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quinta-feira, 4 de março de 2010

CPI DA CODEPLAN fica sem relator com a saída de Raimundo Ribeiro

Luísa Medeiros
Publicação: 04/03/2010 07:00
 
Um dia depois de visitar o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido) na prisão, o deputado distrital Raimundo Ribeiro (PSDB) deixou a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Codeplan, criada para investigar denúncias de um suposto esquema de corrupção nos últimos 19 anos de gestão do governo local. Alegando estar muito atarefado com as outras atividades que desempenha na Câmara Legislativa, o distrital comunicou ontem sua saída da função. Desde a criação da CPI, há quase dois meses, o trabalho parlamentar está praticamente parado. Agora, a comissão não tem nem presidente nem relator.

A escolha do presidente da CPI foi adiada para a próxima segunda-feira, às 15h. Na quarta-feira, às 10h, será a reunião para tratar dos assuntos da comissão. Eliana Pedrosa (DEM) presidiu ontem a 4ª sessão ordinária no lugar do vice-presidente, Batista das Coopertativas (PRP), que faltou por motivos de saúde. No entanto, ele esteve presente no almoço com o governador interino, Wilson Lima (PR), no 6º andar do Palácio do Buriti, cujo assunto era tratar da relações entre os poderes Legislativo e Executivo.

José Antônio Reguffe (PDT) e Paulo Tadeu (PT) também acompanharam a reunião da CPI. O último deverá se candidatar à presidência, caso não haja consenso na construção dos nomes para as vagas de relator e presidente. Houve uma tentativa de acordo ontem, mas os deputados aliados ao governo não aceitaram essa composição(1).

Para justificar a saída, Raimundo Ribeiro disse que faz parte da Comissão de Ética e de mais duas outras comissões na Câmara, o que demanda muito do tempo dele. “Tem vários parlamentares que podem contribuir bastante, como o Reguffe”, afirmou. O distrital lembrou que foi indicado como relator pelo deputado Alírio Neto (PPS), presidente da CPI à época de instalação. E, como será feita nova votação para a presidência, seria “elegante” ele sair para que o novo presidente se sentisse à vontade para indicar quem quisesse. “Poderia ter saído antes, mas fiquei para tomar providências que deveriam ser adotadas”, contou. Ele negou que sua saída tenha sido decidida durante a visita a Arruda na prisão improvisada na Superintendência da Polícia Federal, anteontem.

No início do ano, integrantes da base aliada do governo que compunham a CPI tentaram enterrá-la após uma interpretação da decisão judicial que obrigava sua criação. Depois disso, o ex-relator apresentou aos colegas uma proposta de cronograma de atividades que nunca foi colocado em prática. A comissão aprovou a convocação do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa, delator do suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina no DF, mas ele desistiu de prestar depoimento. Ontem, foi aprovado requerimento que pede à Polícia Civil do DF informações sobre as operações Tucunaré e Terabyte, que investigaram lavagem de dinheiro por doleiros e um esquema de cobrança de propina na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF, respectivamente.

1 - Integrantes
Atualmente sem presidente e sem relator, a CPI da Codeplan é composta pelos deputados Batista das Coopertativas (PRP), Raimundo Ribeiro (PSDB), Paulo Tadeu (PT), Eliana Pedrosa (DEM) e Reguffe (PDT).

Secretária efetivada
O governador interino do Distrito Federal, Wilson Lima, confirmou em reunião no fim da tarde de ontem, com diversos diretores de regionais de Ensino, que efetivará Eunice Santos como secretária de Educação. Ela ocupa o cargo interinamente desde a queda de José Valente, citado na Operação Caixa de Pandora. O nome de Eunice à frente da pasta deve ser divulgado no Diário Oficial do DF de amanhã. Porém, ainda não é possível afirmar se Leila Pavanelli, que atualmente exerce a função de subsecretária, serámantida no cargo.

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