Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ESPORTE/FUTEBOL/COPA DO BRASIL - Oásis em deserto de futebol, Fred garante vitória do Flu contra a Portuguesa

Atacante é autor de gol solitário em péssimo jogo no Canindé. Decisão da vaga acontece na próxima quinta, no Maracanã

Cahê Mota São Paulo
Portuguesa e Fluminense fizeram um jogo ruim, sem alternativas e de dar sono. Na ausência de bom futebol, só mesmo um craque poderia fazer a diferença. E foi o que aconteceu. Melhor para o Tricolor, que tem Fred, e saiu na frente nas oitavas de final da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira, no Canindé.

Com gol do atacante em bonito chute de fora da área aos 16 minutos do segundo tempo, o Flu venceu por 1 a 0 e decide a vaga na próxima quinta, no Maracanã, com a vantagem do empate. A repetição do resultado leva a partida para os pênaltis e qualquer outra vitória pela diferença mínima dá a vaga para a Lusa. Quem levar a melhor encara nas quartas de final o vencedor do confronto entre Grêmio e Avaí – a primeira partida acontece nesta quarta, no Olímpico.

 
Muita correria e pouco futebol no primeiro tempo

Não se sabe se para fugir do frio ou se para dar uma resposta aos torcedores que estenderam faixas de cabeça para baixo no Canindé, mas jogadores de Portuguesa e Fluminense correram bastante no primeiro tempo. Faltou “apenas” jogar futebol. Nada criativos e com muitos erros de passe, os dois times sequer tiraram o “uh” das arquibancadas e justificaram nos 45 minutos iniciais as ausências nas fases decisivas do Carioca e do Paulistão.

A equipe carioca ao menos se preocupou em atacar e foi quem mais criou oportunidades. Ou melhor, concluiu a gol, apesar de não estar com a pontaria nada afiada. A primeira tentativa, por sinal, deu o tom do que seria o restante do primeiro tempo: aos dois minutos, a bola sobrou para Marquinho na entrada da área e por pouco não foi parar na Marginal Tietê.

Já a Lusa nitidamente se mostrou mais preocupada em não sofrer gol em casa. Com três zagueiros, perdeu o estreante Maurício aos sete minutos, com uma lesão na coxa, e o trocou por Acleisson. Até os 15, o time da casa não tinha nem passado do meio de campo com a bola dominada ainda, mas também não era muito importunado pelo Flu.

A primeira conclusão perigosa aconteceu aos 17, quando o chute do tricolor Everton se aproximou do travessão de Fábio. Com maior posse de bola, o Fluminense viu Alan e Fred se embolarem no ataque sem dar espaços para lançamentos, fosse de Conca, Diguinho ou Everton. Aos 24, a Lusa finalmente assustou em cobrança de falta de Acleisson, que passou perto da trave direita de Rafael.

Com o Tricolor disposto ofensivamente, Marco Antonio descolou bom lançamento para Heverton, nas costas da zaga, mas Leandro Euzébio fez o corte. Sem espaço na defesa da Lusa, o Flu não pôde se queixar de falta de oportunidades em lances de bola parada. Foram inúmeras faltas na intermediária, todas mal cobradas por Conca.

A melhor chance carioca esteve nos pés de Gum. Aos 34, Mariano pegou rebote e chutou cruzado. O zagueiro escorou na pequena área, mas foi atrapalhado por Acleisson, e a bola saiu pela linha de fundo. Menos constante no ataque, a Portuguesa também teve sua oportunidade de ouro: aos 44, Heverton aproveitou bate-rebate e ficou com a bola na marca do pênalti. Ele mandou uma bomba de direita e só não encontrou o caminho das redes porque Cássio mergulhou e fez o corte.

Lusa toma iniciativa, mas Flu vence

O ritmo de muita velocidade e pouca qualidade continuou na segunda etapa. Desta vez, porém, quem tomou a iniciativa foi a Portuguesa. No segundo minuto, Heverton abriu a jogada para Paulo Sérgio na direita. O lateral avançou e chutou cruzado buscando o próprio atacante, que se jogou de carrinho, mas não acertou a bola.

Com o futebol em baixa, torcedores das duas equipes esqueceram o gramado e passaram a se provocar atrás do gol de Rafael. Nada além de troca de ofensas verbais. Aos sete, Alan e Conca trocaram passes até a bola chegar para Everton concluir em cima da zaga. Marquinho, dois minutos depois, assustou em chute de direita.

Em contra-ataque, a Lusa por pouco não abriu o placar, aos 14. Luis Ricardo deixou Gum na saudade, virou para Athirson e disse: “Faz o gol”. O lateral deve ter entendido errado e não aproveitou o passe açucarado, chutando nas alturas. Com 15 minutos do segundo tempo, a partida completou uma hora sem que nenhum dos goleiros fizesse sequer uma defesa.

Foi quando Fred resolveu aparecer. Aos 16, o atacante recebeu passe de Mariano na entrada da grande área, dominou, viu a bola subir e emendou de primeira no cantinho. A bola ainda tocou a trave antes de balançar a rede: 1 a 0 Fluminense.

Agência/Photocâmera

Jogadores do Flu vibram com o gol de Fred sobre a Portuguesa


Muito mal na partida, Athirson finalmente fez boa jogada aos 21. O lateral cruzou na medida para Heverton se antecipar a Gum e, na pequena área, cabecear para fora. A Lusa começava a esboçar uma pressão e teve a missão facilitada por Marquinho, aos 24. O lateral, que tinha acabado de barrar Julio Cesar, fez falta em Domingos, recebeu o segundo amarelo e foi expulso.

Em vantagem numérica, a Portuguesa tomou conta definitivamente do campo de ataque, mas faltava criatividade. Aos 31, Luis Ricardo chamou para si a responsabilidade e assustou. Ele arriscou da entrada da área, Rafael deu rebote e se enrolou todo na sequência. A bola sobrou para o próprio atacante, que cruzou para corte de Cássio.

Foi o único susto causado pela Lusa em uma partida em que a qualidade individual impediu a ausência completa de bom futebol no Canindé.

Ficha técnica: 

PORTUGUESA 0 x 1 FLUMINENSE
Fábio, Domingos, Thiago Gomes e Maurício (Acleisson) (Luís Carlos); Paulo Sérgio, Marco Antônio, Glauber, Fabrício e Athirson (Bizcayzacú); Heverton e Luis Ricardo. Rafael, Gum, Cássio e Leandro Euzébio; Mariano, Diguinho, Conca, Everton e Marquinho; Alan (Diogo) e Fred (André Lima).
Técnico: Vagner Bennazzi. Técnico: Cuca.
Gols: Fred, aos 16 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Acleisson, Marco Antônio, Domingos, Heverton (Portuguesa); Gum, Marquinho, Rafael (Fluminense). Cartão vermelho: Marquinho (Fluminense).
Estádio: Canindé. Data: 14/04/2010. Árbitro: Héber Roberto Lopes (Fifa/PR). Auxiliares: José Carlos Passos (PR) e Adair Carlos Mondini (PR). Público: 2.728. Renda: R$ 47.530,00.

 

 

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