Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 17 de março de 2010

DENÚNCIA - Diretor da Nucleos confirmou pressão do PT

Depoimento à CPI reforça afirmações de Funaro sobre desvio em fundos para campanhas eleitorais
De Fábio Fabrini:
Citada pelo corretor Lúcio Funaro como peça a ser investigada no suposto esquema de desvios de recursos do PT para abastecer campanhas, a corretora ASM Asset Management foi alvo da CPI dos Correios, que esquadrinhou as operações do chamado mensalão petista.
Num dos depoimentos à CPI, o diretor do fundo de pensões Nucleos, dos funcionários da Eletronuclear, Gildásio Amado Filho, confirma que foi assediado por Marcelo Sereno, ex-secretário de Comunicação do PT, para favorecer a empresa.
Ele contou à CPI que recebeu bilhete de sua secretária, transmitindo um recado de Sereno para que ligasse para o representante da corretora, Fernando de Barros Teixeira.
Dias depois, a cúpula do Nucleos recebeu o empresário, que ofereceu investimentos em fundos de direito creditórios. A diretoria avaliou que a transição contrariava a política adotada pelo fundo e não a aceitou. Mas, segundo o relatório, negócios da ASM com entidades de previdência complementar de outras estatais teriam rendido mais de R$ 200 milhões aos participantes do esquema.
A CPI apurou que os fundos de pensão das estatais fechavam negócios artificiais com as corretoras, pagando valores muito acima dos praticados pelo mercado por títulos ou vendendo-os a preços inferiores. Parte dos ganhos das empresas irrigaria o caixa dois petista.
O corretor informou também que a política de investimentos do Nucleos foi manipulada por Sereno para financiar a campanha de 2004 do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT).
O relatório final da CPI diz que a corretora Arbor Asset Management, uma das favorecidas pelo fundo de pensões, era controlada por Murillo de Almeida Rego, amigo de Sereno e ex-assessor de Lindberg quando deputado federal pelo PCdoB (1995-1998).
A empresa estava em nome da mulher de Murillo, Rogéria da Costa Beber. Lindberg admitiu que Murillo foi seu assessor em 1995, mas negou as supostas irregularidades para caixa dois de sua campanha.
"Não tenho relação com esse fundo de pensões, assim como desconheço qualquer tipo de influência de Murilo Rego ou Marcelo Sereno sobre ele", informou, em nota. Sereno não foi localizado pelo GLOBO. O fundo de pensões Nucleos não se manifestou.

 

 

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