Dois israelenses e um russo trariam chips com banda larga para controle do jogo do bicho
POR GABRIELA MOREIRA
Durante um ano, agentes da Polícia Federal monitoraram os encontros que os criminosos internacionais mantiveram com Escafura. Cada um esteve com o bicheiro, que está foragido, pelo menos duas vezes. O local de encontro era um bingo que o contraventor mantinha, na Abolição, e foi fechado pela Polícia Federal no sábado.
Outros dois israelenses foram investigados na mesma operação: Yoran El Al — acusado de ser o chefe do grupo — e Meir Zloff. Ambos foram presos na sexta-feira, durante a operação Black Ops.
Ao todo, foram expedidos 22 mandados de prisão (11 já foram cumpridos), 119 mandados de busca e apreensão em 12 estados e no Distrito Federal. No total, 102 carros foram importados ilegalmente. Foram apreendidos R$ 380 mil em dinheiro, R$ 60 mil em cheque e 1,2 mil dólares.
Israelense também atuaria no mercado imobiliário
Considerado o chefe do esquema de lavagem de dinheiro para a máfia dos caça-níqueis, atuava no ramo imobiliário, segundo investigações. Monitorado, Yoram comprou e revendeu três casas em Porto Seguro (BA), Búzios e na Barra. Cada uma a R$ 2,5 milhões. Uma delas teria sido comprada pelo marido de uma atriz.
A polícia considera suspeita a relação dos cantores Belo e Latino com a revendedora de veículos Euro Imported Cars, do acusado Haylton Escafura. Eles não constam na lista de compradores, mas usariam carros emprestados da firma. O Ministério Público Federal pode pedir a abertura de inquérito contra eles. Os jogadores Diguinho e Emerson ainda não recuperaram seus carros, apreendidos pela Receita Federal.
O MPF pedirá o indiciamento por contrabando de alguns dos jogadores e artistas que compraram os carros apreendidos. “Em diversas transações, existem elementos fartos nos autos que levam a conclusão de que o comprador sabia da origem ilegal. Chamaremos para depor aqueles sobre os quais pairam dúvidas”, afirmou o procurador da República, Antônio Cabral.
PF investiga 5 policiais que agiriam como seguranças
Piruinha: proibido de sair do País | Foto: Banco de Imagem / Agência O Dia
A PF investiga ainda quatro policiais militares e um inspetor da Polícia Civil, suspeitos de fazer a segurança do grupo de Haylton Escafura. Eles serão convocados para depor e podem ser acusados de participação na máfia dos caça-níqueis.
Três policiais militares já estão presos. Dois deles são aposentados, e um é lotado no Centro de Manutenção e Maquinário, da PM.
Pai de Escafura, o contraventor José Caruzzo Escafura, o Piruinha, de 83 anos, está proibido pela Justiça de sair do País. Em função da idade, ele não chegou a ter a prisão decretada, mas sua liberdade só será garantida caso pague fiança de R$ 100 mil. O prazo para o pagamento venceu ontem e até o fim do expediente judiciário ele ainda não havia efetuado o depósito. Assim como o filho, Piruinha teve todos os bens, adquiridos até 2006, sequestrados pela Justiça. Na lista há lanchas, carros, dezenas de imóveis, além de uma quantia aproximada de R$ 50 milhões em dinheiro.
Escafura ainda é procurado pela PF. Uma noite antes da operação, ele se hospedou num hotel, na Barra
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