Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 13 de março de 2010

RIO DE JANEIRO/GOVERJ/ROYALTIES - Protesto ganha as ruas do Rio



Passeata da Candelária à Cinelândia retoma clima de ‘Diretas Já!’ e ‘Fora Collor’

Rio - A indignação com os prejuízos que ameaçam o equilíbrio financeiro do estado fará o Rio reviver o clima das ‘Diretas Já’ e dos ‘caras-pintadas’ do ‘Fora Collor’, movimentos de protesto que levaram multidões às ruas nas décadas de 80 e 90. As manifestações contra o resultado da votação na Câmara que prevê a redistribuição de royalties com perdas substanciais para o estado vão continuar: a capital vai parar quarta-feira, dia 17, a partir das 16h, em grande ato, convocado por prefeitos de municípios prejudicados e pelo governador Sérgio Cabral. Sob o slogan “Contra a covardia, em defesa do Rio”, passeata vai da Candelária até a Cinelândia, que terá palco para shows.

A manifestação contará com a ajuda do Cristo Redentor. A Arquidiocese do Rio autorizou a colocação, no dia, de faixa de luto na estátua. Além disso, os prédios do Centro também serão ornamentados. Os servidores serão liberados, por ponto facultativo, às 15h. A Secretaria de Obras vai liberar os operários das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para que compareçam ao ato.
Hoje, o governador vai reunir os presidentes da Assembleia Legislativa (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), e do Tribunal de Justiça, Luiz Zveiter, e prefeitos no Palácio Guanabara. Após o encontro, Cabral dará detalhes do movimento. O ato assumiu caráter suprapartidário e terá a presença da prefeita de Campos e ex-governadora Rosinha Garotinho (PR), presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo. “Cada empresa que participou de licitação e faz obras na cidade vai ter que parar e pessoas serão demitidas. Isso quebrará o comércio e Campos vai virar uma ‘Serra Pelada’”, alertou a prefeita, em referência à cidade mineradora paraense que empobreceu, mesmo com o ouro.
O Fórum de Desenvolvimento Estratégico da Alerj organiza outro ato, terça-feira, às 14h30, no Palácio Tiradentes. “É um atentado contra o Rio e seu povo, justamente em um momento em que o estado começa a se reerguer, com fortes investimentos em educação, saúde e segurança”, lamentou Picciani, presidente da Alerj e do fórum.
Parlamentares vão enviar moção de repúdio à Câmara contra a aprovação da Emenda Ibsen. O documento afirma que “retirar do Estado do Rio recursos que foram adquiridos de forma legítima pela exploração do petróleo e gás natural, rico em seu território, além de violência à Constituição, que determina compensações às regiões produtoras, é uma covarde e injusta decisão”.
Veto de Lula não garante texto original

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se manifestou ontem em agenda pública sobre o tema. Nos bastidores, Lula teria confidenciado que vetará a Emenda Ibsen Pinheiro e apresentará medida provisória para garantir o texto do relator do projeto, Henrique Alves (PMDB-RN), sem prejuízos para os produtores. Para o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), o veto de Lula não garante verba para o Rio. “O governo está numa sinuca de bico. Modificado no Senado, o projeto volta à Câmara, que poderá alterá-lo novamente”, explica ele, que defende a participação de toda a bancada do estado no ato do dia 17.


 


 

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