GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
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Pré-candidato do PSB à Presidência da República, o deputado Ciro Gomes (CE) criticou nesta quarta-feira a chapa puro-sangue do PSDB, caso o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), aceite sair candidato à vice-presidência da República na chapa do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Na opinião de Ciro, Aécio tem força suficiente para se lançar candidato à Presidência, e não à vice.
"A turma de São Paulo quer resolver esse problema no gabinete. Querem tirar a política do povo. O Aécio tem delegação para ser presidente, não para ser vice de um cara [Serra] que impede ele de ser presidente", afirmou.
Sem poupar críticas ao pré-candidato tucano, Ciro disse que Serra não pensa no partido, mas em um projeto pessoal de se tornar presidente da República. "Para o Serra não existe partido, mas opção particular da carreira dele."
Ciro disse ser "improvável" sair candidato à vice na chapa de Aécio, caso o governador mineiro volte atrás na decisão de não disputar o Palácio do Planalto. "Não é provável", afirmou.
O deputado reiterou que será candidato à Presidência da República, mesmo com as pesquisas apontando a probabilidade de segundo turno entre Serra a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "A minha candidatura não tem essa miudice de motivação [provocar o segundo turno]. Nunca uma pesquisa nessa data foi o [resultado] que aconteceu lá na frente", afirmou.
Ciro declarou que, se depender da sua vontade, leva a sua candidatura ao Palácio do Planalto até o dia 3 de outubro --data das eleições. O parlamentar, porém, não descarta desistir da corrida presidencial se reavaliar as condições da disputa.
Ciro criticou o embate entre governo e oposição na pré-campanha, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a disputa seria uma comparação entre a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a sua.
"A briga entre o pessoal do Lula e do FHC amesquinhou a política nacional. O PT ficou contra o Plano Real por causa da briga provinciana de São Paulo. O Lula faz um governo para o mundo inteiro aplaudir. O que faz o PSDB? Fica contra. Se o Lula quer um plebiscito da turma dele e do FHC, é preciso mudar isso."
Mudanças
Ciro disse ser favorável às resoluções aprovadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ontem com mudanças nas regras da disputa de outubro. Sobre a decisão do tribunal de restringir as chamadas "doações ocultas de campanha", Ciro disse que defende a medida porque é favorável à "transparência total" na política.
Em relação à Justiça Eleitoral poder disponibilizar a ficha criminal dos candidatos aos eleitores, Ciro disse que a medida é correta, apesar de não ser da "competência" do TSE. "Está fora da linha do TSE, mas acho bom também. Vou ter que ir não sei aonde buscar minha ficha e não fiz nada. Estou limpo", ironizou.
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