Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SAÚDE IN RIO - Hospital de Bonsucesso não tem kits para fazer exames em doentes com câncer e iniciar medicação

Com câncer, sem tratamento
Hospital de Bonsucesso não tem kits para fazer exames em doentes e iniciar medicação
POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - Pacientes com câncer do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) estão sem tratamento devido à falta de um kit usado no exame que identifica o tipo do tumor — o teste é fundamental para a escolha da medicação mais eficaz para cada doente. A aposentada Maria Valença, 74 anos, que tem câncer de fígado, espera há mais de 3 meses pelo resultado do exame.

“É um descuido com o ser humano. O médico que atende minha tia diz que, sem o resultado do exame, está de mãos atadas. Ela está piorando, perdendo um tempo que não pode perder. Enquanto esperamos que o hospital compre o kit, o câncer progride”, diz a funcionário pública Ana Lúcia Valença Martins.

Ela conta que a cada dia a tia fica mais inchada e sem esperança. “É absurdo. Minha tia pediu desesperada para ajudá-la. Imagina saber que está com câncer e não começar o tratamento. Os funcionários dizem que o material já foi pedido, mas o hospital não compra e não tem previsão”, relata.

Uma outra paciente, que tem câncer de mama e pediu para não ter o nome divulgado, teve a cirurgia marcada para outubro. Mas desde setembro espera pelo resultado que orientará qual o melhor tratamento após a cirurgia — a falta do teste compromete o sucesso do tratamento.

Em nota, a direção do hospital, que desde agosto passa por uma grave falta de equipamentos, insumos e medicamentos, como O DIA vem noticiando, admite a falta dos kits. Alega que comprou o produto, que a fornecedora os enviou dia 3, “mas o material não foi entregue”. A direção não explica o motivo de ter deixado o produto faltar e “cobra a entrega”. Sobre Maria, diz apenas que ela faz acompanhamento clínico.

Aposentado aguarda por cirurgia há mais de dois anos no Andaraí
Pacientes de outro hospital federal também sofrem com a precariedade do atendimento. O aposentado Heráclito Azevedo, 68 anos, espera há mais de dois anos por uma cirurgia no quadril no Hospital Federal do Andaraí.

Apesar de estar entre os 20 primeiros da fila, o morador de Anchieta sofre com a falta de informações sobre prazos, marcação de consultas e seu estado de saúde. Ele precisa da colocação de uma placa para sustentação do corpo.

“Sinto tanta dor que só consigo andar com muletas”, diz. Durante a espera, Heráclito desenvolveu uma hemorragia gástrica devido à alta dosagem de medicação contra a dor.
O hospital não soube informar a razão para a demora. Um dos motivos seria a ausência de um complemento para a placa no quadril, que só deve chegar na semana que vem

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