46 vereadores, em 15 de março. Apenas cinco, de acordo com ele, se manifestaram contrários à medida desde o início: Teresa Bergher (PSDB), Leonel Brizola Neto (PDT), Eliomar Coelho (Psol), Paulo Pinheiro (PPS) e Andrea Gouvêa Vieira (PSDB). Com a repercussão, outros também passaram a questionar a compra e alguns rejeitaram os novos veículos.

Depois de um pedido da Câmara, a própria montadora Volkswagen decidiu devolver os recursos aos cofres públicos. Em nota, ela informou que atendia à solicitação da Câmara "em caráter excepcional e sustentada em parâmetros legais". Os Jettas que foram negociados na época eram do modelo 2012, com quatro airbags, bancos de couro, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, bicombustível, com motor 2.0 e direção hidráulica, entre outras características.

Fonte O Globo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/alerj-vai-gastar-29-milhoes-em-novos-carros-para-deputados-4264378#ixzz1obzXQAqD

Nenhum comentário: