- Por Jose Roberto de Toledo
Comparação entre os dois presidenciáveis do PSDB, José Serra e Aécio Neves, à luz do Datafolha (24 e 25 de fevereiro):
Intenção de voto espontânea: Serra 7%; Aécio 1%
Intenção de voto estimulada (cenário com Ciro Gomes candidato): Serra 32%; Aécio 13%
Intenção de voto estimulada (cenário com Ciro Gomes candidato): Serra 38%; Aécio 18%
Rejeição (não votaria de jeito nenhum): Serra 25%; Aécio 20%
Eleitores que dizem “conhecer muito bem” o candidato: Serra 33%; Aécio 12%
Eleitores que dizem “conhecer um pouco” o candidato: Serra 36%; Aécio 25%
Eleitores que não conhecem ou só ouviram falar do candidato: Serra 32%; Aécio 62%
Eleitores que dizem que o candidato faz oposição a Lula: Serra 43%; Aécio 15%
Olhando os números acima fica fácil entender qual a escolha que o PSDB tem em mãos. O partido pode escolher:
1) um candidato muito conhecido, claramente oposicionista (e por isso com mais dificuldade de crescer junto ao eleitorado governista) e que sai de um patamar de intenção de voto alto;
2) um candidato pouco conhecido, difusamente oposicionista (e por isso com mais chance de crescer junto ao eleitorado governista) e que sai de um patamar de intenção de voto baixo.
Serra tem uma velocidade inicial muito maior do que Aécio. Até a última pesquisa Datafolha essa diferença era tão grande que muitos nem cogitavam mais a candidatura presidencial do mineiro. Mas a queda de Serra na pesquisa fez alguns tucanos pensarem duas vezes.
Analisando-se o potencial de crescimento, a grande diferença é que 3 vezes mais eleitores identificam Serra como oposição a Lula. Mais: entre os eleitores de Dilma, só 19% acham que Aécio é oposicionista, contra 60% que enxergam Serra nesse papel.
Na hipótese de sair o paulista e entrar o mineiro, quantos votos seriam “transferidos” de um tucano para outro? Hoje, apenas 1 em cada 4 eleitores de Serra trocaria seu candidato por Aécio. Isso é reflexo do pouco conhecimento do nome do governador mineiro fora de seu Estado. Mas as dificuldades com um eventual roque Serra-Aécio não seriam apenas do PSDB.
A campanha de Dilma teria que dividir esforços em duas frentes: identificá-la com Lula e identificar Aécio como um oposicionista ao presidente. A segunda tarefa é mais difícil do que parece. Ambos nunca se defrontaram em uma eleição, como já aconteceu com Lula e Serra. Sobram fotos de arquivo de Aécio e Lula abraçados e sorrindo. Faltam ataques de Aécio a Lula.
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