Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 26 de março de 2010

RIO DE JANEIRO/TRÁFICO DE DROGAS - Moradores da Rocinha ganham R$ 40 para trabalhar no refino de cocaína


A Rocinha é a maior favela do Rio de Janeiro e se tornou a maior produtora de cocaína. Distribuía a droga para outras favelas da cidade.


Os policiais invadem a casa na Rocinha e vibram ao encontrarem a refinaria de cocaína no alto do morro. O cerco se fecha um pouco mais quando algum tempo depois os policiais encontram homens no hospital com queimaduras nos braços e nas pernas.

Policial - Como é que foi isso, cara?
Homem - Foi em um churrasco.
Policial - Em um churrasco? Mas como é que foi que você se queimou assim debaixo do braço?
Homem - Eu fui ajudar ele, quando eu vi pegando fogo nele, eu fui tirar ele, puxar, e tinha uma garrafa de álcool do lado.

Mas a policia já sabia que eles tinham se queimado em um acidente em outra refinaria. A polícia descobriu que a facção criminosa não estava mais apenas comprando a droga para revender, mas tinha passado a refinar a cocaína em laboratórios nos morros cariocas. Para isso, estava recrutando centenas de moradores das favelas para trabalhar no esquema.

Os moradores compravam os produtos químicos usados para processar a droga, como mostram as escutas telefônicas feitas pela polícia.

- Chega aí para pegar o dinheiro aqui em casa.
- Não, estou indo aí, estou indo aí. Eu vou arrumar os cinco (moradores) e vou aí pegar o dinheiro, valeu?
- Pega logo o dinheiro pô, depois tu arruma.

Para mapear o funcionamento da quadrilha, os investigadores monitoraram também o local onde eram comprados os produtos.

- Olha só, clorídrico e sulfúrico tem, não tem álcool.
- Então, não dá para comprar clorídrico e sulfúrico?
- Dá pô...

Um rapaz, saindo com uma sacola na mão, foi detido pelos policiais. Ele levava produtos químicos para a Rocinha.

Em um mês, foram identificadas 216 pessoas que faziam a compra para os bandidos. Cada uma recebia R$ 40 pelo serviço. Todas foram indiciadas por associação para o tráfico.

De acordo com a polícia, dois traficantes comandavam o esquema. Rogério Mosqueira, o Roupinol - morto em uma operação na terça-feira no Morro de São Carlos - e Antônio Bonfim Lopes, o Ném da Rocinha.

Juntos, eles eram responsáveis por uma produção gigantesca de cocaína. Nos últimos dois anos eles teriam comprado seis toneladas de pasta-base na Bolívia e triplicado essa quantidade beneficiando a pasta nas refinarias nos morros cariocas.

Na operação de terça-feira, a polícia apreendeu a contabilidade do tráfico, que confirma o trabalho dos investigadores. A quadrilha já produzia de 200 a 400 quilos de cocaína por semana.

“Um esquema muito grande, que envolve muitas pessoas. Começa desde o usuário até o chefe do tráfico”, aponta o diretor de Polícia da Capital Ronaldo Oliveira.


 


 

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