GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que não é prudente "encostar o Irã na parede", mas sim investir no diálogo para resolver o impasse sobre o programa nuclear de Teerã.
As declarações foram feitas pouco antes de um encontro de Lula com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que busca o apoio do Brasil, que ocupa uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU, para impor sanções ao Irã por seu programa nuclear.
"O Brasil mantém sua posição. O Brasil tem uma visão clara sobre o Oriente Médio e sobre o Irã. O Brasil entende que é possível construir outro rumo. Eu já disse que para [o presidente americano Barack] Obama, [o líder francês Nicolas] Sarkozy, não é prudente encostar o Irã na parede. O que é prudente é estabelecer negociações", disse Lula a jornalistas.
"Eu quero para o Irã o mesmo que quero para o Brasil: utilizar o desenvolvimento da energia nuclear para fins pacíficos. Se o Irã tiver concordância com isso, terá apoio do Brasil. Se quiser ir além disso, o Irã irá contra ao que está previsto na Constituição brasileira e, portanto, não podemos concordar", acrescentou o presidente.
Lula disse ainda que, por querer "uma conversa franca com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é importante que "todos saibam" o teor da conversa que terão com o Irã. "Se há um país que pode dar lição ao mundo sobre comportamento de paz é o Brasil", afirmou.
O presidente voltou a defender o uso de energia nuclear para fins pacíficos. "Se o Irã tiver concordância com isso, o Irã terá o apoio do Brasil", afirmou Lula.
Sobre um possível pedido de apoio da secretária dos EUA em relação ao Irã, Lula disse que a questão deve ser tratada com o chanceler Celso Amorim.
"Primeiro, ela não deve pedir a mim, ela deve pedir ao Celso Amorim. Eu estou recebendo a secretária Hillary a pedido do companheiro Celso Amorim, mas as negociações que ela tem que fazer e os assuntos que ela tem que tratar são com o ministro Celso Amorim", disse.
Visita
Hoje no Congresso, Hillary pediu aos presidentes da Câmara e do Senado, Michel Temer (PMDB-SP) e José Sarney (PMDB-AP), ajuda do Brasil para evitar a proliferação mundial de armas nucleares. Na conversa, Temer defendeu o diálogo para a solução de conflitos internacionais em meio à disposição do governo norte-americano em convencer países latino-americanos a endurecer sanções contra o Irã.
A secretária vai pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para endurecer o tom com o Irã. Segundo Sarney, a secretária expressou o desejo de convencer países aliados a lutarem contra as armas nucleares.
O presidente da Câmara disse que transmitiu à secretária de Estado a "vocação" pacífica do povo brasileiro. "Ela registrou que era vocação do povo americano. Falou do Irã, mas saiu daqui com a convicção de que o Brasil tem essa capacidade de dialogar internacionalmente e ajudar na solução dos conflitos", afirmou.
Hillary defende que o governo brasileiro apoie o endurecimento das sanções contra o Irã, para tentar forçá-lo a manter o programa nuclear nos limite do uso pacífico. Na conversa com os parlamentares, segundo Sarney, a secretária disse que o governo iraniano tem como objetivo conquistar hegemonia em todo o Oriente Médio com o seu poder bélico.
com Reuters
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