Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 17 de março de 2010

GOVERNO LULA/VIAGEM À PALESTINA - Lula critica governo israelense na Cisjordânia

A visita do presidente brasileiro foi marcada pelas críticas de políticos israelenses. Na última segunda, no parlamento, eles pressionaram Lula a adotar sanções contra o Irã.


O presidente Lula terminou nesta terça-feira a visita oficial a Israel e fez críticas ao governo israelense ao chegar à Cisjordânia. Essa visita do presidente brasileiro à região acontece em um momento de muita tensão entre israelenses e palestinos. Veja na reportagem do correspondente Ari Peixoto.

Os confrontos entre palestinos e soldados israelenses foram em vários pontos da Cisjordânia nesta terça-feira. Manifestações motivadas pela decisão de Israel de construir 1,6 mil casas em Jerusalém Oriental e pelo anúncio da reabertura de uma sinagoga perto da Esplanada das Mesquitas, uma área sagrada para judeus e muçulmanos.

O líder do grupo radical Hamas, Ismail Hanyieh, afirmou que os palestinos vão defender Jerusalém Oriental com tudo o que têm para evitar a ocupação do local pelos judeus.

Nesta terça-feira cedo, não muito longe da confusão, o presidente Lula visitou o museu do holocausto, em Israel. Depois, plantou uma árvore no bosque de Jerusalém.

A visita do presidente brasileiro foi marcada pelas críticas de políticos israelenses. Na última segunda, no parlamento, eles pressionaram Lula a adotar sanções contra o Irã, que Israel e países do Ocidente acusam de tentar fabricar armas atômicas.

Nesta terça, o assessor da presidência, Marco Aurélio Garcia, chamou de descortês o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, que não acompanhou a visita do presidente brasileiro ao parlamento. Uma reposta ao não comparecimento de Lula ao túmulo de Teodor Herzl, o fundador do sionismo, movimento que levou à criação do estado de Israel.

À tarde, em Belém, o presidente Lula novamente pediu paz na região e fez uma crítica ao muro que separa Israel da Cisjordânia. “Sabemos qual o primeiro desafio nessa caminhada: vencer o bloqueio que vem sofrendo o povo palestino. Um muro de separação cobra um alto preço em termos de sofrimento humano e prejuízo material”, declarou.

Lula foi recebido pelo presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas. Os dois conversaram a porta fechadas por uma hora.

Uma análise da conversa entre Lula e Mahmoud Abbas feita pelo chanceler Celso Amorim, mostra que o presidente palestino continua com disposição para o diálogo com Israel. Embora ele reconheça que, com a crise atual, a situação é muito difícil. E para complicar, o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, cancelou uma viagem que faria à região nos próximos dias.

O governo americano se opõe à construção de assentamentos judeus em Jerusalém Oriental. Nesta terça, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, abrandou um pouco o discurso e disse que os laços que unem os Estados Unidos e Israel são inquebráveis. Mas declarou que a decisão de construir os assentamentos é, no mínimo, decepcionante.

 

 

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