Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 3 de abril de 2010

RELIGIÃO - Frei Betto: O significado de comungar


Só há comunhão de verdade com comprisso pela justiça social

Autor de “Um homem chamado Jesus”

Rio - Comunhão. Eis uma palavra abençoada. Ela expressa bem o que a eucaristia significa para todos os cristãos. Comunhão vem da mesma raiz que a palavra comunicar. Se comungo as mesmas ideias de uma pessoa é porque sinto profunda afinidade.

Ela diz o que penso e exprime o que sinto. Na eucaristia, comungamos: com Jesus; com os nossos semelhantes; com a natureza; e com a Criação divina.

Jesus instituiu a eucaristia em vários momentos de sua vida. O mais significativo deles foi a Última Ceia, quando tomou o pão, repartiu entre seus discípulos e disse: “Tomai e comei, pois isto é o meu corpo”.
Fazer algo em memória de Jesus não é apenas recordar o que ele fez há dois mil anos. É reviver em nossas vidas o que ele viveu, assumindo os valores evangélicos.

Quem não se dispõe a dar a vida por aqueles que estão privados de acesso a ela, não deveria se sentir no direito de aproximar-se da mesa eucarística. Só há comunhão com Jesus se houver um compromisso de justiça com os mais pobres, “pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (I João 4,20).

No entanto, há milhões de pessoas que não têm acesso à comida e à bebida. O maior escândalo deste início de século e de milênio é a existência de pelo menos 1 bilhão de famintos entre os 6,5 bilhões de habitantes da Terra.

Só no Brasil, 30 milhões estão excluídos dos bens essenciais à vida. Em toda a América Latina, morrem de fome, a cada ano, cerca de 1 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade.

Fazer memória de Jesus é fazer com que o pão (símbolo de todos os bens que trazem vida) seja repartido entre todos.


 


 

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