Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 16 de março de 2010

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL - Para ministro, denúncias contra tesoureiro do PT não arranham campanha de Dilma

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse nesta terça-feira que as recentes denúncias envolvendo o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não prejudicam a campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) ao Palácio do Planalto. Na opinião do ministro, a candidatura de Dilma "não tem nenhuma relação" com supostas irregularidades cometidas pelo tesoureiro.
"Não só não prejudica e não interfere na campanha da ministra Dilma, como não prejudica o PT também", afirmou.
Vaccari é tesoureiro do PT e estava cotado para assumir o controle de gastos da campanha da ministra Dilma ao Palácio do Planalto. O PT, no entanto, afirma que já havia decidido entregar a tesouraria da campanha a um outro petista para desvincular as contas do partido às das eleições.
Na semana que vem, partidos de oposição prometem encaminhar representação à PGR (Procuradoria Geral da República) para investigar a participação do tesoureiro do PT no esquema do mensalão. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que a oposição deseja ver o tesoureiro responsabilizado criminalmente pelo mensalão.
"Vamos pedir à Procuradoria-Geral da República que adote os procedimentos e aprofunde as investigações para que ele responda civil e criminalmente pelo esquema do mensalão", disse.
Reportagem da revista Veja mostra que em 2003, na época em que Vaccari era responsável pelas finanças da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), o petista administrava informalmente a cobrança de propina para fundos de pensão de empresas estatais, bancos e corretoras. De acordo com depoimento do corretor Lúcio Funaro, presente em inquérito na PGR, os recursos seriam utilizados para abastecer o esquema do mensalão.
O promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, investiga o suposto esquema de desvio de verba da Bancoop que teria a participação do tesoureiro do PT. De acordo com reportagem da revista, o promotor analisou mais de 8.000 páginas de documentos do processo que envolve o desvio de recursos e concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa. Esse tipo de movimentação é uma forma de não revelar o destino do dinheiro.
Requerimento
O Senado aprovou hoje requerimento que pede ao TCU (Tribunal de Contas da União) para auditar os recursos aplicados pela Bancoop nos fundos de pensão. De autoria do senador Álvaro Dias, o requerimento pede que o TCU investigue a aplicação de recursos dos fundos de pensão Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (Fundação dos Economiários Federais) e Petros (Fundação Petrobrás de Seguridade Social) na cooperativa --acusada de desvios de recursos com a suposta participação do tesoureiro do PT.
"Com o objetivo de preservar os recursos públicos aplicados pela União nos fundos de pensão, solicitamos que seja realizada auditoria para analisar a transparência da aplicação financeira das entidades de previdência pública já citadas na Cooperativa Habitacional dos Bancários", afirmou Dias.

 

 

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