Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 3 de abril de 2010

RIO DE JANEIRO/NOVA IGUAÇU - Lindberg pode ser convocado a depor em CPI de Nova Iguaçu


O ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT) deverá ser convocado pela Câmara de Vereadores para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades na gestão da saúde e também o atraso no repasse de verbas federais para clínicas conveniadas. Lindberg e outras dez pessoas tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrados pelo Ministério Público Estadual (MPE) para investigação sobre suspeita de desvio de dinheiro público.
"Agora ele (Lindberg) pode ser convocado porque não é mais prefeito", disse o presidente da Câmara, Marcos Fernandes (PSB). Na CPI da Saúde, o secretário de Saúde da gestão de Lindberg, Marcos de Souza, deverá depor terça-feira para explicar o atraso no repasse de verbas.
Anteriormente ele não compareceu à convocação. O vereador de oposição, Thiago Portela (PPS) está confiante com os trabalhos da CPI. "Acho que agora a Justiça será feita e todos os crimes cometidos nessa gestão serão esclarecidos", disse o vereador. Marcos de Souza, que deixou a secretaria no mesmo dia que Lindberg renunciou à prefeitura para concorrer ao Senado, disse que "sempre foi à Câmara prestar todas informações". Mas ele desconhece nova convocação para a CPI da Saúde.
O biólogo Mauro Terra, do Sindicato dos Laboratórios de Análises Clínicas do Rio de Janeiro (Sindlapac), da Associação dos Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (Aherj) e empresário do setor, reclama na Justiça dos atrasos no repasse de verbas às clínicas conveniadas com a prefeitura. Ele afirma que quatro empresas já fecharam as portas e cerca de 350 funcionários foram demitidos.
"Seria leviano falar em desvio, mas no meu entender há má administração", disse. Em janeiro, o Ministério Público Federal abriu inquérito para investigar o "risco de colapso com possibilidade de perda da gestão plena". O ex-secretário de Saúde se defende e lembra que assumiu com os atrasos somando R$ 15 milhões.
"Os pagamentos estão sendo feitos, mas às vezes há um hiato de dois meses. Mas as clínicas nem sempre estão em dia com suas obrigações". Segundo Mauro, "em retaliação" às ações na Justiça, a prefeitura contratou a Científica Lab, uma empresa paulista que virou novo motivo de polêmica na gestão da Saúde da cidade, pois o controlador geral da Saúde no município dera parecer contrário ao pagamento no início do ano. A prefeitura já pagou, em duas parcelas, quase R$ 500 mil pelo serviço.

MP investiga contratos suspeitos
O Ministério Público Estadual (MPE) investiga o prefeito Lindberg Farias por suspeita de chefiar esquema de empresas que teriam firmado contratos de fachada com a Prefeitura de Nova Iguaçu. Lindberg e outras dez pessoas - entre as quais cinco parentes do então prefeito e três secretários da prefeitura -, além de 13 empresas, tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrados pelo MPE.
A decisão de quebra de sigilo foi do desembargador Alexandre Varella, que até agosto de 2009 foi relator do caso na Seção Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. De acordo com as informações encaminhadas ao MPE, parte do dinheiro seria usado para pagar até contas pessoais dos investigados.
A denúncia investiga suposto desvio de verba e crimes de corrupção ativa, concussão (extorsão praticada por servidor público), formação de quadrilha e lavagem de cinheiro. As investigações do MPE revelam que uma das empresas, que não possui empregados, teria fornecido gás à prefeitura, mesmo sem ter autorização para vender o produto. Com a renúncia à prefeitura, Lindberg perde o foro privilegiado e as investigações devem ser transferidas da Procuradoria-Geral para a Promotoria de Nova Iguaçu.
O Dia

 


 

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