Publicação: 11/03/2010 07:00 Atualização: 10/03/2010 23:56
Dezenas de prefeitos mineiros de vários partidos aguardam apenas a confirmação oficial da candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), à Presidência da República, para deflagrar a operação “Dilmasia”, uma reedição do “Lulécio” vitorioso em 2006, quando pediram votos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para o governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). Dessa vez, além de mostrarem a força de Minas na campanha da candidata de Lula — a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) —, eles estão empenhados em garantir a Aécio uma grande votação no Senado e a eleger o candidato dele ao Palácio da Liberdade, o vice-governador Antonio Anastasia. (PSDB).
O trocadilho com a palavra azia está sendo usado contra o governador paulista. “Não temos que engolir o Serra. Com a indisposição causada pela candidatura dele, a Dilmasia vai ser maior ainda”, ironiza o prefeito de Salinas, no norte de Minas, José Antônio Prates (PTB), expulso do PT em 2007 exatamente por ter lançado o Lulécio. Agindo assim, os prefeitos atenderiam, segundo ele, a um “apelo das bases”, que estariam frustradas com a impossibilidade de votar em Aécio para presidente. “O Serra vai levar uma surra em Minas, que vai decidir novamente a eleição presidencial”, previu.
Há quatro anos, a articulação que também envolveu candidatos a deputado estadual e federal foi fundamental para a reeleição de Aécio com 77% dos votos ainda em primeiro turno e para a vitória esmagadora de Lula no segundo colégio eleitoral do país, quando o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) obteve, no segundo turno, menos votos do que no primeiro.
Prates se recorda do início do movimento. Em 27 de março de 2006, comandou um grupo de 19 prefeitos petistas que entregaram a Aécio, no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, um manifesto de apoio à reeleição do tucano. O movimento se alastrou para outras legendas. Mesmo obrigado a deixar o partido, ele garante: muitos prefeitos do PT vão se integrar novamente à campanha. O motivo seria simples: os administradores municipais teriam sido bem tratados nos dois mandatos de Lula e de Aécio. “Nem é Dilmasia, é o Lulécio de novo”, resume. A estratégia não é feita apenas de traições, já que boa parte das siglas da base aliada do governo Lula fazem parte da gestão de Aécio, como PDT, PV, PSB, PTB e PP. “O movimento já está articulado e só tende a crescer. Só estamos esperando a oficialização das candidaturas. Por enquanto, apenas Dilma é candidata”, afirmou.
Explicação
Ex-líder estudantil que na década de 1970 esteve à frente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e foi obrigado a exilar-se em países como o Chile e a França para escapar da perseguição pelo regime militar, Prates também alega motivos ideológicos para que líderes de vários partidos encampem a estratégia Dilmasia. “Sou da tribo dos utopistas que imaginou um Brasil acima dos projetos individuais. Por isso, cheguei a pensar, no ano passado, que Dilma e Aécio pudessem estar juntos numa chapa, já que não defendem um projeto antagônico de nação. Mas como no Brasil só há projetos de poder, PSDB e PT pensam diferente de mim, o que não obriga os prefeitos a se subordinarem a essa lógica”, filosofa.
O trocadilho com a palavra azia está sendo usado contra o governador paulista. “Não temos que engolir o Serra. Com a indisposição causada pela candidatura dele, a Dilmasia vai ser maior ainda”, ironiza o prefeito de Salinas, no norte de Minas, José Antônio Prates (PTB), expulso do PT em 2007 exatamente por ter lançado o Lulécio. Agindo assim, os prefeitos atenderiam, segundo ele, a um “apelo das bases”, que estariam frustradas com a impossibilidade de votar em Aécio para presidente. “O Serra vai levar uma surra em Minas, que vai decidir novamente a eleição presidencial”, previu.
Há quatro anos, a articulação que também envolveu candidatos a deputado estadual e federal foi fundamental para a reeleição de Aécio com 77% dos votos ainda em primeiro turno e para a vitória esmagadora de Lula no segundo colégio eleitoral do país, quando o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) obteve, no segundo turno, menos votos do que no primeiro.
Prates se recorda do início do movimento. Em 27 de março de 2006, comandou um grupo de 19 prefeitos petistas que entregaram a Aécio, no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, um manifesto de apoio à reeleição do tucano. O movimento se alastrou para outras legendas. Mesmo obrigado a deixar o partido, ele garante: muitos prefeitos do PT vão se integrar novamente à campanha. O motivo seria simples: os administradores municipais teriam sido bem tratados nos dois mandatos de Lula e de Aécio. “Nem é Dilmasia, é o Lulécio de novo”, resume. A estratégia não é feita apenas de traições, já que boa parte das siglas da base aliada do governo Lula fazem parte da gestão de Aécio, como PDT, PV, PSB, PTB e PP. “O movimento já está articulado e só tende a crescer. Só estamos esperando a oficialização das candidaturas. Por enquanto, apenas Dilma é candidata”, afirmou.
Explicação
Ex-líder estudantil que na década de 1970 esteve à frente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e foi obrigado a exilar-se em países como o Chile e a França para escapar da perseguição pelo regime militar, Prates também alega motivos ideológicos para que líderes de vários partidos encampem a estratégia Dilmasia. “Sou da tribo dos utopistas que imaginou um Brasil acima dos projetos individuais. Por isso, cheguei a pensar, no ano passado, que Dilma e Aécio pudessem estar juntos numa chapa, já que não defendem um projeto antagônico de nação. Mas como no Brasil só há projetos de poder, PSDB e PT pensam diferente de mim, o que não obriga os prefeitos a se subordinarem a essa lógica”, filosofa.
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